terça-feira, 4 de novembro de 2025

“Suspensão de Lazkano: Brian Holm fala em “sinais visíveis muito antes da UCI agir”


Por: Ivan Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

As consequências da suspensão de Oier Lazkano continuam a fazer eco no mundo do ciclismo. O espanhol, que foi afastado após análises anómalas no passaporte biológico, mantém-se suspenso pela UCI enquanto o caso avança. Mas, segundo Brian Holm, antigo diretor desportivo da Quick-Step e uma das vozes mais respeitadas do pelotão, os sinais de alerta estavam à vista muito antes de o organismo regulador agir.

Em declarações ao Feltet, o dinamarquês apontou o que considera ter sido uma ascensão demasiado rápida do ciclista.

“Oier Lazkano veio do nada, de repente podia fazer um pouco de tudo. É claro que pode haver razões naturais. Mas se tivéssemos de traçar o perfil de alguém suspeito, provavelmente seria ele. Consegue correr as Clássicas e subir, e eu penso: ‘De onde é que ele veio?’”

A declaração surge poucos dias depois de Lazkano ter sido dispensado pela Red Bull - BORA - hansgrohe, apenas meses após a transferência da Movistar Team, onde os seus desempenhos excepcionais chamaram a atenção do pelotão. O espanhol protestou a sua inocência e prometeu defender-se “até ao fim”, mas o impacto da suspensão já é profundo.

 

“Esta não é a primeira nem a última vez que vamos ver”

 

Holm, conhecido pelo seu tom direto, tentou enquadrar o episódio num contexto mais amplo.

“Eles hão-de voltar. Esta não é a primeira nem a última vez que vamos ver. É claro que algumas pessoas serão apanhadas. É preciso ser ingénuo para pensar que não serão.”

Para o dinamarquês, o caso não deve ser lido como um retrocesso para o ciclismo, mas sim como um sinal de que os mecanismos de controlo funcionam.

“Alguns dirão que o desporto está pior. Eu diria que está melhor, porque alguém reage.”

A sua perspetiva é pragmática: o aperto nos controlos antidopagem faz parte de um desporto que ainda procura equilibrar o talento e a ética competitiva, décadas depois dos escândalos que abalaram a modalidade.

 

Dúvidas sobre a vigilância interna das equipas

 

Embora Holm evite acusações diretas, deixa no ar uma crítica implícita à forma como as equipas gerem os seus controlos médicos internos.

“Surpreende-me que os médicos da equipa não tenham estado mais atentos.”

O ex-diretor recordou um episódio dos tempos da HTC-Columbia, onde a suspeita bastou para agir:

“Tínhamos o (Serhiy) Honchar. O nosso médico percebeu que algo parecia estranho, de repente ele conseguia andar tão depressa. Analisaram todos os valores sanguíneos e ele acabou por ser libertado. Apesar de não termos podido provar nada. Acabámos por ir a tribunal, mas a equipa ganhou.”

Holm sublinhou, contudo, que sem acesso aos dados biológicos, é impossível fazer juízos concretos:

“É impossível dizer quando não temos os valores sanguíneos. Não sou perito e não sei qual foi a dimensão das flutuações. Mas não consigo imaginar ninguém a encobrir nada hoje em dia... Não acho que alguém esteja a fazer vista grossa. Antes pelo contrário.”

 

“Um choque, mas não uma surpresa”

 

O ex-diretor dinamarquês reconhece que a notícia causou choque no pelotão, mas não surpresa.

“Se alguém ia ser apanhado, não me surpreendeu que fosse ele, sem que eu pudesse realmente dizer porquê.”

A análise de Holm é, no fundo, um alerta sobre o estado permanente de vigilância que ainda molda o ciclismo moderno. O caso Lazkano volta a expor a tensão entre o progresso do desporto e a sombra persistente da desconfiança.

Enquanto a UCI continua a investigação e Lazkano prepara a sua defesa, o episódio serve de lembrete de que a credibilidade conquistada ao longo de anos pode desmoronar em dias e que, como diz Holm, “a ingenuidade é o primeiro passo para voltar atrás”.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/suspensao-de-lazkano-brian-holm-fala-em-sinais-visiveis-muito-antes-da-uci-agir

"Vemos talentos que desistem aos 21 ou 22 anos, perdem completamente a alegria": Tiesj Benoot alerta para a pressão precoce no ciclismo”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Tiesj Benoot lançou um aviso sobre o rumo que o ciclismo de estrada está a seguir, denunciando uma cultura de profissionalização precoce e de pressão constante que, segundo o belga, pode levar muitos jovens talentos a esgotarem-se mental e emocionalmente antes mesmo de atingirem o seu auge.

No podcast de Thomas Guenter, o ciclista da Team Visma | Lease a Bike, de 31 anos, refletiu sobre a transformação radical do desporto desde a sua chegada ao pelotão profissional, em 2015. Enquanto Benoot recorda uma juventude equilibrada e sem obsessões, acredita que as novas gerações vivem hoje sob uma rigidez quase absoluta.

"É uma tendência no ciclismo que tudo se torne muito sério numa idade muito jovem", explicou. "Há cada vez mais estrutura, mais dados, mais controlo. Com a tecnologia, tudo pode ser medido e conhecido, e isso cria uma pressão enorme".

 

A influência das redes sociais e a perda de prazer

 

Para Benoot, o fenómeno é amplificado pelas redes sociais, que fomentam um modelo de perfeição difícil de sustentar. "Os jovens ciclistas podem ver tudo o que um profissional faz, por exemplo, fotos de pessoas a pesar a comida. E não me parece que essa seja uma boa tendência", observou.

O belga teme que essa obsessão com a disciplina absoluta possa estar a destruir o prazer e a espontaneidade que deviam acompanhar os primeiros anos de carreira. "Vemos talentos que desistem aos 21 ou 22 anos", lamentou. "Começaram a andar de bicicleta por diversão, mas com todos estes pequenos detalhes perdem completamente a alegria e acabam por ter problemas mentais".

Benoot, vencedor da Strade Bianche de 2018, fez uma comparação direta entre o ambiente atual e o que viveu na adolescência. "Quando eu tinha 18 anos, sair com os amigos no bairro de Overpoort, em Gante, fazia parte da vida. Hoje, é um pouco assustador ver como é pequeno o círculo social dos jovens ciclistas", confessou.

O belga apontou também o papel excessivo de alguns pais, que pressionam os filhos desde cedo: "Em muitos casos, os pais tentam realizar os seus próprios sonhos através dos filhos, e isso acaba por roubar-lhes a liberdade e a alegria".

 

Um desporto à procura de equilíbrio

 

As palavras de Benoot surgem num contexto em que o WorldTour assiste a uma explosão de jovens prodígios, alguns ainda adolescentes, que chegam ao topo com sucesso imediato, mas com trajetórias potencialmente curtas. As equipas investem fortemente em academias e programas de formação, mas o ciclista belga defende que a saúde mental e o prazer pelo desporto devem continuar a ser prioridades.

"O profissionalismo é importante", reconheceu Benoot, "mas é preciso garantir que o ciclismo não se transforma apenas em números, watts e controlo. A paixão é o que nos faz durar".

Num desporto cada vez mais obcecado com a perfeição e os ganhos marginais, o apelo de Tiesj Benoot soa como um lembrete urgente: o talento precisa de espaço para crescer, e de alegria para perdurar.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/vemos-talentos-que-desistem-aos-21-ou-22-anos-perdem-completamente-a-alegria-tiesj-benoot-alerta-para-a-pressao-precoce-no-ciclismo

“António Carvalho suspenso provisoriamente por anomalias no passaporte biológico”


Ciclista foi duas vezes terceiro na Volta a Portugal

 

Por: Lusa

Foto: João Fonseca

O português António Carvalho, duas vezes terceiro classificado na Volta a Portugal, foi suspenso provisoriamente pela União Ciclista Internacional (UCI) devido a anomalias no passaporte biológico.

Na lista de suspensões provisórias da federação internacional, hoje atualizada, consta o nome do português de 36 anos, que foi terceiro na Volta em 2022 e 2023.

António Carvalho conquistou duas edições do Grande Prémio Jornal de Notícias (2015 e 2018) e venceu por duas vezes no alto da Senhora da Graça (2019 e 2022), somando ainda outro triunfo em etapas na prova 'rainha' do calendário nacional, em 2020, e sagrando-se 'rei' da montanha em 2014.

Na sua carreira, o ainda ciclista do Feirense-Beeceler representou a LA Alumínios-Antarte (2013-2014), antes de mudar-se para W52-Quinta da Lixa, depois denominada W52-FC Porto, onde esteve até 2019. Passou, depois, pela estrutura da Efapel, antes de transferir-se para a equipa de Santa Maria da Feira.

Em comunicado, a UCI detalha que a suspensão provisória do corredor natural de São Paio de Oleiros, concelho de Santa Maria da Feira, se fica a dever a "anomalias inexplicáveis" no seu passaporte biológico em 2018, 2023 e 2024.

"A UCI não fará mais comentários enquanto o processo estiver a decorrer", lê-se em comunicado do organismo.

O passaporte biológico é um 'mecanismo' que se baseia na monitorização de determinados parâmetros biológicos (através de amostras de sangue e de urina), que, de uma forma indireta, podem revelar os efeitos da utilização de substâncias ou métodos proibidos.

Fonte: Record on-line

“Telmo Pinão é o novo Selecionador Nacional Paraciclismo”


A Federação Portuguesa de Ciclismo anuncia a nomeação de Telmo Pinão como novo selecionador nacional de Paraciclismo

 

Com uma formação sólida na área e uma vasta experiência competitiva, Telmo Pinão traz para o cargo um conhecimento profundo do ciclismo adaptado e um compromisso inabalável com o seu desenvolvimento em Portugal.

A FPC está confiante de que, sob a sua liderança, o Paraciclismo nacional alcançará novos patamares de excelência e continuará a afirmar-se no panorama internacional.

 

Um percurso de superação e inspiração

 

O anúncio surge poucos semanas após o atleta português ter colocado um ponto final na sua carreira desportiva, durante o Campeonato do Mundo de Pista de Paraciclismo, no Rio de Janeiro.

Ao longo de uma carreira de 15 anos marcada pela determinação, profissionalismo e espírito de superação, Telmo Pinão afirmou-se como uma das figuras mais emblemáticas do Paraciclismo português, tendo representado o país ao mais alto nível em inúmeras competições internacionais.

Entre os momentos mais marcantes, destacam-se as três participações consecutivas nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024, bem como o título de Vice-Campeão Europeu conquistado em 2021.

Com uma carreira exemplar e um profundo conhecimento técnico e humano do desporto, Telmo Pinão inicia agora um novo capítulo, colocando a sua experiência ao serviço da Seleção Nacional de Paraciclismo e das futuras gerações de atletas.

A Federação Portuguesa de Ciclismo saúda esta nova etapa e deseja ao selecionador os maiores sucessos no desempenho das suas novas funções.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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