Por: José Carlos Gomes
A Seleção Nacional disputa,
neste domingo, a prova de fundo para elite do Campeonato da Europa de Estrada,
em Trento, Itália. O selecionador nacional, José Poeira, não tem dúvidas: tendo
em conta o percurso e a qualidade da equipa, Portugal ambiciona um “excelente
resultado”.
A corrida, com início às 11h45
(hora portuguesa), terá 179,2 quilómetros. Os primeiros 73,2 serão percorridos
fora do circuito de Trento, na primeira prova que sai do traçado urbano. Este
troço inicial não serve apenas para aumentar a quilometragem, podendo ser
decisivo, devido às subidas duras, mas também às descidas exigentes, íngremes e
técnicas.
Após o trajeto fora da cidade,
com potencial para ser explosivo, entra-se no circuito de Trento, que quase não
tem momentos de descanso: à subida segue-se uma descida que exige concentração
máxima e o troço plano, no interior da cidade, é marcado por constantes viragens
e mudanças de direção. O pelotão de elite vai completar nove voltas a este
circuito.
“O
percurso é muito seletivo. É dos mais bonitos e bem desenhados dos Campeonatos
da Europa em que participei. O trajeto fora do circuito é muito difícil, com
subidas acentuadas e descidas que também podem fazer a diferença, porque são
estreitas, obrigando o pelotão a andar enfilado, podendo partir-se a qualquer
momento. A última descida, com 12 quilómetros, poderá fracionar o pelotão.
Algumas seleções pretendem que a corrida entre já definida no circuito final. O
circuito, sem qualquer ponto de recuperação, irá ajudar a selecionar ainda mais
os potenciais candidatos à vitória”, antecipa José Poeira.
João Almeida concorda com a análise do selecionador. “A volta inicial, se for atacada ou ultrapassada com um passo alto, vai fazer grandes diferenças. O circuito final é sempre de sobre e desce, vai-se tornando duro com a passagem das voltas. Estou a sentir-me bem, espero amanhã também estar com estas sensações. O objetivo é trabalhar em equipa e, no final, vermos quem está melhor para lutar pelo resultado. Vamos dar o nosso melhor”, promete João Almeida. O caldense, que amanhã usará o dorsal 62, foi hoje reconhecer o traçado, na companhia dos restantes elementos da Seleção, Rui Costa (63), Rúben Guerreiro (64), Nelson Oliveira (65), Rui Oliveira (66) e Rafael Reis (67).
Nelson Oliveira destaca o
facto de a corrida “não ser tão longa como estamos habituados em Mundiais e
Europeus, mas é uma prova com um grande desnível. Temos uma excelente equipa,
uma das melhores dos últimos anos. Creio que podemos fazer um bom Campeonato da
Europa. Vou ajudar os meus companheiros a colocarem-se bem nos pontos mais
perigosos. Quando surgirem os ataques, tentarei fechar espaços para nos mantermos
na discussão até ao momento de fazer a diferença para os demais”.
“A chave
para amanhã é termos espírito de equipa, unirmo-nos em torno de um único
objetivo: fazer um grande resultado neste Europeu. Hoje deu para ver que
estamos todos fisicamente bem para enfrentar esta competição. Apesar de curta,
vai ser uma prova muito intensa. Creio que será fundamental correr sempre na
frente, estar atentos. O percurso é muito seletivo. Acredito que seja muito
atacado nas últimas três voltas. No meu parecer, acho possível que chegue um
grupo pequeno, mas depende sempre de os sprinters conseguirem passar ou não as
dificuldades”, antevê Rui Costa.
“Este
percurso agradou-nos, a mim e aos corredores, pelo que ambicionamos fazer um
excelente resultado. Além de termos uma equipa com grande qualidade, a
experiência destes ciclistas também será determinante e poderá ajudar a
alcançarmos os nossos objetivos”, conclui José Poeira.
A prova pode ser vista em
direto no Eurosport, a partir das 12h15.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo