Por: José Carlos
Gomes
A dupla formada
por Iuri Leitão e Ivo Oliveira conseguiu hoje a 14.ª posição na prova de
madison do Campeonato do Mundo de Pista, em Berlim, Alemanha. Este resultado
não permite o apuramento masculino para os Jogos Olímpicos.
Os dois anos do
percurso de qualificação terminaram de forma intensa e dramática durante os 50
quilómetros – 200 voltas à pista berlinense – da corrida de madison. Portugal
precisava de recuperar um atraso de 470 pontos para Hong Kong no ranking de
apuramento olímpico. E era necessário evitar que os irlandeses somassem mais
pontos do que os portugueses.
Iuri Leitão e Ivo
Oliveira começaram bem, somando três pontos no segundo sprint pontuável, e
viram a dupla de Hong Kong cedo ser afastada, por ter perdido uma volta para o
pelotão. Só que a Equipa Portugal acabaria por sofrer na segunda metade da
corrida, sendo também dobrada pelo pelotão. Isso fez toda a diferença na luta
com os irlandeses. Mark Downey e Felix English não só não cederam qualquer
volta como ainda pontuaram no penúltimo sprint.
Feitas as contas,
Portugal terminou a corrida na 14.ª posição, com 17 pontos negativos. Os
irlandeses fecharam a prova no 11.º lugar, com 3 pontos. E Hong Kong foi a 17.ª
nação no Mundial, com 20 pontos negativos.
Os resultados
deste domingo colocam a Irlanda em posição de apuramento para Tóquio, deixando
Portugal e Hong Kong fora dos Jogos Olímpicos. A representação nacional será,
assim, exclusivamente feminina, em omnium.
“A prova
demonstrou que o objetivo traçado era difícil, mas alcançável. Apesar de
pontuarmos logo no início da corrida, não começámos bem sob o ponto de vista
técnico e tático, com várias falhas no processo de rendição, que obrigaram a um
desgaste extra para fechar espaços na retaguarda. Quando Hong Kong ficou de
fora tínhamos apenas de controlar a Irlanda. No entanto, ficámos numa situação
crítica na retaguarda e não conseguimos recolar. Foi aí que perdemos o
apuramento. O Iuri e o Ivo deram o seu melhor, mas não foi suficiente. O grupo
de atletas que participou neste processo de qualificação tem potencial, mas é
necessário aperfeiçoar e melhorar vários aspetos”, considera o selecionador
nacional, Gabriel Mendes.
O responsável
recorda que “este foi o primeiro processo de qualificação em que Portugal
participou do princípio ao fim, com sucesso no caso feminino. Entre os
masculinos o processo foi muito irregular desde o Mundial de 2019, com várias
lesões que condicionaram o trabalho. Aprendemos muito nestes dois anos, mas é
preciso fazer melhor e é nisso que nos devemos focar no futuro próximo”,
conclui o selecionador.
Alheados das
contas de qualificação para Tóquio, os dinamarqueses Lasse Norman Hansen e
Michael Morkov conquistaram o título mundial, com 62 pontos. Seguiram-se os
neozelandeses Campbell Stewart e Aaron Gate, com 33, os alemães e anteriores
detentores do título, Roger Kluge e Theo Reinhardt, fecharam o pódio, com 32
pontos.
Apesar de as
atenções estarem centradas na dupla de madison, Maria Martins também competiu
na jornada final do Campeonato do Mundo. A portuguesa foi a 16.ºª classificada
na corrida por pontos, com dois. A britânica Elinor Barker conquistou o título,
com 50, seguida pela estadunidense Jennifer Valente, com 34, e pela norueguesa
Anita Yvonne Steiberg, com 33.
Fonte: FPC