Qual o papel que o ciclismo
pode desempenhar na mitigação da crise climática?
Por: Rita Silva
Não é segredo que tomar
medidas para combater as mudanças climáticas não é mais uma opção. O setor de
transportes viu as suas emissões de gases de efeito estufa aumentarem
tremendamente nas últimas décadas, o que coloca o ciclismo como uma excelente
maneira de ver cidades neutras em carbono e mitigar os impactos da crise
climática.
Independentemente da cidade ou
país em que vivemos, uma coisa que podemos ter a certeza é que não haverá um
planeta B para chamar de lar. A ausência de esforço conjunto levará a um
aumento nas temperaturas globais além dos limites de 3 ° C, o que, por sua vez,
afetará irreversivelmente todos os ecossistemas existentes. Tomar medidas
urgentes para combater o aquecimento global, portanto, não é mais uma opção.
De acordo com o Relatório
Climático do IPCC da Organização das Nações Unidas, enfrentamos entre 2010 e
2019 os anos mais quentes já existentes. A maioria dos cientistas argumenta que
é um “desastre global” já se está a desenrolando nos polos da Terra, enquanto
alguns países já estão enfrentando impactos severos das mudanças climáticas,
que vão desde desastres naturais a escassez de alimentos e água. A questão é,
qual o papel que o ciclismo pode desempenhar na mitigação da crise climática?
A bicicleta parece ser a chave
para construir resiliência nas cidades, mudando os padrões de comportamento em
viagens, bem como trazendo estilos de vida mais saudáveis e melhor qualidade
do ar. Com efeito, a bicicleta não emite nenhum tipo de gás com efeito de
estufa, enquanto o seu custo e as infraestruturas de que necessita são mais
baratos do que qualquer tipo de veículo automóvel.
Ir de bicicleta para a escola,
para o trabalho ou para qualquer outro lugar exigirá apenas força nas pernas,
ao mesmo tempo que ajudará muito a reduzir a nossa pegada ecológica. O ciclismo
surge, portanto, como uma excelente medida a ser adotada e amplamente difundida
nas nossas cidades, para ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas,
ao mesmo tempo em que melhora a qualidade de vida de cada cidadão.
A crise climática é uma
questão complexa e global, que envolve questões económicas, sociais e políticas.
Trabalhar em procurar soluções sustentáveis exigirá uma resposta coordenada
globalmente, bem como esforços locais de países, regiões e cidades.
Enquanto a União Europeia
pretende reduzir em 90% as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao
transporte até 2050, a maioria dos países em desenvolvimento está empreendendo
ações para formular e implementar Planos Nacionais de Adaptação. De fato, em
2019, 120 países em desenvolvimento (de 153) estavam já a trabalhar para
melhorar sua adaptação ao clima e resiliência por meio desses planos nacionais,
onde a bicicleta certamente terá um papel a desempenhar também.
A mudança climática agora está
a afetar todos os países do mundo e está nas nossas mãos dar a volta por cima. Vamos
escolher andar de bicicleta sempre que possível em vez do automóvel, e vamos
contribuir para um futuro mais sustentável.
Fonte: Velo-City