Por:
José Morgado
Foto:
Pedro Ferreira
Alberto
Contador, um dos sete ciclistas da história a ter vencido as três grandes
voltas velocipédicas (Itália, França e Espanha) esteve ontem em Portugal para
uma palestra na Cascais Global Sports Summit, no Centro de Congressos do
Estoril. O agora ex-ciclista, com 36 anos, ‘revisitou’ a sua carreira, desde as
conquistas à quase morte em 2004 (após uma queda nas Astúrias), passando pelo
escândalo de doping e não esqueceu Lance Armstrong, que ontem fez anos e com
quem partilhou equipa no Tour 2009.
"Foi
a competição mais difícil da minha vida. Não por causa daquilo que se passou
dentro da corrida, onde ganhei bem, mas sim por tudo o que ele fazia e dizia no
hotel, nos bastidores, fora da corrida. Mas eu respondi em cima da bicicleta e
ganhei" disparou o madrileno.
Contador
assumiu-se ainda como fã de Egan Bernal, jovem colombiano que ganhou o
Tour’2019. "Creio que o Bernal é o início de uma nova era. A qualidade,
mentalidade e maturidade de Bernal fazem dele um corredor especial aos 22 anos.
Creio que Froome tem capacidade para voltar ao seu nível, mas outra coisa é ter
capacidade para ser mais forte do que Bernal. A questão é essa", defendeu
o espanhol, de 36 anos.
Em
relação ao ciclismo português, o bicampeão do Tour (2007 e 2009) alerta para a
necessidade de reflexão de uma modalidade que já deu bons corredores ao
ciclismo. "É uma pena porque saem poucos ciclistas para o World Tour. Há
que analisar o porquê de saírem poucos, mas os que saem são bons. Creio que
poderiam seguir o exemplo da minha fundação. Apostar em ciclistas juniores,
trabalhar com eles até à categoria sub-23 e depois à continental",
relembrou.
O
primeiro dia da Global Sports Summit contou ainda com nomes como Garret
McNamara, Miguel Albuquerque e João Zilhão.
Fonte:
Record on-line