Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Tadej Pogacar assinou este
domingo uma das exibições mais impressionantes da sua carreira ao vencer, pela
segunda vez, a Volta à Flandres, isolando-se no topo do Oude Kwaremont e
cruzando a meta em Oudenaarde sozinho, perante um pelotão repleto de estrelas
como Wout van Aert, Mathieu van der Poel e Mads Pedersen.
Na conferência de imprensa
após a prova, o esloveno da UAE Team Emirates – XRG mostrou-se visivelmente
emocionado com a conquista.
“É difícil descrever o que
esta vitória significa para mim. Toda a semana foi fantástica. E depois, correr
no Kwaremont, nas restantes subidas, com aquela multidão... foi realmente
incrível”, declarou Pogacar, ainda a digerir o feito.
Apesar do domínio na fase
decisiva da corrida, Pogacar garantiu que nada foi fácil. Foram necessárias
várias acelerações antes de conseguir deixar para trás os seus principais
rivais.
“Tentei endurecer a corrida em
todas as subidas. Só na última passagem pelo Oude Kwaremont é que consegui
finalmente abrir um espaço. Antes disso, todos estavam muito fortes. Até pensei
que me tivesse gasto demasiado na segunda passagem. Mas, ao chegar ao topo e
ver que não vinha ninguém, percebi que era a minha oportunidade.”
“O Mathieu estava muito forte.
Não tinha a certeza de que conseguiria deixa-lo para trás, especialmente depois
de o ver responder aos primeiros ataques. Mas continuei a acreditar e a dar
tudo até ao fim.”
Pogacar não deixou de elogiar
a qualidade do pelotão, reconhecendo que faz parte de uma geração excepcional.
“Estamos numa era fantástica
do ciclismo. Os rivais que tenho são grandes campeões e boas pessoas. Correr
com eles torna tudo ainda mais especial. Esta vitória deve-se também à presença
deles, aos adeptos, e claro, à minha equipa.”
O esloveno revelou ainda uma
conversa breve com Van der Poel no início da corrida, quando ambos optaram por
seguir numa movimentação que antecipava possíveis cortes.
“Queríamos evitar ficar presos
lá atrás. Sabíamos que um grupo pequeno podia escapar e queríamos fazer parte
disso. Foi mais uma questão de segurança do que táctica.”
Uma UAE
coesa apesar dos contratempos
A vitória foi também uma
demonstração de força coletiva da UAE Team Emirates – XRG, que mesmo com baixas
importantes conseguiu executar na perfeição o plano traçado.
“Foi uma corrida caótica, com
várias quedas. Perdemos o Jhonatan Narváez e o Tim Wellens cedo. O Florian
Vermeersch teve de fazer perseguição quase toda a corrida. Mas todos estiveram
incríveis. O Mikkel Bjerg foi fenomenal, muitas vezes não se vê o trabalho que
ele faz, mas é incrível. E o António Morgado foi uma revelação. Está a
tornar-se um grande campeão.”
“Tínhamos um plano: tornar a
corrida dura para eu tentar fazer a diferença no Kwaremont. E conseguimos.”
Questionado sobre a reação do
pelotão após uma das quedas, Pogacar revelou alguma frustração:
“Gostava que o pelotão tivesse
esperado um pouco mais, porque o Tim e o Florian ficaram mesmo muito para trás.
Mas todos estavam a lutar pelo posicionamento e a tentar evitar ser apanhados
num segundo grupo. São situações típicas deste tipo de corrida.”
De olhos
postos na Roubaix
Depois da exibição na
Flandres, o próximo objectivo é já conhecido: a estreia na Paris-Roubaix, que
se realiza no próximo domingo.
“Claro que estou entusiasmado.
É uma corrida totalmente diferente da Flandres, mas esta vitória dá-me
confiança. Estou em boa forma e temos uma equipa com dois ciclistas que já
foram segundos em Roubaix. Vai ser a minha primeira vez, mas com este grupo, acredito
que podemos fazer uma grande corrida. Estou ansioso por isso!”
Pode visualizar este artigo
em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/tadej-pogacar-falou-da-flandres-e-do-bigode-voador-o-antnio-morgado-foi-uma-revelao-est-a-tornar-se-um-grande-campeo