Por: Carlos Silva
O Campeonato do Mundo no
Ruanda será certamente um dos pontos altos do ano de 2025, sendo a primeira vez
que o continente africano recebe uma prova desta dimensão e envergadura e terá
um percurso que promete uma corrida onde concerteza não faltará espetáculo.
Simultaneamente, devido aos elevados custos com as viagens, às exigências de
vacinação, à dureza do percurso e ao elevado desnível de acumulado da prova, há
quem esteja relutante em fazer disso um objetivo.
Serge Pauwels, selecionador
nacional belga, esteve recentemente em Espanha e teve oportunidade de falar com
muitas das suas potenciais escolhas. "Falei com 20 a 25 ciclistas em
Espanha, da Soudal-Quick Step, Lotto, Visma-Lease a Bike, Decathlon-AG2R e
Lidl-Trek. As outras equipas seguir-se-ão mais tarde, durante as
clássicas", disse Pauwels no programa Vive le Vélo. "Procurei o maior
denominador comum das equipas neste período do ano em Espanha e sinto o apreço
de todos por falarmos a tempo."
"Fala-se muito nisso, mas
ninguém disse que não. Vou ser vacinado em breve, porque vou fazer o
reconhecimento durante a Volta ao Ruanda, no final de fevereiro/início de
março. Espero poder fazer isso de bicicleta, porque o calor, a altitude e a
humidade ainda se sentem melhor na bicicleta. Embora eu já não seja uma
referência", sorriu.
É muito cedo para muitos
declararem as suas intenções de correr no Ruanda, como Tadej Pogacar ou Jonas
Vingegaard. Os belgas têm em Remco Evenepoel um claro candidato à vitória se
estiver no seu melhor e em Wout van Aert outra carta muito forte. Lennert van
Eetvelt, Tiesj Benoot, Tim Wellens e Dylan Teuns podem também ser figuras muito
importantes numa corrida com mais de 5000 metros de desnível acumulado, num
percurso bastante longo.
Depois de um percurso difícil
também no Campeonato da Europa, muitos poderão provavelmente combinar as duas
corridas e tentar atingir a melhor forma física para esse período da temporada,
uma vez que este ano as provas se realizam muito próximas uma da outra.
"Quase todos os ciclistas me disseram que têm ambições para o Campeonato
do Mundo ou para o Campeonato da Europa. Durante um estágio destes, temos tempo
para falar e sobretudo, para ouvir o que os próprios ciclistas querem. Eu sou o
responsável pela seleção, mas com ciclistas de topo como estes é preciso
podermos conversar".
Pauwels saiu de Espanha com um
bom feedback dos os seus atletas e a seleção belga será, sem dúvida, uma das
que merecerá muita atenção. "Não vou olhar para corridas específicas
durante a primavera, mas teremos uma ideia geral das curvas de forma. Em junho,
que é relativamente cedo, quero fazer uma pré-seleção. Será mais cedo do que
noutros anos, mas isso também tem a ver com as vacinas. Tenho na minha cabeça
pouco mais de 10 ciclistas para essa pré-seleção. Não serão certamente 15 ou
20. O Tour será decisivo? Isso tem um papel importante, mas não haverá
surpresas, certo? Antes da Volta, quero ter uma boa ideia da minha
seleção".
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