quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

“CURIOSIDADES: CONHEÇA A DOENÇA DO SÉCULO 19 QUE IMPEDIA AS MULHERES DE ANDAR DE BICICLETA”


Por: José Morais

No final século 19, o uso da bicicleta como meio de transporte e de lazer já estava difundido em alguns países. As mulheres também foram cada vez mais aderindo à utilização do veículo de duas rodas, sendo que passou a ser um dos primeiros sinais de independência e feminismo.

Talvez por isso uma “doença” relacionada com o uso da bicicleta tenha misteriosamente surgido, fazendo com que elas se sentissem com receio de subir na bike novamente. A tal condição foi nomeada com algo como o “rosto de bicicleta”, que os médicos passaram a advertir que poderia acontecer com as moças ciclistas.

Mas o que era isso exatamente? Segundo os médicos da época, o excesso de força ao pedalar, a posição vertical em duas rodas e ainda o esforço inconsciente para manter o equilíbrio poderia produzir uma expressão fatigada e exausta nas mulheres: o tal “rosto de bicicleta”. E, percebam, essa condição era alertada mais em relação ao público feminino.


Essa descrição foi até documentada no periódico médico Literary Digest, em 1895, segundo relatou um artigo de Joseph Stromberg, do site Vox. Os especialistas daquele período ainda relataram que a condição deixava as mulheres coradas, mas às vezes pálidas, com os lábios ligeiramente deformados, olheiras e a expressão de cansaço.

Quer mais? A condição ainda foi descrita como se deixasse as mulheres com a mandíbula rígida e apertada e olhos esbugalhados. Será que tudo isso era um tipo de “recalque” masculino para as mulheres não se divertirem e se deslocarem mais com as suas bicicletas? Provavelmente, sim, sendo uma forma de eles cortarem as asinhas das moças que queria ser mais independentes.

 

A invenção de uma doença

 

Uma menção desta “doença” também apareceu em 1897 no periódico médico National Review, em que o médico britânico A. Shadwell advertiu sobre os perigos de andar de bicicleta, especialmente para as mulheres, descrevendo "o ciclismo como uma mania de moda tem sido experimentado por pessoas que não se adequam a exercê-lo".

Além disso, havia quem dizia que a condição era permanente, enquanto outros sustentavam que se a pessoa passasse um tempo longe da bicicleta os sintomas da doença diminuiriam. Entre os judeus, era ainda alertado que se andasse de bicicleta no domingo, era culpa e condenação na certa.

Talvez na época isso tenha aterrorizado muitas mulheres, mas obviamente, a doença da “cara de bicicleta” não era algo real, o que nos leva à questão: porque os médicos estavam tão preocupados com isso? Pressão dos maridos, dos pais e de toda uma sociedade?

Como falamos anteriormente, era sim mais ou menos isso. Em 1890, na Europa e na América do Norte, as bicicletas passaram a ser vistas por muitos como um instrumento do feminismo. O veículo dava mulheres maior mobilidade, além de uma redefinição da feminilidade, de atitude e até da moda. Para os homens, era apenas mais um “brinquedo”, mas para elas a bicicleta abriu um mundo novo cheio de perspectivas.

Como não poderia deixar de ser, principalmente naquela época, a reação de médicos e homens da sociedade não foi positiva e, por isso, criaram várias razões para dissuadir a mulherada, inventando que andar de bicicleta não fazia bem. Eles diziam que era muito desgastante e inadequado para elas.

Os médicos afirmavam ainda que o uso do veículo não só causava a doença do “rosto de bicicleta” como também gerava cansaço, insônia, palpitações, dores de cabeça e depressão. Porém, ainda em 1897, a médica Sarah Stevenson Hackett, de Chicago, afirmou que o ciclismo não era prejudicial e que, na verdade, melhorava a saúde.

Isso pode ter aliviado para algumas mulheres, mas provavelmente o mito da doença do “rosto de bicicleta” ainda tenha perdurado por muitos anos, fazendo com que elas ficassem com receio de pedalar.

“Red Bull - BORA - hansgrohe e Cofidis juntam-se ao pelotão da 4.ª Edição da Figueira Champions Classic / Casino Figueira”


Há mais duas confirmações para a 4.ª edição da Figueira Champions Classic / Casino Figueira, que contará com a presença da Red Bull - BORA - hansgrohe, formação do escalão máximo WorldTour, e da UCI ProTeam Cofidis, num claro sinal do crescimento internacional desta prova integrada no calendário UCI ProSeries. A competição realiza-se a 14 de fevereiro de 2026 e irá atravessar as 17 freguesias do Município da Figueira da Foz.

A Red Bull - BORA - hansgrohe, equipa oriunda da Alemanha, ocupa atualmente o 6.º lugar do ranking mundial. Com esta confirmação, passam a ser cinco as equipas WorldTour já garantidas na Figueira Champions Classic / Casino Figueira, antecipando-se uma estreia marcada por elevado nível competitivo e grande espetáculo.

Por sua vez, a sétima confirmação entre as Pro Teams chega de França. A Cofidis, atual 20.ª classificada do ranking mundial, regressa à Figueira da Foz, voltando a competir nas belas paisagens deste município. 


A organização recorda ainda que a prova contará com transmissão televisiva, através da Eurosport e da Sport TV, assegurando uma ampla cobertura do evento.

No dia seguinte à clássica, 15 de fevereiro de 2026, realiza-se o Granfondo Figueira Champions Day, evento destinado a ciclistas amadores que, em pleno período de Carnaval, animará a cidade da Figueira da Foz. A prova percorrerá parte do percurso dos profissionais e as inscrições encontram-se abertas no site oficial do evento - https://www.figueirachampionsclassic.com  

 

CONFIRMAÇÕES ATÉ AO MOMENTO 

12 equipas do pelotão internacional

 

World Tour: 

- Movistar Team (Espanha); 

- Lidl-Trek (Estados Unidos da América);

- NSN Cycling Team (Suiça);

- EF Education (Estados Unidos da América);

- Red Bull - BORA - hansgrohe (Alemanha).

 

Pro Teams:

- Caja Rural - Seguros RGA (Espanha); 

- Kern Pharma (Espanha); 

- Polti - VisitMalta (Itália); 

- Team TotalEnergies (França);

- Tudor Pro Cycling Team ( Suiça); 

- Euskaltel - Euskadi (Espanha); 

- Cofidis (França).

Fonte: Figueira Champions Classic

“Tadej Pogacar vai correr ciclocrosse na Bélgica este fim de semana? Organizadores de Gullegem tentaram torná-lo possível”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Este inverno de ciclocrosse podia ter tido um momento de destaque: os organizadores do Gullegem Cross, marcado para 03/01/2026, contactaram a gestão de Tadej Pogacar para o tentar trazer à corrida. Não resultou, mas pode acontecer no futuro.

No meio da segunda metade do bloco natalício, a prova da Superprestige surge encaixada entre vários eventos de alto nível. Isso significa, porém, que será uma das raras corridas deste período sem Mathieu van der Poel nem Wout van Aert. Um duro golpe para os organizadores.

Havia orçamento e, por isso, foi feita uma chamada a Alex Carera, agente de Tadej Pogacar, numa tentativa de garantir a grande surpresa à partida. “Começámos a procurar outra figura de cartaz para a nossa corrida de ciclocrosse. Um corredor mesmo muito bom, por assim dizer. Essa descrição encaixa em Tadej Pogacar”, explicou o organizador Stijn Tant à Sporza.

Embora pareça fora do comum, não seria um choque total: o esloveno correu na disciplina, foi campeão nacional nos escalões jovens antes de assinar pela UAE Team Emirates - XRG, e competiu pela última vez em dezembro de 2022, na Eslovénia.

Recentemente, o diretor desportivo da UCI, Peter van den Abeele, também defendeu que, se a equipa lhe desse luz verde, Pogacar gostaria de voltar a competir em ciclocrosse.

Pogacar gosta de introduzir variáveis no calendário para se manter fresco mentalmente, e não se pode descartar um regresso à disciplina no futuro. Mas isso não acontecerá para já.

“No fim, disseram-nos que não, porque Pogacar estaria ausente em estágio. Não encaixava no planeamento”, explicou Tant. “Pensámos que encontraríamos alguém representativo, ao nível de Tadej. Mas não chegámos a acordos concretos. Ainda assim, temos de acreditar”. Mas acrescentou também que “já estabelecemos contactos”.

Quanto ao evento, haverá uma grande after-party para atrair mais público além das corridas de ciclocrosse. “Somos uma organização entusiasta, sempre à procura de novidades. Por exemplo, vamos abrir um ‘Kuhstall’, onde combinaremos ciclocrosse e après-ski”.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclocrosse/tadej-pogacar-vai-correr-ciclocrosse-na-belgica-este-fim-de-semana-organizadores-de-gullegem-tentaram-torna-lo-possivel

"O Cicloturismo em Palmela 35° Anos de Rigor vs. a Realidade dos Bastidores"


A propósito da recente notícia de José Morais sobre a segurança e os seguros no cicloturismo, a Associação Desportiva Palmela (ADP) considera necessário esclarecer, com total transparência, a realidade de quem organiza eventos com responsabilidade, rigor e respeito pela lei.

No nosso 35.º Passeio Cicloturista (2025), com quase 200 inscritos, o valor de inscrição foi de apenas 7,50€.

Perguntam se o ciclista está seguro?

Na ADP, a resposta não se baseia em opiniões — baseia-se em factos, contratos e faturas.

1. O que garantimos por 7,50€?

Para que cada participante pudesse pedalar com segurança, conforto e dignidade, a ADP assumiu os seguintes custos:

Segurança e Legalidade (custos fixos):

Foram pagos 1.166,79€, devidamente faturados, referentes a:

Escolta e pareceres da GNR

Seguro de Acidentes Pessoais

Seguro de Responsabilidade Civil

Apoio da Cruz Vermelha

Licenças Municipais

Só nisto.

E falta isto tudo.

Logística e Alimentação (qualidade, não mínimos):

1000 garrafas de água

230 kg de melancia

36 garrafas de sumo (2L)

1000 carcaças

Etc...

Mérito e Tradição:

Lembrança individual (oferta parceiros)

Troféus para Equipas: Participação, Mais Numerosa e Mais Distante

Troféus para participantes Masculino e Feminino: Mais Jovens e Veteranos

Flores para todas as senhoras (ramos não flores, oferta parceiros)

Nada disto é improvisado.

Tudo isto tem custos reais.

2. A irresponsabilidade que sufoca as associações clubes núcleos etc...

Um dos maiores problemas enfrentados pelas organizações é a irresponsabilidade de muitas equipas, e também alguns indivíduais.

Inscrevem números elevados de ciclistas e, no dia do evento, uma parte significativa não comparece.

Como o pagamento é feito no local, a ADP suporta sozinha:

Este ano já fizemos pressão para muitos pagarem antecipadamente, se em praticamente todas as iniciativas se pagam antes porque não o cicloturismo também não pagarem..

o desperdício de alimentos já comprados. (desperdício e dado sempre a instituições)

o custo do policiamento, que é calculado e pago à GNR com base no número de inscritos

Ou seja, quando uma equipa falta, a organização paga uma escolta sem necessidade.

Este comportamento penaliza diretamente quem cumpre a lei e organiza com seriedade.

3. Desmistificar o mito do “lucro”

No início deste ano, fomos acusados de a ADP ( Madaíl Claro) se estar a "aproveitar “da modalidade, em Palmela.

Os números são claros e irrefutáveis:

2024: saldo final negativo

2025: saldo positivo inferior a 30€

Trabalhar durante meses, mobilizar voluntários, assumir riscos legais e financeiros para terminar com menos de 30€ não é negócio.

É carolice extrema.

Tal como no Moscatel que, apesar do nome de Setúbal, todos sabem que o melhor nasce em Palmela, a qualidade exige respeito, rigor e recursos.

4. O futuro: 2026 com mudanças inevitáveis

O espírito de sacrifício tem limites.

O passeio realizar-se-á em 2026, mas com mudanças profundas.

Não apenas por razões financeiras, mas pelo cansaço acumulado, pela falta de reconhecimento e pela irresponsabilidade recorrente de quem não honra as inscrições que faz.

Organizar com o rigor que a lei exige tem custos que 7,50€ já não suportam.

Uma coisa, porém, é inegociável:

a ADP nunca cortará na segurança.

Se não existirem condições para manter o nível de exigência dos últimos 35 anos, preferimos parar com a consciência tranquila de dever cumprido, no passado também já fizemos como muitas organizações, tem seguros pessoais podem vir, tem seguros de alguma federação! Podem vir.

E já agora! A organização não se responsabiliza por nada.

Por isso e que mais ou menos a uns 15 anos atrás no passeio de cicloturismo de Palmela ouve uma queda uma pessoa que dizia ter seguro da FPCUB, o Presidente da mesma me contactou a mim e a junta de Palmela para pagarmos as despesas porque o evento não tinha solicitado seguro.

E que o seguro do atleta não cobria, na altura nem questionei pagamos as despesas. Foi basicamente só medicação mas ainda foi algum €€€.

Enfim...

Em 2026, as estradas de Palmela continuarão a ver-nos passar,

mas apenas com a dignidade que o trabalho voluntário da ADP merece.

A Direção

Ficha Técnica

  • Titulo: Revista Notícias do Pedal
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  • Subdiretor: Helena Ricardo Morais
  • Periodicidade: Diária
  • Registado: Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº: 125457
  • Proprietário e Editor: José Manuel Cunha Morais
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  • Redacção: José Morais
  • Fotografia e Vídeo: José Morais, Helena Morais
  • Assistência direção, área informática: Hugo Morais
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