domingo, 17 de abril de 2022

“Emily Bridges, ciclista transgénero, pode ter apoio da lotaria inglesa se for autorizada a competir, a UK Sport está do lado da atleta”


A ciclista foi proibida de competir em provas femininas pela União Ciclista Internacional (UCI) mas conta com o apoio da UK Sport, a agência governamental para a promoção e financiamento do desporto no Reino Unido. O objetivo é Paris 2024

A UCI proibiu Emily Bridges, ciclista transgénero inglesa, de competir em provas femininas e a UK Sport, agência do Governo britânico que procurar promover, incluir e financiar o desporto, mostrou-se desiludida com a decisão da federação internacional do ciclismo. Caso a proibição seja levantada, a organização governamental já anunciou que vai usar fundos provenientes da lotaria para apoiar Bridges. O foco da atleta está nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

Sally Munday, diretora da UK Sport, elogiou a “resiliência” de Emily Bridges e reiterou o apoio da organização pública à ciclista. As declarações surgiram um dia depois de o primeiro-ministro Boris Johnson ter dito que não acredita que “homens biológicos devam competir em eventos desportivos femininos”. Munday lembrou que, caso seja autorizada a participar em provas femininas, Bridges terá direito ao financiamento do Estado através da lotaria – e a outros benefícios.

“Vamos apoiar qualquer atleta considerado, por entidades estatais ou desportivas, com potencial ou elegível para competir. Tenho muita empatia por todos os envolvidos neste caso. Tenho muita empatia pela Emily (…) e pelas mulheres contra as quais ela deveria estar a competir”, disse Munday, em comunicado.

“A Emily tem mostrado uma coragem incrível, (…) além de uma enorme determinação. Quando estás no centro de algo que é do interesse nacional, como aconteceu com este caso, isso cria pressão sobre qualquer indivíduo. Mas isto não é simplesmente sobre a Emily. É um tema muito mais vasto”, acrescentou a diretora da UK Sport.

Em 2018, antes de consumar a mudança de género, Bridges bateu um recorde nacional masculino. Em 2022, a ciclista tinha a esperança de, pela primeira vez como mulher, poder participar em competições. Isso teria acontecido no último sábado, nos campeonatos de pista da Grã-Bretanha, mas a UCI interveio, proibindo a sua inscrição e questionando a elegibilidade da inglesa.

A decisão foi comunicada depois de as concorrentes de Bridges terem estado reunidas para discutir a hipótese de boicotar o evento, em protesto contra a regra da UCI que requer que as mulheres trans baixem os níveis de testosterona. As ciclistas creem que as leis atuais são insuficientes para impedir qualquer pessoa que tenha passado pela puberdade enquanto elemento do sexo masculino de ter uma grande vantagem em competições femininas. Sara Symington, líder do programa de ciclismo olímpico da Grã-Bretanha, expressou a mesma opinião e enviou uma carta à UCI a pedir mudanças nas regras.

Sally Munday concluiu: “Temos de organizar estas conversas de forma respeitosa porque, no centro de tudo isto, estão seres humanos, com sentimentos humanos e experiências humanas”.

Fonte: Expresso on-line

“Van Baarle estreou o palmarés em 'Monumentos' com um merecido triunfo na Paris-Roubaix masculinos”


Por: AMG

O ciclista neerlandês Dylan van Baarle viu hoje finalmente premiado o seu espírito combativo com um merecido triunfo na Paris-Roubaix, conquistando o primeiro ‘Monumento’ da carreira num dia perfeito para a INEOS.

Ao entrar isolado no Velódromo de Roubaix, com os perseguidores a uma distância de ‘segurança’ cortaram a meta 01.47 minutos depois, com o ‘recuperado’ Wout van Aert (Jumbo-Visma) a ser novamente segundo, Van Baarle pôde saborear um raro momento de glória numa carreira dedicada a trabalhar para outros, consumando uma ‘miragem’ que parecia cada vez mais próxima, após a extraordinária exibição na Volta à Flandres, há duas semanas, e a vitória na Através da Flandres, no ano passado.

“É inacreditável. Ainda não acreditava quando entrei no Velódromo. Olhei para o outro lado para ver se vinha alguém, mas estava completamente sozinho. […] Foi de loucos. Claro que queria ganhar um ‘Monumento’. Ser segundo na Flandres, ganhar em Roubaix… não tenho palavras”, declarou o vencedor da edição mais rápida da história da ‘clássica das clássicas’, que cumpriu os 257,2 quilómetros entre Compiègne e Roubaix em 05.37.00 horas, relegando Van Aert e Stefan Küng (Groupama-FDJ) para a segunda e terceira posições, respetivamente.

A INEOS, reconvertida em especialista em clássicas, ‘dinamitou’ a corrida a mais de 207 quilómetros da meta: com o vento a soprar forte, o conjunto britânico fez um verdadeiro contrarrelógio por equipas para ‘partir’ o pelotão, apanhando desprevenidos os outros grandes favoritos ao triunfo no dia de hoje.

A ‘bordure’ provocada pela confiante INEOS deixou cortados o regressado Van Aert, recuperado da covid-19, o novo ‘classicómano’ Küng, o vencedor da Volta a Flandres, Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix), Kasper Asgreen (Quick-Step Alpha Vinyl), o antecessor do holandês no palmarés daquela clássica, e Mads Pedersen (Trek-Segafredo), com estes dois últimos a ficarem ainda envolvidos numa queda 50 quilómetros mais adiante.

Todos pagaram cara a distração ou má colocação nos quilómetros iniciais e entraram no primeiro dos 30 setores de empedrado com quase dois minutos de desvantagem para o primeiro grupo, sendo obrigados a um esforço suplementar para ‘apanhar’ os homens da dianteira, o que aconteceu mais de 100 quilómetros depois talvez, esse desgaste tenha sido decisivo no desfecho.


Quando foi feita a junção, já depois de Filippo Ganna ter furado duas vezes, obrigando os seus companheiros da INEOS a ‘abrandar’ para esperar pelo bicampeão mundial de contrarrelógio, cinco corredores seguiam isolados na frente: Matej Mohoric (Bahrain-Victorious), Tom Devriendt (Intermarché-Wanty-Gobert), Laurent Pichon (Arkéa-Samsic), Davide Ballerini (Quick-Step Alpha Vinyl) e Casper Pedersen (DSM).

O vencedor da Milão-Sanremo, à procura de tornar-se no terceiro ciclista da história a fazer a ‘dobradinha’ nas duas clássicas na mesma temporada, ficou na frente apenas na companhia de Devriendt e Pichon, o primeiro a descolar.

Mas os grandes candidatos não defraudaram e, a 40 quilómetros da meta, após uma série de ataques e contra-ataques, já Van Baarle, Van Aert, Küng e ‘MVDP’ (foi ‘mero’ nono classificado, a mais de 2.30 minutos do vencedor) encabeçavam um grupo onde se encontravam outros ‘incontornáveis’ das clássicas, como Yves Lampaert (Quick-Step Alpha Vinyl) ou Jasper Stuyven (Trek-Segafredo).

Um furo do campeão belga da Jumbo-Visma, que rapidamente reentrou no grupo perseguidor, e uma ‘avaria’ de Mohoric ‘relançaram’ a corrida: o esloveno da Bahrain-Victorious foi ‘absorvido’, mas, pouco depois, saía na roda de Lampaert, para se unir a Devriendt novamente na frente, com o trio a ser alcançado por Van Baarle e a construir uma diferença que, a 20 quilómetros de meta, rondava os 40 segundos.

Descontente, quer por ter perdido as suas ‘queridas’ clássicas devido à covid-19, quer com a situação de corrida, Van Aert aliou-se ao suíço da Groupama-FDJ para perseguir o quarteto, desfeito por ação do neerlandês da INEOS, à procura do seu primeiro ‘Monumento’ após ser segundo na Volta a Flandres.

O vice-campeão mundial, de 29 anos, atacou a 18,6 quilómetros da meta e, indiferente às ‘escaramuças’ atrás de si ou à queda de Lampaert, quando estava bem colocado para terminar nos três primeiros, já dentro dos derradeiros 7.000 metros, nunca mais parou para dar à sua equipa, fundada em 2010, a primeira vitória no ‘Inferno do Norte’.

Van Baarle é apenas o sétimo ciclista dos Países Baixos a vencer a Paris-Roubaix, sendo o primeiro a fazê-lo desde Niki Terpstra, em 2014.

Fonte: Lusa

“Patrick Bevin vence Tour da Turquia depois do cancelamento da última etapa”


Por: José Morais

Foto: Getty Images

A última etapa do Tour da Turquia que tudo apontava para um desafio permanente, acabou por ser um pesadelo, com os ciclistas indignados, e a recusarem-se continuar a corrida, depois dos primeiros vinte cinco quilómetros percorridos, a forte chuva que caia e o vento que se sentia, originando diversas quedas, os ciclistas disseram não, e a organização optou por cancelar a etapa.

Com esta situação, a fase oito foi interrompida pelas más condições climatéricas, depois de vários acidentes, os ciclistas pediam assim a neutralização da prova, o que originou o não existirem resultados na etapa, com Patrick Bevin da equipa Israel-Premier Tech, a ser oficialmente o vencedor do Tour da Turquia de 2022, ficando na frente de Jay Vine da equipa da Alpecin-Fenix) e de Eduardo Sepúlveda da equipa da Drone Hopper-Androni Giocattoli, sendo uma grande vitória para a sua equipa que arrecadou assim duzentos pontos.

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