quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

“FIGURAS MARCANTES DO CICLISMO LUSO”

Hoje falamos de: Alves Barbosa

Foram várias as figuras do pelotão nacional que marcaram as principais fases da evolução do ciclismo português, e das quais nos iremos ocupar neste capítulo, desde as proezas de José Bento Pessoa, nos finais do Século XVIII, aos inesquecíveis José Maria Nicolau e Alfredo Trindade, até aos históricos Alves Barbosa, Joaquim Agostinho e Marco Chagas.

Pelo meio ficaram Ribeiro da Silva, a dinastia dominadora do FC Porto (dos Moreira, Dias Santos, Sousa Cardoso, Mário Silva, José Pacheco, entre outros), os dois José Martins (o do Benfica e o da Coelima), José Albuquerque (o popular “Faísca”), o “leão” João Roque e os benfiquistas Peixoto Alves, Fernando Mendes e Francisco Valada, para terminar em Joaquim Gomes, Fernando Carvalho, Jorge Silva, Orlando Rodrigues, Vítor Gamito, Nuno Ribeiro e José Azevedo. 

Todos eles estão envolvidos na reconstituição, que a seguir fazemos, das breves biografias daqueles que elegemos como principais marcos históricos da evolução do ciclismo português


ALVES BARBOSA

Nome completo: António da Silva ALVES BARBOSA Nascimento: 24.12.1931, faleceu 29.09.2018. 

Naturalidade: Fontela-Vila Verde (Figueira da Foz)  Carreira: 1951 a 1961 Equipas em Portugal: Sangalhos(1951 a 1961)  Equipas no estrangeiro: Rochet-Dunlop (1955, 1956, 1957), Celta d'Alessandro (1958, 1959), Rapha-Gitane (1960), Rochet-Dunlop (1961). Treinador do Benfica: 1962. Director-Técnico Nacional: 1975 a 1978 e de 1989 a 1992.

 
Destaques:

Foi o primeiro ciclista a vencer três edições da Volta a Portugal (1951, 1956 e 1958), duas delas, a primeira e a terceira, sempre de amarelo do primeiro ao último dia. Vestiu a camisola amarela 63 vezes e venceu duas vezes a classificação por pontos. Foi também recordista de vitórias de etapas na Volta a Portugal: 34

Foi o primeiro português a entrar no top-ten do ‘Tour’ de França, ao terminar no 10º lugar em 1956.

Foi comentador da RTP nos anos de Joaquim Agostinho no ‘Tour’ de França. Seu pai, José Alves Barbosa, foi ciclista nos anos 30/40, conhecido pela alcunha de ‘Rei dos Furos’.

Vive em Montemor-o-Velho desde os 3 anos de idade. É casado com uma professora de Filosofia e pai de dois filhos.

Condecorações: Medalha da Juventude e Desportos de França, Medalha de Mérito Desportivo, Sócio de Mérito da UVP-F.P.C.  


ABRIU AOS PORTUGUESES AS PORTAS DO 'TOUR'

António Barbosa, mais conhecido por Alves Barbosa (Alves 'herdado' do pai, que também foi ciclista), é uma das figuras lendárias do nosso ciclismo tendo sido superado apenas pelo campeoníssimo Joaquim Agostinho. Foi ele que, às três vitórias na Volta a Portugal e aos títulos de campeão nacional de fundo, de velocidade (pista) e até em ciclo-cross, juntou a proeza de ter aberto aos portugueses as portas do 'Tour' de França com um histórico 10º lugar (1956).

Teve estreia auspiciosa na Volta a Portugal em 1951, pois, com apenas 19 anos de idade, tornando-se no mais jovem vencedor de sempre da grande prova, envergando a camisola amarela do primeiro ao último dia. 

Só em 1956 viria a averbar segunda vitória, porque, em 1952 foi chamado a cumprir o serviço militar, cabendo, nesse ano, a vitória a Moreira de Sá, em 1953 e 1954, não se realizou a Volta, e em 1955, a agressão, de que foi vítima no último dia, nos arredores do Porto, proporcionou a vitória a Ribeiro da Silva, tendo terminado no 3º lugar.
 

 A terceira vitória, a da 'vingança', ocorreu em 1956, em luta com adversários

da elevada craveira como Dias Santos (vencedor em 49 e 50), Luciano de Sá, Moreira de Sá e o seu rival Ribeiro da Silva que, em 1957 conseguiu uma vitória 'limpa', conformando-se Alves Barbosa com o 4º lugar, modesta classificação de que se ressarciu em 1958, outra vez vestindo a amarela do primeiro ao último dia, já sem a presença de Ribeiro da Silva tragicamente falecido, três meses antes, vítima de desastre de viação, quando se encontrava contratado pelo Benfica. Vestiu a camisola amarela na Volta a Portugal em 63 vezes. 

Entre a sua terceira vitória, em 1958, e o advento de Joaquim Agostinho, a Volta registou os seguintes vencedores: Carlos Carvalho (1959), Sousa Cardoso (1960), Mário Silva (1961), José Pacheco (1962), João Roque (1963), Joaquim Leão (1964), Peixoto Alves (1965), Francisco Valada (1966), Anton Houbrecht (1967), Américo Silva (1968) e Joaquim Andrade (1969), este último por desclassificação de Joaquim Agostinho apanhado no controlo anti-doping.

No plano internacional marcou posição de grande relêvo, tendo sido o primeiro português a entrar no 'top-ten' do 'Tour' de França com um excelente 10º lugar em 1956. Registou mais duas presenças no 'Tour', obtendo o 76º lugar em 1958 e 65º em 1960.

Nas três edições da 'Vuelta' a Espanha que concluiu classificou-se sempre entre os vinte primeiros: 17º em 1957; 16º em 1958 e 18º em 1961.

Disputou inúmeras corridas além-fronteiras de entre as quais destacamos o 4º lugar no Madrid-Porto (1951), o 5º na Volta a Marrocos (1952) e a vitória na Clássica 9 de Julho, no Brasil (1955).

Após terminar a sua carreira continuou sempre ligado ao ciclismo, primeiro como técnico da equipa do Benfica nos anos 60, e depois como DirectorTécnico Nacional (de 75 a 78 e de 82 a 92) e é um dos prelectores oficiais dos cursos de formação da União Ciclista Internacional.

Foi ainda comentador de televisão na RTP nos tempos memoráveis das participações de Joaquim Agostinho no 'Tour' de França.


PALMARÉS  

1950 Campeão Nacional de Juniores 

1951 1º na Volta a Portugal, 1 etapa 1º no Circuito da Malveira 4º no Madrid-Porto 

1952 5º na Volta a Marrocos, 1 etapa 7 vitórias na Venezuela 

1953 1º no Circuito da Malveira 

1954 Campeão Nacional de Fundo Campeão Nacional de Velocidade 

1955 Campeão Nacional de Velocidade 1º na Clássica 9 de Julho (Brasil) 1º na Volta ao Sul do Save (Moçambique) 3º na Volta a Portugal, 6 etapas 1º no Circuito da Malveira 

1956 1º na Volta a Portugal, 10 etapas Campeão Nacional de Fundo Campeão Nacional de Velocidade 1º em Arageyez (Brasil) 8º nos Quatro dias de Dunquerque 10º no Tour de France 

1957 1º no Prémio do Porto 1º no Prémio de Lisboa 1º no Circuito da Curia 4º na Volta a Portugal 17º na Vuelta a España 24º no Paris-Nice 

1958 1º na Volta a Portugal, 8 etapas Campeão Nacional de Velocidade 1 etapa no Porto-Viseu-Porto 1º no Circuito dos Campeões (Figueira da Foz) 1º no Circuito da Curia 1º no Circuito de Grândola 1º no Circuito de Alpiarça 2º no GP Ribeiro da Silva 16º na Vuelta a España, 2º numa etapa 76º no Tour de France 

1959 Campeão Nacional de Velocidade 1º no GP Cidla, 3 etapas 7 etapas na Volta a Portugal 1º no GP Vilar, 4 etapas 1º no Criterium de Narbonne, França 1º no Circuito da Malveira 1º no Circuito de Rio Maior 

1º no Circuito de Vila da Feira 1º no Circuito de Fafe 1º no Circuito de Santo Tirso 1º no Circuito das Vindimas  1º no Circuito de Alenquer  1º no Circuito de Famalicão  4º na Clássica Porto-Lisboa 

1960 Campeão Nacional de Ciclo-Cross 1º no GP Vilar, 4 etapas 5º na Volta a Marrocos, 2 etapas 1º no GP Cidla 1º no Circuito da Malveira 1º no Prix de Pourdes 65º no Tour de France 

1961 Campeão Nacional de Ciclo-Cross 18º na Vuelta a España, 1 etapa 1 etapa na Volta a Portugal 1 etapa na Vuelta a Andaluzia 1º no Circuito de Vila da Feira 1º no Circuito dos Campeões (Figueira da Foz) 2º no Campeonato Nacional de Fundo  2º no GP de Sintra  31º no Paris-Nice

Fonte: FPC

“Ano novo, vida nova…”

Por: José Morais

Imagem: NP

Entramos em 2020, e muitos desafios se encontram pela frente, iniciamos já com novo visual, estamos de volta com força e vontade de trabalhar, e a  nossa primeira not~icia de 2020, vai para mais uma rúbrica de “FIGURAS MARCANTES DO CICLISMO LUSO”, desta vez falamos de Alves Barbosa.

Um bom 2020 para todos.

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