“Especial Dia das Mães: é
possível pedalar e maternar!”
Por: Melissa Nogushi
Sabe aquela história do case
ou compre uma bicicleta? Imaginem o nível hard quando a sociedade pensa nessa
relação se tratando de ter filhos, no meio de uma avalanche de informações
negativas ou positivas lançadas sem precedentes a uma grávida, o nível de
“loucura” que as pessoas associam a nós mães ciclistas, é intensificado.
No entanto, dentro da
normalidade da saúde, entende-se que gravidez não é doença e não sendo doença,
é possível seguir a vida normalmente, foi o que aconteceu comigo, engravidei em
2015, uma gestação planejada e desejada. Já pedalava desde 2011, e entrei no
ativismo concomitantemente. Quando engravidei passei os três primeiros meses da
gestação, que são considerados de risco, esperando ansiosamente esse período
passar para invadir as ruas com meu barrigão de bicicleta.
Quando chegou o dia que eu
completava os 3 meses peguei na bicicleta com o marido e fomos a uma feira. Era
perto de casa, o caminho era tranquilo, e depois desse dia não parei mais com
os pedais até ter a criança. Sempre que tinha uma oportunidade pegava a bicicleta
para me exercitar, e levar o bebé, para sentir a delícia que é estar sobre duas
rodas.
Após o parto passado o tempo
do resguardo e do amadurecimento da estrutura óssea do pequeno Ravi, retomamos
os pedais, quando ele completou 4 meses, ainda impossibilitado de sentar, ele
ia curtindo o calorzinho da mamãe amarrado no cinto. Foi o jeito mais seguro que
achamos de levá-lo quanto antes para dar início às suas aventuras. Foram muitas
pedaladas onde morávamos na época. Sempre saíamos para curtir a tarde, visitar
os avós, pegar um ventinho no rosto.
Quando ele atingiu entre sete
a oito meses já estava com suas habilidades para sentar bem comodamente,
investimos numa cadeirinha, mudamos para outra cidade vizinha da que residíamos
antes, e agora a gente se desloca, principalmente aos finais de semana, de
bicicleta com ele. É uma delícia sair em família para pedalar e ver o quanto
ele curte perceber a cidade e gritar uau!!! quando a gente pedala forte.
Eu conto essa história cheia
de orgulho para dizer a todo o mundo que, sim! É possível ser mãe e pedalar.
Não mudamos tanto a nossa rotina em relação as pedaladas urbanas, porque ele
nos acompanha sempre que possível.
Ravi é mais uma das mascotes
do Bike Anjo Belém. Participa nas atividades com certa frequência e daqui a
pouco estará passeando com a sua bicicletinha pelas ruas. Para provar que mamãe
não precisa deixar a bicicleta de lado, porque virou mãe. Muito pelo contrário.
A bicicleta é nossa grande aliada. É nossa luta diária por uma sociedade mais
justa, respeitosa e que garanta a todas as pessoas o direito à cidade.
Este artigo escrito por Melissa
Noguchi, 30 anos, mora em Belém do Pará. É jornalista e especialista em
cidadania e políticas públicas. Trabalha com assessoria de comunicação
sindical, empresarial e consultoria em comunicação para projetos sociais. É
Ativista da bicicleta e do parto humanizado, mãe do Ravi, autora do Blog ‘As
Aventuras de Ravi’ www.asaventurasderavi.blogspot.com ,
integrante do coletivo Ciclo mobilidade Pará, Bike Anja e conselheira da Região
Norte da União dos Ciclistas do Brasil (UCB).
Feliz dia das mães!
Fonte: Bike Anjas