Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com/
Bernard Hinault é um dos
grandes ícones da Volta a França e consequentemente do ciclismo francês. No
momento em que a lendária figura celebra o seu 70º aniversário, Hinault
sentou-se com o jornal italiano La Gazzetta dello Sport para refletir sobre a
sua carreira e o pelotão moderno.
Quando se trata do pelotão
moderno, é difícil olhar para além do atual campeão do mundo, Tadej Pogacar,
que numa temporada venceu duas Grandes Voltas, dois monumentos, o título
mundial e muitos outros sucessos. Hinault ficou impressionado com o desempenho
do esloveno ao longo da época de 2024.
"O Pogacar poderá obter
todo o tipo de registos. Quem será capaz de o parar?" pergunta Hinault
retoricamente. "Se não tiver nenhum acidente, Pogacar ultrapassar-nos-á
facilmente a mim e ao Eddy Merckx. Os seus êxitos falam por si. E impressiona-me
o facto dele já ter ganho três Voltas a França aos 26 anos e de ter ficado em
segundo em todas as que não ganhou. Penso que Pogacar pode ganhar pelo menos
seis Tours. E sim, vejo-o a conseguir a tripla Giro-Tour-Vuelta no mesmo ano.
Acho que, mais cedo ou mais tarde, ele vai tentar isso".
Na sua carreira Hinault
conquistou cinco títulos na Volta à França, juntamente com Merckx, Jacques
Anquetil e Miguel Indurain. "Fui uma lenda na minha época, tal como Merckx
e em geral, cada período da história do ciclismo teve homens de referência -
Coppi, Bartali, Anquetil, Bobet antes de mim e depois o Indurain. Cada um teve
a sua história num determinado momento", reflecte Hinault. "Parei de
correr cedo, aos 32 anos, mas tive a sorte de poder decidir por mim próprio,
numa altura em que o meu desejo de continuar a correr se tinha desvanecido. Na
altura nem toda a gente o compreendeu, na verdade diria que quase ninguém. Se
eu quisesse fazer o recorde teria continuado a correr, mas o quis fazer".
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