Uma opção da EF
Education-EasyPost que o português aceitou com entusiasmo
Por: Lusa
Foto: Instagram/Rui Costa
Rui Costa vai regressar à
Volta a Itália com o objetivo de ganhar uma etapa, uma opção da EF
Education-EasyPost que o ciclista português aceitou com entusiasmo, até por
considerar que a prova italiana é "mais aberta".
"[O Giro] posso dizer que
foi uma opção tirada mais da parte da equipa e eu aceitei logo de bom
agrado", começou por explicar, em entrevista à agência Lusa.
Rui Costa adora o Tour e, por
isso, se lhe tivessem dado a escolher, era na Volta a França que estaria.
"Mas há coisas que nós, no destino, não podemos mudar e a equipa, neste
caso, preferiu que eu fizesse o Giro e eu optei por dizer sim, porque eu acho
que é uma corrida algo interessante para mim. É uma corrida mais aberta para
aquilo que [...] um corredor mais ou menos do meu perfil tenta encontrar",
avaliou.
Aos 38 anos, o poveiro vai
alinhar pela terceira vez na 'corsa rosa', após ter participado nas edições de
2017 e 2022, considerando que esta tem "mais para oferecer" do que a
'Grande Boucle', uma corrida cada vez mais controlada, onde principalmente
Tadej Pogacar "ganha muito" - no ano passado, foram seis as etapas
que o esloveno da UAE Emirates conquistou, além da geral, à semelhança do que
fez no Giro.
"Os outros, às vezes,
também veem um pouco fragilidade - que é muito difícil que aconteça -no Pogacar
e então talvez até que tomam a rédea da corrida para poder ganhar uma etapinha.
A corrida está toda muito condicionada e é muito difícil para corredores do meu
perfil quererem ganhar etapas", notou.
Dada a ausência do campeão em
título, o corredor da EF Education-EasyPost antecipa que a 108.ª edição da
Volta a Itália possa ser "mais calma", proporcionando-lhe aquele que
"sem dúvida" é o seu principal objetivo: vencer uma etapa e completar
a trilogia em grandes Voltas (tem três no Tour e uma na Vuelta).
"Estaria a mentir se não
dissesse que o Giro talvez fosse o objetivo principal [da época] não só a nível
pessoal, mas a nível coletivo, porque levamos o Richard Carapaz. A equipa tem
muita confiança nele, nós também, como companheiros, e eu acho que pode ser uma
prova muito interessante para o Richard, porque ele fará o Giro, fará o Tour.
Então, é uma boa prova para ganhar confiança", perspetivou.
Apesar de Costa e a equipa
terem objetivos partilhados, e do equatoriano ter pretensões a 'bisar' na
'corsa rosa', que conquistou em 2019, o português espera que as suas opções de
lutar por uma etapa "realmente estejam bem vincadas".
"Espero que não tenha que
me massacrar de trabalho e no dia que entrar na fuga não estou a 100% para a
disputar. Isso são coisas que, às vezes, as pessoas não têm noção, as pessoas
não veem, mas basta que um dia antes ou dois dias antes tenhas tido muito
trabalho em função do teu líder e, depois, nesse dia em que te dão a
oportunidade, tu dizes 'ok tenho que a aproveitar, mas nos últimos dois dias
estive na frente do pelotão, desgastei-me bastante'", realçou.
O corredor da EF
Education-EasyPost "normalmente" gosta de entrar bem na temporada,
mas este ano foi "um bocado mais cauteloso", porque todo o percurso
que tem traçado até ao Giro, que inclui presenças na Strade Bianche,
Tirreno-Adriático, Volta à Catalunha, Flèche Wallone, Liège-Bastogne-Liège, com
um estágio em altitude pelo meio, é "muito seguido" e não dá para
descansar.
"Junto com a equipa,
optámos por entrar um bocadinho com mais calma, ir progredindo agora com todas
estas competições, de modo a chegar numa boa condição ao Giro", completou.
Quinto classificado na
Clássica da Figueira no domingo, o poveiro sente que a condição física
"tem vindo a crescer", depois de ter estado a ponto "de quase
ficar doente" durante o Challenge de Maiorca.
"Entretanto melhorei, não
cheguei a ficar doente, e então isso é muito bom. Tenho vindo a treinar nas
últimas duas semanas após Maiorca, tenho vindo gradualmente a sentir-me melhor.
Não estou como provavelmente estive há dois anos, mas estou contente, porque
também a minha trajetória faz com que eu também não quisesse estar muito forte
já no início da temporada", explicou, quando questionado sobre as
perspetivas para a Volta ao Algarve.
Assinalando "umas
pinceladas novas no percurso" que tornam a 51.ª edição "mais
interessante", Costa voltou a enaltecer o prazer que é correr no seu país.
"É sempre muito agradável
para mim poder correr em Portugal. É sempre uma opção que eu tenho sempre
presente e, quando existe a oportunidade, eu marco logo o meu lugar da presença
nestas corridas iniciais do ano aqui em Portugal", lembrou à Lusa.
Hoje, o mais consistente
português na prova na última década - foi terceiro em 2014, quarto em 2020 e
quinto em 2013 e 2012 - vai partir para a sua 11.ª Volta ao Algarve, que
arranca em Portimão e termina no domingo, com uma cronoescalada que leva o pelotão
até ao alto do Malhão.
Fonte: Record on-line