Vuelta
começa no próximo sábado, em Málaga
Por:
Lusa
Foto:
Filipe Farinha
A
73.ª edição da Volta a Espanha em bicicleta vai contar com quatro portugueses
na estrada, divididos entre o dever de trabalhar para os líderes das suas
equipas e a vontade de "animar a corrida" e lutar por etapas.
Nelson
Oliveira (Movistar), José Mendes (Burgos-BH) e José Gonçalves e Tiago Machado,
ambos da Katusha-Alpecin, são os representantes nacionais na Vuelta, que começa
no sábado, em Málaga, e termina no dia 16 de setembro, em Madrid.
Dos
quatro participantes, Tiago Machado é o mais experiente, indo para a quinta
participação na Vuelta, tendo como melhor resultado um 32.º lugar em 2011,
sendo que o colega de equipa, José Gonçalves, é o mais azarado.
O
ciclista de Barcelos foi 34.º em 2015, mas abandonou as duas edições seguintes,
procurando pôr fim ao ciclo negativo na prova num ano em que tem estado em boa
forma, registando um 14.º lugar final na Volta a Itália.
Se
esse resultado lhe dá maior liberdade dentro da equipa, explicou à Lusa, o
objetivo é "igual ao do ano passado", ou seja, apoiar o russo Ilnur
Zakarin, terceiro em 2017, na luta pela camisola vermelha.
"Vamos
todos trabalhar, a minha intenção é essa. O meu trabalho dentro da equipa vai
ser de apoio ao Zakarin", completou, ainda que possa tentar atacar uma
vitória em etapa no decorrer dos 21 dias de competição.
José
Mendes representa a espanhola Burgos-BH, equipa de Pro Continental que recebeu
um convite da organização para se juntar às formações de WorldTour na prova, e
por isso a equipa quer estrear-se na maior prova de ciclismo espanhola a pagar
"a confiança dos organizadores".
"Vamos
tentar animar a corrida, com muitos dias em fuga. Esse é o principal objetivo
da equipa, e depois, seria excelente lutar por uma etapa. Em termos pessoais,
quero lutar por uma vitória", contou à Lusa.
A
temporada 2018 do campeão nacional de fundo em 2016 não começou da melhor
forma, com uma queda em março que resultou na fratura de uma clavícula, mas as
últimas provas, confessou, deram "confiança" e o regresso a "um
bom nível e boas sensações".
Em
julho, foi sexto classificado no Troféu Joaquim Agostinho e, já em agosto, com
a equipa a correr em casa, foi 12.º classificado na Volta a Burgos, que
funciona como tubo de ensaio para a Volta a Espanha.
Aos
33 anos, o corredor de Guimarães já experimentou as três grandes voltas e tem
como melhor resultado o 22.º na Vuelta em 2013, e apontou a "proximidade e
muito apoio" como a razão pela qual se adapta melhor, e também uma
possível explicação para uma melhor relação dos ciclistas lusos.
"O
apoio faz a diferença, em dias maus e bons. Às vezes, estar a chegar e ver uma
bandeira portuguesa, ou alguém a apoiar, já é uma motivação extra",
rematou.
Na
Movistar, que entra na corrida com dois líderes, o espanhol Alejandro Valverde,
campeão em 2009, e o colombiano Nairo Quintana, vencedor em 2016, está Nelson
Oliveira, que terá o papel de "trabalhar para a equipa".
No
contrarrelógio, a sua especialidade, Oliveira quererá "dar o máximo",
até porque o primeiro dia, um prólogo de oito quilómetros, pode colocá-lo nos
primeiros lugares, mesmo que a prova, um crono curto, seja "mais adaptada
a outros contrarrelogistas".
"No
outro [na 16.ª etapa, de 32,7 quilómetros], vou ver como chego a esse dia, em
que condições físicas", acrescentou.
À
entrada para a prova, o ciclista, quatro vezes campeão português de
contrarrelógio e uma de fundo, sente "boas sensações", numa temporada
em que o melhor resultado foi logo a abrir, com um 10.º lugar na geral final da
Volta ao Algarve.
De
todas as grandes voltas, a Vuelta é aquela em que o atleta de 29 anos se dá
melhor, registando um 21.º posto em 2015, ano em que venceu a 13.ª etapa.
Quanto
aos favoritos à vitória final, e sem o britânico Chris Froome (Sky) presente, o
homem da Movistar vê Valverde e Quintana como candidatos, mas também os
italianos Fabio Aru (UAE Team Emirates) e Vincenzo Nibali (Bahrain Merida),
ambos antigos campeões, e o colombiano Rigoberto Uran (Education First --
Cannondale Drapac), enquanto José Gonçalves vê como decisivas "as etapas
de alta montanha", apesar dos dois cronos individuais.
Fonte:
Record on-line