Prova arranca com um
contrarrelógio por equipas em Barcelona
Por: Lusa
As duas chegadas ao mítico
Alpe d'Huez, antes do final em Paris, são o destaque na edição 2026 da Volta a
França, esta quinta-feira apresentada e que arranca com um contrarrelógio por
equipas em Barcelona.
Num total de 3.333
quilómetros, ao longo de 21 etapas, os ciclistas vão ter oito tiradas de
montanha, com cinco chegadas em alto, apenas um relativamente curto
contrarrelógio individual, ao contrário do que tinha acontecido nos últimos
anos, e um 'crono' coletivo, que não acontece desde 2019, não abrindo uma
edição há 55 anos, além de se manter a tripla passagem em Montmartre na etapa
final.
Mas o grande momento da
cerimónia de apresentação acabou por ficar praticamente para o fim, quando se
percebeu que o Alpe d'Huez ia receber a chegada de duas etapas consecutivas,
algo que não acontece desde 1979, quando o português Joaquim Agostinho venceu
no primeiro dia.
Na 19.ª etapa, marcada para 24
de julho, os ciclistas vão ter uma curta ligação de 128 quilómetros entre Gap e
o Alpe d'Huez, com algumas subidas antes, mas com a decisão a ficar para as
derradeiras 21 curvas da mítica ascensão, enquanto o 'inferno' ficou guardado
para o dia seguinte.
A 20.ª e penúltima etapa, com
171 quilómetros e partida em Le Bourg d'Oisans, terá um desnível acumulado de
5.600 metros e passagens no Col de la Croix de Fer (24 km a 5,2% de inclinação
média), no Télégraphe (11,9 km a 7,1%), no Galibier (17,7 km a 6,9%) e no
estreante Col de Sarenne (12,8 km a 7,3%), antes da chegada ao Alpe D'Huez.
O Tour arranca em 04 de julho,
pela 27.ª vez fora de território francês, com os sprinters a não terem, desta
feita, a oportunidade de lutar pela primeira camisola amarela, uma vez que essa
será decidida por um contrarrelógio por equipas de 19 quilómetros, a terminar a
subir, no Estádio Olímpico de Montjuic, em Barcelona.
Numa edição aparentemente em
"crescendo", como assumiu o diretor do Tour, Christian Prudhomme,
talvez para evitar que o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), em busca de um
quinto triunfo, decida na primeira semana o Tour, as primeiras etapas não vão
ter grandes dificuldadades, apesar do constante sobe e desce.
"O objetivo é ir em
crescendo e guardar o maior lote possível de ciclistas na luta", assumiu o
responsável.
A primeira grande oportunidade
para os sprinters surge apenas à quinta etapa, na ligação de 158 quilómetros
entre Lannemezan e Pau, a anteceder a primeira tirada de montanha, no único dia
de elevado grau de dificuldade nos Pirenéus.
Pau vai assistir à partida
para os 186 quilómetros da sexta etapa, que termina numa inédita subida a
Gavarnie-Gèdre (18,7 km a 3,7%), mas já depois das passagens pelo bem
conhecidos Col d'Aspin (12 km a 6,5%) e Tourmalet (17,1 km a 7,3%), colocado a
menos de 20 quilómetros da meta.
Antes do primeiro dia de
descanso, os sprinters vão ter mais duas oportunidades, em Bordéus (sétima
etapa) e Bergerac (oitava), antes de os 185 quilómetros entre Malemort e Ussel
serem propícios a uma fuga.
Após o dia de descanso, a 10.ª
etapa terá chegada a Le Lioran, após 167 quilómetros de constante sobe e desce,
com a meta a coincidir com o único local em que o dinamarquês Jonas Vingegaard
(Visma-Lease a bike) conseguiu derrotar Pagacar num sprint a dois.
Seguem-se as duas últimas
grandes oportunidades para os ciclistas mais rápidos e a mais longa etapa, que
provavelmente será discutida numa fuga, antes da primeira grande etapa de
montanha, no departamento dos Vosges, no leste de França.
A 14.ª etapa, com 155
quilómetros, entre Mulhouse e Le Markstein, poderá marcar diferenças na geral,
mesmo sem um final em alto, mas com quatro duras subidas antes de lá chegar --
Grand Ballon (21,5 km a 4,8%), Col du Page (9,8km a 4,7%), Ballon d'Alsace (8,9
km a 6,9%) e Col du Haag (11,2 km a 7,3%).
No dia seguinte, nova chegada
em alto, no Plateau de Solaison (11,3km a 9,1%), 184 quilómetros depois da
partida de Champagnole e já após a passagem pelo Col de la Croisette.
Ao segundo e último dia de
descanso segue-se o único contrarrelógio individual de 26 quilómetros, entre
Évian-les-Bains e Thonon-les-bains, com o primeiro terço em subida, o segundo
em descida e o terceiro em plano.
A etapa 17 será,
provavelmente, a derradeira oportunidade de os sprinters poderem lutar por uma
vitória, antes da 18.ª tirada terminar novamente em alto, em Ocières-Merlette,
antecedendo as duas jornadas do Alpe d'Huez.
A coroação do sucessor de
Pogacar vai acontecer em 26 de julho, mas as três subidas de Montmartre, que
foram um sucesso em 2025, parecem ter vindo para ficar, com a última passagem
no Sacré-Coeur a estar, contudo um pouco mais longe da meta nos Campos Elísios,
a 15 quilómetros (este ano estava a apenas seis), o que poderá permitir a
alguns sprinters lutarem pelo triunfo.
Etapas da
Volta a França 2026
Etapa 1 (CRC): Barcelona -
Barcelona
Etapa 2: Tarragona - Barcelona
Etapa 3: Granollers - Les
Angles
Etapa 4: Carcassonne - Foix
Etapa 5: Lannemezan - Pau
Etapa 6: Pau - Gavarnie-Gedré
Etapa 7: Hagetmau - Bordéus
Etapa 8: Périgeux -Bergerac
Etapa 9: Malemort - Ussel
Etapa 10: Aurillac - Le Lioran
Etapa 11: Vichy - Nevers
Etapa 12: Circuito de
Magny-Cours (Nevers) - Chalon-sur-Saone
Etapa 13: Dole - Belfort
Etapa 14: Mulhouse - Le
Markstein
Etapa 15: Champagnole -
Plateau de Solaison
Etapa 16 (CRI):
Evian-les-Bains - Thonon-les-Bains
Etapa 17: Chambery - Voiron
Etapa 18: Voiron -
Orcieres-Merlette
Etapa 19: Gap - Alpe d'Huez
Etapa 20: Le Bourg d'Oisans -
Alpe d'Huez
Etapa 21: Zoo Safari de Thoiry
- Paris (Champs-Élysées)
Fonte: Record on-line