Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O muito aguardado regresso de
Ceylin del Carmen Alvarado ao ciclocrosse sofreu um novo contratempo. A
ex-campeã mundial de 25 anos ainda não tem data de regresso à competição, uma
vez que continua a lidar com uma lesão persistente no joelho que teima em não
cicatrizar completamente.
A neerlandesa planeava
reaparecer a 23 de novembro, em Tábor, na Taça do Mundo, mas esse objetivo foi
agora descartado.
“Não é claro quando é que ela
vai voltar a correr. O plano inicial era Tábor, mas isso será demasiado cedo”,
admitiu o diretor desportivo Christoph Roodhooft ao Sporza.
A avaliação representa uma
mudança face à semana anterior, quando a equipa havia expressado otimismo
moderado, depois de Alvarado ter completado os primeiros treinos fora de
estrada. Apesar de ter aumentado gradualmente a carga de trabalho, o
desconforto persistiu, levando a equipa a optar por não apressar o processo.
Um
inverno que prometia muito
Este revés chega num momento
especialmente frustrante para Alvarado, que vinha de dois dos melhores invernos
da sua carreira sénior. A neerlandesa venceu a Taça do Mundo de 2023/24 e
voltou a destacar-se na temporada seguinte, conquistando vitórias em Namur e
Zonhoven, a medalha de prata no Campeonato da Europa, múltiplos pódios no
Superprestige e o sétimo lugar no Campeonato do Mundo.
O seu rendimento consistente
colocava-a firmemente entre as três grandes forças do ciclocrosse feminino, ao
lado de Fem van Empel e Puck Pieterse. O plano era manter essa dinâmica desde
as primeiras corridas da nova época — mas, por agora, o inverno começa à margem
e sem calendário definido.
“Ela vinha de uma sequência
muito sólida, estava pronta para lutar de igual para igual com as melhores”,
sublinhou Roodhooft. “Mas neste momento, a prioridade é resolver o problema de
forma definitiva.”
O pelotão
feminino acelera, Alvarado observa de fora
Enquanto Van Empel volta a
afirmar a sua supremacia e Lucinda Brand regressa ao topo, a ausência de
Alvarado deixa um vazio notório na frente do pelotão. A neerlandesa da
Alpecin-Deceuninck sempre se destacou pela versatilidade técnica, capaz de
brilhar tanto em percursos pesados e lamacentos como em circuitos rápidos e
táticos, e era vista como uma das principais rivais diretas de Van Empel para a
geral da Taça do Mundo.
O atraso no início da sua
temporada significa que, quando regressar, encontrará um ritmo competitivo já
elevado e adversárias em plena forma. Ainda assim, os resultados das duas
últimas épocas mostram que Alvarado tem a consistência e o talento necessários
para recuperar terreno rapidamente assim que estiver a 100%.
Paciência
antes da luta
Para já, a prioridade da
equipa é a recuperação total, mesmo que isso implique perder as primeiras
semanas da época.
“Estamos otimistas a longo
prazo, mas não vale a pena apressar nada. O objetivo é garantir que volta
totalmente recuperada”, garantiu Roodhooft.
Com o inverno em pleno
andamento e o foco no Campeonato do Mundo ainda distante, a Alpecin-Deceuninck
joga pelo seguro. O regresso de Alvarado será tanto um teste físico como
mental, mas a história recente prova que, quando regressa em força, é sempre candidata
a vencer.
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