sábado, 15 de outubro de 2022

“Liliana Veríssimo e Lino Barruncho foram os melhores portugueses no IRONMAN Cascais”


Francesa Floriane Jeannin e o dinamarquês Lars Lomholt venceram prova

 

Por: Lusa

Foto: Getty Images

O dinamarquês Lars Lomholt e a francesa Floriane Jeannin venceram este sábado o Ironman Portugal Cascais, no qual Lino Barruncho e Liliana Veríssimo foram os melhores portugueses, respetivamente 10.º e quarto classificados.

Lars Lomholt completou o circuito de triatlo de longa distância, combinando 3,8 quilómetros a nadar, 180 a pedalar e 42,195 a correr, em 8:28.43 horas, batendo o suíço Jari Claes por 9.25 minutos e o francês Steven Galibert por 13.43.

Lino Barruncho foi 10.º, a 30.51 minutos, oito segundos mais rápido do que Mário Rocha, 11.º, enquanto Eduardo Mourato foi o terceiro português no top-20, acabando em 17.º, a 37.47.

Floriane Jeannin impôs-se na prova feminina em 9:58.55 horas, superiorizando-se à checa Helena Kotopulu por 1.01 minutos e à alemã Annick Boehler por 5.51. Liliana Veríssimo ficou perto do pódio, ao concluir a prova no quarto lugar, a 17.12 minutos de Jeannin.

No Ironman 73.0, em que os atletas cumprem metade das distâncias, João Ferreira tinha sido quinto em prova vencida pelo holandês Menno Koolhaas, Raquel Rocha foi 16.ª no desafio conquistado pela italiana Marta Bernardi.

Fonte: Record on-line

“Taky Kouamé quer ser "exemplo" para ciclistas negras após ouro nos Mundiais de pista”


Francesa destacou-se ao ganhar a prova de contrarrelógio

 

Por: Lusa

Foto: EPA

A ciclista francesa Taky Kouamé disse este sábado à Lusa querer ser "um exemplo" para outras corredoras negras, para que possam entrar no pelotão, pouco depois de vencer o ouro no contrarrelógio dos Mundiais de pista.

Com um tempo de 32,835 segundos, para cumprir os 500 metros no Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, em França, a jovem de 20 anos acabou no ouro, à frente da alemã Emma Hinze, segunda, e da chinesa Yufang Guo, terceira.

A ciclista natural de Créteil fez jus ao seu nome do meio (Marie-Divine) com um tempo a seis décimas do recorde do mundo, e novo recorde de França, conseguindo um ouro da ordem do divino para fazer exultar um esgotado Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines.

O público festejou, depois, cada parcial mais lento registado por Hinze, a última a partir, na consagração de uma das grandes esperanças da pista mundial, que já tinha sido campeã europeia sub-23 este verão, no Velódromo de Sangalhos, em Anadia.

A vitória surgiu à frente de alguns dos grandes nomes desta corrida, nomeadamente Hinze, já com seis ouros em campeonatos do mundo e dois em europeus no palmarés, levando às lágrimas o pai, nas bancadas, e arrancando festejos, abraços e sorrisos rasgados à comitiva francesa e a grande parte dos funcionários dentro da pista.

"É fantástico. Estou tão feliz, e tão orgulhosa. [Este ouro] Vem de muito trabalho, muita dor, muitas dúvidas. É de doidos correr aqui, em frente ao público francês. 'Uau', esta plateia foi incrível", explica Taky Kouamé à Lusa.

Ainda incrédula com o resultado, que "não esperava" quando se sagrou campeã europeia sub-23 em Portugal, não parece conseguir desligar da corrente, mexendo-se freneticamente enquanto fala e procura encontrar a melhor palavra para descrever o feito que alcançou.

Esta vitória "é importante, claro", até porque pensou apenas em "vir fazer o melhor possível e depois logo se via". "Parece que o meu melhor é ser campeã do mundo, é uma loucura", atira.

Apesar de ainda jovem, Taky Kouamé já se referiu várias vezes ao racismo que ainda grassa na modalidade, de que espera poder ser "um exemplo" para próximos nomes.

No livro "Black Champions in Cycling" ('Campeões negros do ciclismo', em tradução lire), de Marlon Moncrieffe, descreveu como só se apercebeu "o que era racismo" quando sofreu insultos racistas por companheiras de pelotão, com 11 anos.

Agora, espera contribuir para que "pouco a pouco, passo a passo", a situação possa "melhorar", para si mesma e para muitas outras e outros, mesmo que "vá sempre haver quem fique assustado com isso, ou lá o que é".

"Gostaria de ser um exemplo, e espero sinceramente que possa inspirar muita, muita gente", atira.

De outra geografia, Akil Campbell é um de dois ciclistas de Trinidad e Tobago em Saint-Quentin-en-Yvelines, a competir no omnium em que também esteve o português João Matias.

Naquele país caribenho, vale aos atletas um "ensinamento que todos têm ao crescer", conta à Lusa, uma história de superação que é "o mais importante" para poder avançar o desporto naquele território.

"Para mim, para outros atletas, é basicamente um esforço de determinação, de não desistir, continuar a tentar", resume.

Ainda assim, o ciclista reconhece que é "muito duro" entrar no pelotão enquanto corredor negro e "oriundo de um país de terceiro mundo", tendo desvantagem para "conseguir patrocínios ou entrar numa equipa de alguma dimensão".

"Mas tentamos mostrar-nos nestes palcos, para que vejam o que somos capazes de fazer", nota o tobaguenho.

Fonte: Record on-line

“João Ferreira foi quinto no Ironman 73.0 de Cascais”


Holandês Menno Koolhaas venceu nos homens e Marta Bernardi nas mulheres

 

Por: Lusa

Foto: Getty Images

O português João Ferreira terminou este sábado o Ironman 73.0 disputado em Cascais no quinto lugar, numa prova ganha pelo holandês Menno Koolhaas, enquanto no setor feminino venceu a italiana Marta Bernardi.

O Ironman Portugal Cascais decorre este sábado com as provas de 'full distance' e o Ironman 73.0. Ironman é um circuito de triatlo de longa distância, combinando 3,8 quilómetros a nadar, 180 a pedalar e 42,195 a correr, enquanto o 70.3 reduz estas distâncias para metade, 1,9 de natação, 90 de ciclismo e 21 de corrida.

Na competição de 70.3, Menno Koolhaas foi o vencedor, com o tempo de 3:45.28 horas, superando o francês Mathis Margirier, que terminou em segundo 15 segundos depois, e o dinamarquês Andrea Salvisberg, terceiro a 53 segundos do vencedor. O português João Ferreira terminou a prova lusa no quinto lugar, com o tempo de 3:49.04 horas, enquanto Alexandre Nobre foi 18.º.

Já na mesma distância, mas no setor feminino, a vencedora foi a italiana Marta Bernardi, com o tempo de 4:18.51 horas, batendo a britânica Nikki Bartlett, segunda a 1.24 minutos, enquanto a sul-africana Jade Roberts foi terceira, a 04.24 da primeira. A portuguesa Raquel Rocha terminou a prova no 16.º lugar, com o tempo de 04.36.52 horas, a mais de 18 minutos de Marta Bernardi.

Fonte: Record on-line

“João Matias viveu "melhor ano desportivo" da carreira mas quer mais”


Ciclista foi pai e segue entre a seleção de pista, presente nos Mundiais

 

Por: Lusa

Foto: Lusa

O ciclista português João Matias viveu em 2022 "o melhor ano desportivo" da carreira, foi pai e segue entre a seleção de pista, presente nos Mundiais, mas diz à Lusa querer mais para o próximo.

"Foi o meu melhor ano em termos desportivos. A nível profissional e pessoal, foi dos anos mais importantes para a minha vida. Também fui pai e estou supercontente com tudo o que se está a passar. Depois de dois anos menos positivos, as coisas endireitaram-se", conta, em entrevista à Lusa em Saint-Quentin-en-Yvelines, casa do Campeonato do Mundo até domingo.

Na estrada, a aposta da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados em Matias correu bem, com dois triunfos na Volta a Portugal e o segundo lugar na classificação por pontos, e uma vitória na classificação da montanha na Volta ao Algarve a coroar as várias fugas que protagonizou.

O corredor destaca o papel quer do diretor desportivo na estrada, o espanhol Gustavo Veloso, seu antigo companheiro de equipa, e do selecionador de pista, Gabriel Mendes, para seguir entre os melhores.

Tendo falhado os Europeus de pista, por coincidir com a Volta a Portugal, ainda assim viu a seleção viver "um ano muito bom, excelente", com jovens de "muita qualidade" a mostrarem-se nesse evento.

Aos 31 anos, é o mais experiente dos ciclistas que compõem o núcleo duro de 'pistards' lusos, quase todo presente em França por estes dias: tem consigo Ivo Oliveira, Rui Oliveira, Maria Martins e Daniela Campos, faltando Iúri Leitão para quase 'fechar' uma primeira linha nesta vertente.

A convocatória para o Mundial não foi exatamente inesperada para o vice-campeão europeu de 2021 na eliminação, porque sente "confiança" da parte do selecionador, também pelo papel que tem no seio de um grupo que se tornou "muito amigo".

"Já olhamos para isto como uma equipa, e este clima de trabalho é o segredo do sucesso que temos vindo a ter", revela.

Junto de todo o grupo como um todo, o mais velho usa o avançar da idade como experiência, mesmo que as brincadeiras surjam quando treina ao lado de João Martins, nascido em 2004, quando "já tinha ganho um título nacional de escolinhas" e tinha vários anos a correr nas pernas.

"Chamam-me velho, ferro-velho, são pequenas alcunhas. Faz parte, sinto-me acarinhado por eles e noto que, por vezes, me pedem alguns conselhos. E noto que me olham um pouco como exemplo, em termos desportivos e pessoais, e sinto-me agradecido por isso", conta.

A acentuar essa experiência de vida, um filho com um mês e poucos dias coloca em perspetiva os dias e dias passados fora de casa, a "fazer o sacrifício" em prol de uma modalidade que não quer deixar "enquanto valer a pena".

"O pensamento está em que, se estou fora de casa e a abdicar de tempo para estar com ele e a minha esposa, tenho de fazer para que valha a pena. Se estou aqui, tem de valer a pena. É uma motivação extra", atira.

Para 2023, superar o melhor ano desportivo passará sempre por "mais vitórias", na estrada, onde "triunfar outra vez na Volta seria extraordinário", mas há outras provas onde quer vencer, erguer os braços, e talvez "disputar alguma geral, em corridas que possam adequar-se" às suas características.

"Na pista, o meu objetivo é sempre conquistar medalhas. Consegui o ano passado ser vice-campeão da Europa de eliminação. Quero acrescentar mais lá em casa. A qualificação olímpica [da seleção, dado que na pista o apuramento é por quota não nominal] é o objetivo número um, a prioridade é colocar ciclistas em Paris'2024", destaca o ciclista de Barcelos.

Fonte: Record on-line

“Maria Martins nas nuvens: «Sou a terceira melhor do mundo... é difícil acreditar que é verdade»”


Portuguesa radiante com a medalha de bronze no concurso olímpico do omnium

 

Por: Lusa

Foto: António Borga

A portuguesa Maria Martins assumiu que é "difícil de acreditar" que é "a terceira melhor do mundo" no concurso olímpico do omnium, em que foi bronze nos Mundiais de pista a decorrer em Saint-Quentin-en-Yvelines.

"É difícil de acreditar, na verdade. Só posso agradecer às pessoas que estão ao meu lado. (...) Vai ser difícil de digerir. É o omnium, uma disciplina olímpica, no escalão mais de topo. Sou a terceira melhor do mundo... é difícil acreditar que é verdade", atirou, pouco depois de saborear na pista, depois da quarta e última prova do concurso, a chegada ao pódio.

A portuguesa somou, ao todo, 99 pontos, conseguindo novo bronze em Mundiais de elite, depois de ter sido terceira na corrida de scratch do campeonato do mundo de 2020, e conseguiu nova medalha para Portugal, menos de uma hora depois do terceiro lugar de Ivo Oliveira na perseguição individual.

O título mundial foi para a norte-americana Jennifer Valente, campeã olímpica do omnium em Tóquio'2020, em que Maria Martins foi sétima, somando 118 pontos, com a neerlandesa Maike van der Duin no segundo posto, com 109.

É o segundo pódio da sua carreira em Mundiais de elite, o que representa 40% das medalhas que Portugal tem nestes campeonatos, um total de cinco. Outros 40% são de Ivo Oliveira, que juntou à prata de 2018 um bronze na perseguição individual, num dia de sonho para a comitiva.

Nesta corrida, a consistência que sempre lhe valeu bons resultados, mas "a bater um bocado na trave" no que a medalhas diz respeito, finalmente compensou e trouxe-lhe mais um objeto 'reluzente' para pendurar ao pescoço. "Sempre me disseram que há que confiar no tempo, no processo, e espero que seja só o princípio de coisas muito bonitas que aí vêm", atira.

A conversa com os jornalistas é interrompida pela vitória de Mathilde Gros no sprint, o primeiro ouro da França a correr em casa, o que arranca das bancadas repletas do velódromo um barulho ensurdecedor, que foi crescendo ao longo da corrida. "Este ambiente deu-lhe meia pista, em força", comenta a portuguesa. "Disse aos meus colegas que uma eliminação não é uma verdadeira eliminação sem uma queda. Infelizmente, habituei os portugueses a terem ataques cardíacos pela televisão, peço desde já desculpa por isso", brinca.

Como considera reagir "muito bem às adversidades", de quedas a outras mazelas, chegou ao pódio, o que é sempre "portador de bons momentos", mesmo que queira também "desfrutar do caminho até lá". "As adversidades, os bons e os maus, faz tudo parte da caminhada. Tenho um grande suporte psicológico por detrás e tenho de agradecer a essas pessoas que estão sempre lá e não duvidam de mim nunca, com ou sem medalhas. Vivo para o desporto, o ciclismo tem o meu coração, e nomeadamente a pista", comentou.

 

Selecionador viu "prova com uma qualidade de nível de Jogos Olímpicos"

 

O selecionador, Gabriel Mendes, viu o grupo que orienta conseguir duas medalhas, de um total de cinco em todas as edições de Mundiais, em menos de uma hora, e mostrou-se "extremamente orgulhoso" com o trabalho da portuguesa.

"Foi uma prova duríssima, com uma qualidade de nível de Jogos Olímpicos. Fazer terceiro lugar num Mundial, numa disciplina com a dureza que esta tem, é um motivo de orgulho para todos nós, e reflete que todo o trabalho que a Maria e a equipa, no global, tem feito para chegarmos a este nível", comenta.

Neste "processo de a pouco e pouco ir aprendendo para ir melhorando", Maria Martins mostrou "saber ultrapassar adversidades" e também "melhorias significativas" relativamente a outros omniums que disputou. "Estou bastante satisfeito e orgulhoso. Há coisas a melhorar, mas agora é o momento de festejar, porque foi fantástico", atira.

Estar entre as melhores "mostra a qualidade" que tem, considera a própria, que vê para si que o futuro possa "ser bastante bonito", numa carreira que, aos 23 anos, está já repleta de feitos: duas medalhas em campeonatos do mundo, outras duas em Europeus, e um sétimo lugar em Tóquio'2020, inédita e única participação olímpica de um 'pistard' português.

"Se amanhã deixasse o ciclismo, já estaria bastante satisfeita, mas isso não vai acontecer. Estou aqui para viver os momentos e a melhor vida que eu possa viver", remata.

Ivo Oliveira disse que seria "difícil dormir" prometendo um brinde, mas 'Tata' Martins, da Moçarria, Santarém, para o mundo, só quer mesmo "chegar ao hotel e abraçar os companheiros de equipa". "Depois, no domingo, haverá bastantes brindes. Seja vinho, cerveja, champanhe... o que seja. Têm sido uns Mundiais incríveis, e ainda não terminámos", avisa.

Fonte: Record on-line

“Ivo Oliveira não escondeu emoção após bronze: «Na semana passada estive quase três dias de cama...»”


Português lembrou momentos difíceis que passou

 

Por: Lusa

Fotos: António Borga

O português Ivo Oliveira mostrou-se feliz com um bronze "deveras emocionante" na perseguição individual dos Mundiais de pista, em Saint-Quentin-en-Yvelines, superando um fémur partido e "três dias de cama" para chegar ao pódio.

"Para mim foi um título deveras emocionante. É a minha segunda perseguição, praticamente, em dois anos. Foi especial. A semana passada estive doente, quase três dias de cama. Não sabia se ia recuperar bem, mas mantive-me calmo e motivado", descreveu, pouco depois de conquistar o bronze no Velódromo Nacional, que vai acolher os Jogos Olímpicos Paris'2024, a que quer chegar.

Vice-campeão mundial da disciplina em 2018, o português de 26 anos cumpriu a prova com 4.08,738 minutos, mais de um segundo melhor do que o britânico Dan Bigham, adversário pelo último lugar do pódio. O título mundial, disputado numa final pelo ouro 100% italiana, foi para o recordista da hora Filippo Ganna, que bateu o recorde do mundo para superar Jonathan Milan, fixando o novo máximo em 3.59,636.

Quatro anos depois da primeira medalha em Mundiais de elite, Ivo Oliveira voltou a fazer história para o ciclismo português, voltando a mostrar ser um dos melhores do mundo nesta disciplina.

A vontade de "melhorar o recorde pessoal" foi concretizada na qualificação. "Na final, sabia que tinha a meu favor a frescura", por Bigham ter feito também a perseguição por equipas, comentou. Assim, e mesmo com "muito, muito pouco tempo para recuperar" até à final, ficou "emocionado, feliz, por subir ao pódio" e "mostrar outra vez" que está entre os melhores. "Fraturei o fémur, eu próprio duvidava se ia alguma vez voltar ao meu nível. [Quis] mostrar a mim e a toda a gente que estou ainda melhor", atirou.

Um controlo do esforço ao longo dos quatros quilómetros, fazendo "exatamente igual à qualificação", permitiu-lhe superar o tempo do britânico a partir dos 2.000 metros, mesmo que no fim tenham perdido tempo em relação ao que fizeram antes, uma situação normal, já numa fase de "jogo psicológico". "Ouvia o meu irmão e o selecionador nas bancadas gritarem que estava na frente, só me deu motivação, as pernas até andaram mais. (...) Tentava ver pelo olho esquerdo alguma sombra [da margem]. O meu irmão dizia que estava à frente, mas podia ser só para motivar. Vai ser difícil adormecer", rematou.


 

Selecionador rendido

 

O selecionador, Gabriel Mendes, gabou Ivo Oliveira como "um dos melhores corredores do mundo nesta disciplina", tendo o corolário de um "processo de trabalho". "Melhorando o seu melhor tempo, teríamos um bom indicador. O foco [do trabalho] foi para isso, e bateu esse recorde. A segunda etapa era verificar se o tempo era suficiente para conseguirmos a qualificação, porque isto é uma competição tão no limite que para ganhar um segundo é muito difícil", analisou.

A "capacidade extraordinária de gerir os milésimos de segundo na pista, competência de atletas de nível de topo mundial", que Ivo Oliveira tem, disse o técnico, levou-o ao bronze. "Sabia que era muito importante a fase final da corrida, a parte mental. Estávamos a controlar a corrida, e quando senti que o adversário quebrava, foi o momento decisivo para dar esse 'feedback' ao Ivo, nas últimas seis voltas. Transcendeu-se, superou-se. Esta medalha de bronze é um orgulho de todos nós", completou.

A medalha conseguida, a primeira de duas do dia de hoje depois de Maria Martins conseguir, nem uma hora depois, o bronze no omnium, serve também como "fator ainda mais motivador". "O Ivo tem essa capacidade de superação, e com mais tempo para trabalhar a especialidade desta prova, conseguiremos melhorar", acrescentou.

Fonte: Record on-line

“Seleção Nacional/Portugal conquista duas medalhas de bronze em dia de sonho nos mundiais”


Por: Ana Nunes

Fotos: António Borga

A seleção nacional esteve em destaque no Campeonato do Mundo de Pista, em Saint-Quentin-en-Yvelines, França, subindo por duas vezes ao pódio. Maria Martins conquistou a medalha de bronze no concurso de omnium e Ivo Oliveira foi o terceiro melhor na disciplina de perseguição individual, batendo ainda aquela que era o melhor registo a nível nacional.

Maria Martins começou muito bem o seu concurso de omnium, terminando a prova de scratch na oitava posição. Seguiu-se a corrida tempo, na qual a ciclista portuguesa conseguiu subir na geral até ao quinto lugar. Esta melhoria resultou da conquista de uma volta bónus, após a qual somou 20 pontos, e ainda de dois sprints ganhos.


Maria Martins partiu para a terceira prova do concurso de omnium entre as melhores da geral, mas logo após a primeira eliminação acabaria por sofrer uma queda. Felizmente, este azar não impediu a corredora portuguesa de continuar em prova, colocando-se rapidamente numa posição segura na frente do pelotão. Esta colocação perfeita permitiu-lhe continuar em prova até às últimas quatro eliminações, tendo concluído, precisamente, no quarto lugar.

Foi da quarta posição na geral que Maria Martins partiu para a corrida por pontos, empatada com a terceira classificada, Anita Stenberg (Noruega). A corrida fez-se sempre de forma bastante tática, dado que as diferenças pontuais eram bastante pequenas, com as atletas a não quererem dar nenhum passo em falso.

Foi já na segunda metade da prova que começaram os ataques, com Maria Martins a manter-se sempre bem posicionada e a conseguir pontuar em dois dos sprints. Os pontos somados valeram-lhe a medalha de bronze na disciplina olímpica de omnium.


“É inacreditável ter conseguido esta medalha, ainda para mais numa disciplina olímpica e num campeonato do mundo de elite. Fiz uma corrida muito consistente e isso também foi o que levou a que conseguisse chegar à medalha. A queda não deixou mazelas que me pudessem prejudicar nas corridas seguintes e senti-me sempre bem até ao final da prova. Nunca coloquei as medalhas como objetivo, mas quando percebi que estava com o pódio na mira foi tentar agarrar o terceiro lugar com todas as minhas forças. Esta medalha é muito especial para mim, pois é a recompensa de todo o trabalho que tenho feito nestes últimos meses. Estou muito grata por toda a ajuda que tenho tido e pelo apoio de todos aqueles que têm estado ao meu lado. Estou mesmo nas nuvens com este dia e não podia pedir uma melhor forma de terminar esta época”, afirmou Maria Martins.

Ivo Oliveira partiu para eliminatória da prova de perseguição individual com o objetivo de superar a sua melhor marca na disciplina, aquela que em 2020 lhe garantiu a medalha de ouro no Campeonato da Europa.

O português manteve um ritmo muito forte ao longo dos quatro quilómetros de esforço individual, o que resultou num tempo de 4’06’’704, oito décimas de segundo mais rápido do que o tempo que trazia como sendo o seu melhor até ao momento. Já não fosse esta uma conquista de grande nível, o tempo conseguido deu também a Ivo Oliveira a oportunidade de ser um dos quatro apurados para a final, neste caso para discutir a medalha de bronze com o britânico Daniel Bigham.

Foi precisamente o corredor britânico que levou vantagem durante a primeira metade da prova, mas o português seguiu-o sempre de muito perto. Quando atingiram os dois quilómetros de prova, Ivo Oliveira passou para a frente no cronómetro e foi aumentando o ritmo com os olhos postos na medalha de bronze. No final dos quatro quilómetros o português foi mais forte, batendo o corredor britânico por mais de um segundo.


“Quando aqui cheguei não sabia exatamente qual seria o meu estado de forma, pois estive doente na semana passada. Quando percebi que o corpo estava a responder bem só queria conseguir bater o meu recorde pessoal. Na final, sabia que o corredor britânico já tinha competido ontem e que isso poderia jogar a meu favor, por estar mais desgastado. Nas voltas finais ouvia o selecionador a motivar-me e também o meu irmão que estava nas bancadas. Esse apoio deu-me muita força. Esta medalha é o resultado de muito esforço e sacrifício depois de no ano passado quase não ter competido. Para mim foi como ser campeão do mundo”, revelou Ivo Oliveira.

Também João Matias cumprir o seu primeiro dia de competição no Campeonato do Mundo de Pista. O minhoto participou na corrida por pontos, na qual teve de enfrentar adversários de grande nível, como Yoeri Havik (Países Baixos), Corbin Strong (Nova Zelândia) e Roger Kluge (Alemanha).

O português tentou manter-se sempre bem colocado no pelotão, mas as várias mudanças de ritmo e ataques acabaram por elevar a dificuldade da corrida. Foi a cerca de 60 voltas do final, após o décimo dos 16 sprints pontuáveis, que João Matias se colocou na frente do grupo, lançando o seu ataque. Conseguiu ganhar alguma vantagem, mas acabaria por não ter a oportunidade de dobrar o pelotão, sendo alcançado algumas voltas mais tarde.

A movimentação de João Matias não foi infrutífera, tendo amealhado cinco pontos. Mais tarde, pouco antes do 14.º sprint pontuável, procurou colocar-se na frente do pelotão, somando mais cinco pontos. No final de contas foram 10 os pontos somados por João Matias, que fechou esta corrida por pontos no 15.º lugar.

O selecionador nacional, Gabriel Mendes, não poderia estar mais feliz com a conquista das duas medalhas de bronze. “Vê-los conquistar as duas medalhas é um orgulho muito grande. Foram ambas fruto de muito trabalho e de um desempenho de excelência por parte deles. Sabíamos que o tempo do Ivo era muito bom e que se ele o conseguisse bater poderíamos ter a oportunidade de lutar pelas medalhas. Ele fez uma excelente prova, sempre muito equilibrada e nunca quebrou. Foi um espetáculo. A Maria fez um concurso de omnium muito bom. A capacidade que ela mostrou de ultrapassar as adversidades, após a queda que sofreu na corrida de eliminação, diz muito da grande atleta que ela é. Na última corrida esteve sempre no sítio certo nos momentos chave e tem muito mérito naquilo que fez. Foi um dia fabuloso”.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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