Um
amontoado de bicicletas de várias cores, ocupando uma área aproximadamente do
tamanho de um campo de futebol. Para alcançar o seu topo são necessárias gruas
e o impacto que causa não deixa ninguém indiferente. Se podia ser uma
instalação artística? Podia. Mas é, sim, uma outra forma de olhar para a
indústria de bike sharing [partilha de bicicletas] na China.
O
registo, por parte de um fotógrafo de Xiamen, no sudeste do país, pretende
mostrar a realidade vivida depois da falência de empresas responsáveis pela
prática de partilha de bicicletas, conta o The Guardian. O amontoado de
velocípedes é, na verdade, um cemitério onde repousam bicicletas de três
grandes empresas chinesas: Mobike, Ofo e Bluegogo, agora extinta.
A
prática de bike sharing cresceu na China, falando-se na Bluegogo como uma “Uber
das bicicletas”. Apenas com um smartphone era possível desbloquear as
bicicletas, que podiam ser usadas e deixadas em qualquer lugar, uma vez que
tinham um sistema GPS integrado que permitia a sua localização.
Contudo,
existem demasiadas bicicletas e pouca procura. A Bluegogo já pediu desculpa
pela situação, com o seu diretor executivo a assumir que foi “demasiado
arrogante”.
A
empresa, ao cobrar um pequeno valor por ciclos de 30 minutos, não aguentou a
concorrência de outras empresas que inundaram as cidades de bicicletas para
garantir que havia sempre veículos disponíveis: existem, em Xangai, 1,5 milhões
de bicicletas espalhadas pelas ruas.
Alguns
exemplos de bike sharing em Portugal
Em
Lisboa foi iniciado este ano um sistema de bicicletas partilhadas. Em vigor
desde 19 de setembro, o projeto “Gira” registou, durante o primeiro mês de
funcionamento, mais de seis mil viagens realizadas nas 100 bicicletas
disponíveis no Parque das Nações, segundo a Empresa Municipal de Mobilidade e
Estacionamento (EMEL).
Segundo
dados divulgados à Agência Lusa, entre 19 de setembro e 18 de outubro tinham
sido subscritos “860 passes, dos quais mais de 90% são anuais”.
A
marca “Gira” está disponível no Parque das Nações, São Sebastião, avenidas de
Roma e do Brasil e no Saldanha. Está previsto que o sistema se alargue até 140
estações, contando com 1.410 bicicletas.
A
empresa chinesa Ofo também chegou a Portugal, mais precisamente a Cascais. Em
outubro, dezenas de bicicletas amarelas marcaram presença frente aos Paços do
Concelho, marcando o início de um projeto em que Cascais é o município piloto
no país e utilizar a primeira plataforma e líder mundial no mercado de bike
sharing.
No
entanto, Cascais tinha já um sistema de bicicletas a funcionar, através da
MobiCascais (plataforma de mobilidade integrada), um programa destinado a
residentes, trabalhadores e visitantes do concelho.
Também
em Torres Vedras se partilham bicicletas, aproveitando a deixa para homenagear
Joaquim Agostinho, conhecido ciclista do concelho. As “Agostinhas” permitem
andar pela cidade, existindo 11 estações disponíveis e duas modalidades de
veículos: bicicletas a pedal ou elétricas. O objetivo é, sempre, proporcionar
uma forma de transporte urbano rápido e flexível, contribuindo ainda para a
prática de exercício físico.
Fonte:
Sapo on-line