Por: José Carlos Gomes
O Campeonato do Mundo de
Ciclismo entra, nesta quinta-feira, no período das provas de fundo. Serão
quatro dias de competição, com os juniores a serem os primeiros a experimentar
o percurso de Zurique, Suíça.
O centro das competições será
o circuito em redor da cidade-sede do Mundial, com 26,9 quilómetros de
perímetro e um traçado praticamente sem terreno plano. A seleção tanto pode
acontecer nas subidas – nas mais longas ou nas mais curtas e inclinadas – como
nas descidas, algumas bem técnicas e de grande pendente, potencialmente
perigosas, sobretudo nas provas que se disputem sob chuva, o que se prevê para
quinta, sexta e sábado.
Há duas subidas, catalogadas
como tal no circuito. A primeira, pouco depois da passagem pela meta, é em
Zürichbergstrasse. Uma rampa com 1100 metros de distância, oito por cento de
inclinação média, mas trechos que tocam os 15 por cento. A segunda subida,
Witikon, tem 2300 metros a 5,7 por cento de inclinação média. O resto do
percurso está, todavia, repleto de topos e estradas estreitas, o que tornará
todos os momentos de corrida importantes.
“A seleção pode acontecer em
qualquer altura: a subir, a descer, nas curvas. Será preciso boa colocação em
todos os instantes de corrida, sob pena de o pelotão se partir e quem ficar
para trás nunca mais conseguir recolar. E vai ser precisa arriscar em alguns
momentos”, avisa o selecionador nacional de estrada, José Poeira.
O selecionador nacional de
ciclismo feminino, José Luis Algarra, partilha dessa opinião e acrescenta que
se trata de “um circuito muito complicado tecnicamente e de uma altíssima
exigência física, sobretudo para as corredoras mais jovens”.
Os primeiros a experimentarem
os desafios das provas de fundo deste Mundial são os juniores, já na
quinta-feira. Às 9h00 partem Maria Constança Marques e Raquel Dias para uma
corrida de 73,6 quilómetros, com início em Uster e final em Zurique. As corredoras
irão completar volta e meia ao circuito de Zurique.
Às 13h15 será a vez de Daniel
Moreira e José Miguel Moreira saírem de Uster para uma jornada de 127,2
quilómetros, que inclui três voltas e meia ao desafiante percurso em torno de
Zurique.
Na sexta-feira, às 11h45, será
dado o tiro de partida para os 173,6 quilómetros da prova de fundo para sub-23
masculinos, uma corrida que se inicia em Uster e termina em Zurique, após
completadas quatro voltas e meia ao circuito de Zurique.
Portugal estará representado
pelo vice-campeão mundial de 2023, António Morgado, assim como por Alexandre
Montez, Daniel Lima, Gonçalo Tavares e Lucas Lopes. “São corredores de grande
experiência internacional, o que nos dá garantias de podermos trabalhar para um
bom resultado”, considera José Poeira.
No sábado é a vez de Ana
Caramelo e Daniela Campos competirem nos 154,1 quilómetros entre Uster e
Zurique, que englobam quatro voltas e meia ao circuito de Zurique. A corrida de
elite terá uma classificação absoluta, para a qual concorrem as duas portuguesas,
da qual será também extraída uma classificação de sub-23 para a qual é elegível
Daniela Campos.
A prova de fundo para os
masculinos de elite acontece no domingo, contando com Afonso Eulálio, Ivo
Oliveira, João Almeida, Nelson Oliveira, Rui Costa e Rui Oliveira em defesa das
cores nacionais.
A partida; às 9h30, será em
Winterthur, localidade onde está instalado o quartel-general da Seleção
portuguesa, estendendo-se por 273,9 quilómetros com 4470 metros de acumulado de
subida. Antes de cumprirem sete voltas e meia ao circuito de Zurique, os corredores
terão ainda de enfrentar duas subidas exigentes fora da cidade, destacando-se o
Kyburg, um “muro” com 1200 metros de extensão, inclinação média de 12 por cento
e pendentes que chegam aos 16 por cento.
Paraciclismo em competição
sexta e domingo
Além das provas de fundo de
ciclismo, Portugal estará representado nas corridas de paraciclismo. Já na
sexta-feira, às 7h30, corre Telmo Pinão na classe C2. A prova terá 62,7
quilómetros, praticamente planos, totalmente disputada no centro de Zurique, num
circuito urbano que será cumprido dez vezes.
No domingo, às 8h45, Flávio
Pacheco compete na prova de fundo de classe H4, uma corrida de 57,8
quilómetros, que começa com uma volta ao circuito das provas de fundo de
ciclismo, com todas as subidas e zonas técnicas desse traçado, antes do
regresso à cidade de Zurique, onde os paraciclistas irão completar cinco voltas
ao circuito urbano praticamente sem elevação.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo