No domingo, véspera do segundo
dia de descanso, o pelotão cumpre 181 quilómetros entre Gubbio e Siena, que
incluem 30 quilómetros de ‘sterrato’ habitualmente percorridos pelos ciclistas
na Strade Bianche
Por: Lusa
Foto: Photo by Luca Bettini /
AFP
O australiano Luke Plapp
conseguiu, finalmente, uma grande vitória europeia, ao fugir para o triunfo na
oitava etapa da Volta a Itália, que valeu um ‘prémio de carreira’ ao ciclista
italiano Diego Ulissi.
Para estrear-se a vencer em
grandes Voltas e no WorldTour, o corredor da Jayco AlUla, de 24 anos, ousou
atacar a 46 quilómetros da meta, deixando para trás os seus muitos companheiros
de aventura e cortando a meta em 04:44.20 horas.
“É de loucos, ainda não
consigo acreditar. Sinto que demorou muito tempo. Nunca tinha conseguido um
grande resultado na Europa, fiquei tão próximo no Giro tantas vezes, acontecer
hoje é muito, muito especial”, confessou Plapp, que tem seis títulos nacionais
(três de fundo e três de contrarrelógio) no currículo, além de uma etapa na
Volta à Grécia.
Um dos favoritos à vitória no
‘crono’ do segundo dia, o australiano caiu, mas não desistiu e, hoje, viu a sua
tenacidade recompensada, deixando o neerlandês Wilco Kelderman (Visma-Lease a
Bike) e Ulissi, respetivamente segundo e terceiro, a 38 segundos.
Apesar do triunfo de Plapp,
foi o italiano da XDS-Astana o grande vencedor da oitava etapa, ao vestir, pela
primeira vez na longa carreira, a ‘maglia rosa’. O ciclista de 35 anos, que
conta no currículo com oito etapas no Giro, lidera a geral com 12 segundos de
vantagem sobre o seu compatriota e companheiro Lorenzo Fortunato.
Depois de a sua equipa ter
decidido ‘abdicar’ da camisola rosa, Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe)
desceu a terceiro, a 17 segundos, tendo agora três de vantagem em relação ao
espanhol Juan Ayuso (UAE Emirates), que voltou a testar e a derrotar o esloveno.
Os 197 quilómetros entre
Giulianova e Castelraimondo, que contavam com uma contagem de montanha de
primeira categoria a meio da jornada, foram particularmente agitados, com a
frente da corrida a conhecer várias composições.
Primeiro, o antigo ‘maglia
rosa’ Mads Pedersen (Lidl-Trek) uniu-se a Mattia Cattaneo (Soudal-QuickStep) e
Davide de Pretto (Jayco AlUla), mas a iniciativa ‘morreu’ quando o dinamarquês
pontuou no primeiro sprint intermédio.
As tentativas continuaram, mas
foi a subida a Sassotetto a determinar quem seria bem-sucedido na jornada. Após
a primeira categoria, ficaram na frente nomes relevantes como Plapp, Kelderman
e Dylan van Baarle (Visma-Lease a Bike), Romain Bardet (Picnic PostNL) ou
Ulissi e Fortunado, num total de 17 ciclistas progressivamente dispersos em
vários grupos.
A Red Bull-BORA-hansgrohe, já
privada de Jai Hindley, decidiu ‘entregar’ a camisola rosa a um dos homens da
Astana, autorizando a fuga a ganhar quase seis minutos de vantagem, uma margem
inferior a cinco quando os favoritos cortaram a meta.
Nos derradeiros metros da
tirada, Juan Ayuso voltou a acelerar para ganhar tempo a Roglic, amealhando
mais um segundo, mas, sobretudo, mostrando estar mais forte do que o campeão de
2023.
“Foi um dia duro e no final
tivemos de deixar a camisola ir. Fizemos o nosso melhor, algumas vezes temos a
camisola, outras vezes perdemo-la. Mas ainda temos alguns dias pela frente”,
resumiu o sempre pragmático ‘Rogla’.
Afonso Eulálio (Bahrain
Victorious), o único português em prova, foi 67.º, a 07.57 minutos de Plapp, e
subiu à 89.ª posição da geral, a 41.02 do novo líder.
No domingo, véspera do segundo
dia de descanso, o pelotão cumpre 181 quilómetros entre Gubbio e Siena, que
incluem 30 quilómetros de ‘sterrato’ habitualmente percorridos pelos ciclistas
na Strade Bianche e que, com a perspetiva de chuva, se podem tornar potencialmente
perigosos.
Fonte. Sapo on-line