Por: Ivan Silva
A Volta a França de 2025
aproxima-se rapidamente, com menos de três meses a separar os adeptos da Grand
Depart, marcada para 5 de julho. Mas para os fãs franceses e especialmente os
mais patrióticos os olhos estarão postos num dia muito particular: 14 de julho,
Dia da Bastilha, quando o pelotão enfrentará a exigente Etapa 10.
Será uma etapa com peso
simbólico e desportivo. O destino? Le Mont-Dore, no coração do Maciço Central,
que, curiosamente, se encontra neste momento coberto de neve. As imagens
divulgadas esta semana pelas redes sociais oficiais do Tour mostram o cume do Puy
de Sancy em branco uma visão improvável para esta altura do ano.
Para já, o cenário é digno de
postal. E quem sabe, talvez Primoz Roglic, ex-saltador de esqui e forte
candidato à geral, se sinta particularmente em casa por lá…
O
percurso: duro, imprevisível e pronto para incendiar a geral
Com 163 quilómetros entre
Ennezat e o cume do Mont-Dore - Puy de Sancy, a etapa apresenta um perfil
montanhoso exigente, acumulando 4.400 metros de desnível positivo e sete
subidas categorizadas. Trata-se de um verdadeiro sobe e desce, quase sem
secções planas, que convida tanto à audácia dos fugitivos como aos primeiros
movimentos sérios dos candidatos à Camisola Amarela.
O terreno técnico e
imprevisível pode funcionar como armadilha ou como trampolim. A meio da segunda
semana, é o momento ideal para agitar a classificação geral e se a corrida
ainda não estiver totalmente aberta, o final poderá fazê-lo por si só.
Os últimos 3,3 km da etapa
sobem com uma pendente média de 8%, num final que convida os favoritos a
testarem-se. Não é uma chegada de alta montanha tradicional, mas o suficiente
para deixar ciclistas pelo caminho.
Homens de
clássicas vs trepadores — e o fator meteorológico
Se os sprinters estiverem de
fora e os trepadores apostarem em guardar forças para os Pirenéus, poderemos
ver um clássico caçador de etapas a brilhar. Será uma daquelas jornadas em que
a vitória pode surgir tanto de um ataque audaz de longe como de uma jogada
táctica nos últimos quilómetros.
E depois há o tempo. Com as
encostas ainda cobertas de neve em abril, a esperança é que até julho a
meteorologia colabore. A Etapa 10 será, sem dúvida, um dos pontos altos do
Tour, mas para isso é preciso que as estradas estejam tão limpas como o desejo de
atacar dos favoritos.
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