Por: Anderson Ricardo Schörner
A bicicleta foi um dos
símbolos da independência feminina, no final do século XIX, a bicicleta se
difundia como meio de transporte e lazer e as mulheres, aos poucos,
conquistavam sua emancipação sobre duas rodas. Misteriosamente, porém, uma
doença relacionada ao pedalar surgiu e passou a assustar as senhoritas ciclistas.
Médicos da época afirmavam que
a posição e o esforço necessário para andar de bicicleta causavam uma expressão
de fadiga e exaustão, que ficou conhecida como o “rosto de bicicleta”,
especialmente relacionada ao público feminino.
Ainda sob um pensamento
machista dominante, pressionados pelos maridos e pais, os especialistas
incentivavam as mulheres a não pedalar, para que não ficassem com os lábios
deformados, olheiras, expressão de cansaço, mandíbula rígida e olhos
esbugalhados, alguns diziam que esses sintomas eram permanentes; outros
afirmavam que diminuíam se a pessoa passasse um longo tempo sem pedalar.
Periódicos médicos da época,
como o National Review, publicaram artigos de médicos como o britânico A.
Shadwell, que advertiu, em 1897: “o ciclismo como uma mania de moda tem sido
experimentado por pessoas que não se adequam a exercê-lo”, essa “doença”
provavelmente perdurou por muitos anos e deve ter deixado muitas mulheres
receosas, mas felizmente elas perceberam que a bicicleta era, ao contrário do
que os médicos afirmavam, um remédio para a saúde e um instrumento de liberdade
que marcaria para sempre a igualdade entre os gêneros.
Fonte: Revista Bicicleta