sexta-feira, 31 de outubro de 2025

“Movistar e Red Bull - BORA reagem à suspensão de Lazkano, equipa espanhola abalada por 2 casos em apenas dois dias”


Por: Carlos Silva

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O anúncio da suspensão de Oier Lazkano pela União Ciclista Internacional (UCI) não apanhou o pelotão totalmente de surpresa, mas as consequências foram imediatas e significativas para todas as partes envolvidas. O ciclista espanhol foi dispensado pela Red Bull - BORA - hansgrohe, que teve de reagir publicamente, enquanto a Movistar Team também se viu obrigada a emitir um comunicado, já que as anomalias detetadas no passaporte biológico dizem respeito aos anos em que Lazkano correu na equipa de Unzué.

A Movistar foi, de facto, quem mais explicação teve de dar. As irregularidades nos valores sanguíneos de Lazkano foram registadas entre 2022 e 2024, precisamente as três temporadas em que o espanhol vestiu as cores da equipa. Nenhum registo anómalo foi identificado fora desse período. “Durante as três temporadas de relação contratual com o Sr. Lazkano (das cinco a que se refere o estudo da UCI), todos os controlos a que foi submetido pelos diferentes organismos nacionais e internacionais, bem como os internos da própria equipa, deram resultado negativo”, afirmou a Abarca Sports, empresa proprietária da Movistar Team, num comunicado oficial.

Os detalhes do caso permanecem pouco claros e não é conhecido o motivo pelo qual a suspensão provisória só foi aplicada agora, tendo em conta que as anomalias datam de há mais de três anos. A Movistar insiste, contudo, que não tinha qualquer conhecimento prévio da situação. “Em virtude disso, era materialmente impossível conhecer, ou sequer intuir, qualquer anomalia como a que agora se apresenta no processo aberto pela União Ciclista Internacional”, acrescentou a estrutura espanhola.

A suspensão de Lazkano surge poucos dias depois da de outro ex-ciclista da Movistar, o brasileiro Vinicius Rangel, embora por razões diferentes. Face à sucessão de casos, a equipa espanhola procurou reafirmar a sua posição institucional: “A Abarca Sports reitera mais uma vez, com absoluta firmeza, o seu compromisso inabalável por um ciclismo limpo e transparente. Para tal, redobraremos com determinação todos os esforços, controlos e medidas que temos vindo a promover até à data.”

 

Red Bull - BORA - hansgrohe afasta o espanhol

 

Num comunicado separado, a Red Bull - BORA - hansgrohe confirmou a rescisão imediata do contrato com Oier Lazkano. A nota emitida pela equipa alemã foi breve e sem espaço para interpretações: “Confirmamos que Oier Lazkano não fará mais parte da nossa equipa. Esta decisão surge na sequência da suspensão provisória imposta pela UCI. O caso diz respeito às épocas 2022-2024, um período anterior à sua entrada na nossa equipa.”

Com a investigação em curso, o futuro de Oier Lazkano no ciclismo profissional permanece incerto. O caso, contudo, volta a colocar sob escrutínio o sistema de passaporte biológico e a forma como as equipas e as autoridades lidam com a detecção tardia de irregularidades.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/movistar-e-red-bull-bora-reagem-a-suspensao-de-lazkano-equipa-espanhola-abalada-por-2-casos-em-apenas-dois-dias

"Onde houver dinheiro, há batota" Cavendish recorda a doença, o renascimento e a nova era do ciclismo sem doping”


Por: Carlos Silva

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Mark Cavendish é um ciclista que atravessou várias gerações do pelotão e consolidou o seu nome entre os mais bem-sucedidos da história. Atualmente, detém o recorde absoluto de vitórias em etapas da Volta a França, um feito que o coloca num patamar reservado a poucos. Numa entrevista recente, o “Manx Missile” foi confrontado com o tema do doping, inevitável para alguém que viveu a transição do ciclismo dos tempos de Lance Armstrong para a era moderna, em que, segundo ele, muita coisa mudou.

“Normalmente tiramos uns meses de férias e recuperamos. A minha doença foi mal diagnosticada e acabou por me pôr de joelhos durante alguns anos”, explicou Cavendish, referindo-se ao vírus Epstein-Barr, numa conversa com a talkSPORT. Durante os anos em que perseguia o recorde de vitórias no Tour, o britânico viu a sua carreira quase ruir devido à doença, que o deixou afastado da alta competição e mergulhado na incerteza. Em 2023, assinou pela Astana Qazaqstan Team em busca de uma última grande vitória. Anunciou a retirada durante a Volta a Itália, mas acabou por voltar atrás, renovando por mais uma temporada e conquistando finalmente a vitória mítica que lhe faltava.

Ainda assim a sua carreira não pode ser descrita como um percurso linear. Lesões e problemas de saúde deixaram-lhe marcas profundas. “Penso que qualquer desportista, se não puder praticar o seu desporto a um nível elevado… é a sua vida, é como ganha a vida, é tudo o que é como pessoa. Se não o puder fazer, não vai ser fácil. Tive a sorte de ter uma família e uma rede de apoio à minha volta”, admitiu Cavendish.

O britânico referia-se sobretudo ao período de 2020, quando após uma época sem brilho ao serviço da Bahrain Victorious, o seu futuro parecia comprometido. “O mais difícil foi arranjar emprego. Não consegui arranjar emprego depois disso. Tinha feito tudo o que tinha feito, e havia pessoas que nunca tinham ganho uma corrida de bicicleta e provavelmente nunca iriam ganhar, a arranjar emprego antes de mim, que tinha ganho todas estas corridas, só porque eu tinha estado doente”, recordou.

Foi então que Patrick Lefevere lhe abriu as portas da Soudal - Quick-Step. Nessa estrutura, Cavendish renasceu. Voltou à Volta a França e escreveu uma das histórias mais emocionantes do ciclismo moderno, recuperando a confiança, o instinto e o sprint que o tornaram numa lenda viva do pelotão.

 

Mark Cavendish sobre o doping

 

O tema do doping voltou a estar em destaque esta semana, depois da suspensão de Oier Lazkano por irregularidades no passaporte biológico. Questionado sobre o assunto, Mark Cavendish - um ciclista que atravessou várias eras do pelotão - partilhou a sua visão sobre a evolução da modalidade e a forma como o ciclismo lida atualmente com o problema.

“Penso que sim. Nunca conseguiremos esquecer o nosso passado, mas o ciclismo dedica tempo, esforço e dinheiro à luta contra o doping. Continuará a haver pessoas que são apanhadas por fazer batota e coisas do género”, afirmou o britânico, reconhecendo que, embora o problema não tenha desaparecido, o esforço coletivo da modalidade é hoje muito mais sério e eficaz.

O nome de Lance Armstrong, uma figura incontornável e controversa, surgiu inevitavelmente na conversa. Cavendish, que mantém atualmente uma relação de amizade com o norte-americano, respondeu de forma cautelosa. “Sim, ele era um ídolo quando eu estava a crescer. O Lance foi muito bom para mim quando eu era jovem. Penso que, obviamente, o Lance ganhou muito mais do que qualquer outra pessoa no ciclismo. Da mesma forma, ele perdeu muito mais do que qualquer outra pessoa no ciclismo.”

Para Cavendish, o doping não é um fenómeno exclusivo do ciclismo, mas sim um reflexo das tentações associadas ao dinheiro, ao poder e ao sucesso em qualquer área de competição. “Não se trata de dizer: ‘Sou um batoteiro, por isso vou ser ciclista’. Não é assim que funciona. Acontece em todos os desportos. Acontece no entretenimento, nos negócios, em qualquer lugar onde haja dinheiro para ganhar as pessoas fazem batota. Se dedicarmos tempo, esforço e dinheiro para apanhar um batoteiro, vamos apanhá-lo. Foi isso que o ciclismo fez a um grande nível.”

O britânico acredita, contudo, que a realidade do pelotão actual é incomparavelmente mais limpa do que aquela que encontrou quando se tornou profissional. “Digo-vos que não poderia ter feito o que fiz neste desporto se o ciclismo fosse como era no passado”, assegurou. “Vinte anos depois, estou a responder a perguntas sobre o assunto, o que será sempre o caso. Mas é realmente bom poder falar sobre como o vejo e como o vivi.”

E concluiu com convicção: “Sei que, fundamentalmente, acredito que corri num dos desportos mais limpos do mundo, se não o mais limpo, porque eles fazem o que é preciso para combater o doping.”

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/onde-houver-dinheiro-ha-batota-cavendish-recorda-a-doenca-o-renascimento-e-a-nova-era-do-ciclismo-sem-doping

“Tom Pidcock vence uma etapa na Nedbank Gravel Burn e adia regresso ao ciclocrosse”


Por: Carlos Silva

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É pouco provável que Tom Pidcock regresse ao ciclocrosse neste inverno. Depois de uma longa e bem-sucedida época na estrada, o britânico ainda não entrou totalmente em modo de descanso. Atualmente na África do Sul, o ciclista da Q36.5 Pro Cycling Team participa na Nedbank Gravel Burn - uma corrida por etapas de uma semana, disputando-a sobretudo de forma descontraída. No entanto, na 5ª etapa decidiu levar o dia a sério e acabou mesmo por vencer a jornada.

Pidcock deverá iniciar a sua temporada de 2026 mais tarde do que este ano. Sem mudanças de equipa nem alterações significativas no seu calendário, o britânico pode encarar o inverno com calma e uma mente mais tranquila. Há um ano, por esta altura, ainda representava a INEOS Grenadiers e só em dezembro se transferiu para a equipa suíça, que este inverno se reforçou com vários ciclistas oriundos do World Tour.

Depois de um final de temporada intenso, com um Top 10 na Il Lombardia e a presença no Campeonato do Mundo de Gravel, nos Países Baixos, Pidcock decidiu descansar, embora não tenha parado por completo. Vários dos melhores especialistas de BTT e gravel do mundo estão esta semana na África do Sul para disputar a Nedbank Gravel Burn, uma prova de sete dias, e o britânico quis juntar-se aos participantes. Pedalou em ritmo moderado nas primeiras etapas, sem procurar resultados, apenas para desfrutar do verão do hemisfério sul e da experiência em si.

A corrida conta com nomes de peso, como Matthew Beers, Andri Frischknecht e profissionais de estrada conhecidos como Simon Pellaud, Peter Stetina e Lawrence Naesen. Mas na 5ª etapa da prova com 137 quilómetros e final no topo do Swaershoek Pass, Pidcock decidiu testar as pernas. O perfil era acessível, mas o final exigente.

“Pareceu-me ser a etapa mais fácil, com apenas uma subida. Foi por isso que pensei em tentar”, explicou o britânico após a chegada. “Talvez tenha sido um caso único! Toda a gente me tem dito: ‘Devias tentar ganhar uma etapa’, mas a corrida é dura. Tenho sofrido o ano todo. Não quero sofrer aqui”, disse entre risos.

Com este triunfo simbólico, Pidcock encerra a época de forma descontraída, mantendo o instinto competitivo sem abdicar do prazer de pedalar. O regresso às corridas de estrada está previsto apenas para a primavera de 2026 e tudo indica que o ciclocrosse ficará novamente fora do seu calendário este inverno.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/btt/tom-pidcock-vence-uma-etapa-na-nedbank-gravel-burn-e-adia-regresso-ao-ciclocrosse

“Campeão Nacional de Juniores Gonçalo Costa confirmado na Decathlon AG2R em 2026”


Por: Carlos Silva

Foto: Facebook Federação Portuguesa de Ciclismo

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O jovem ciclista português Gonçalo Costa, de 17 anos, vai juntar-se em 2026 à equipa da Decathlon AG2R La Mondiale Team Next Gen, estrutura francesa de desenvolvimento ligada ao WorldTour. Depois de uma temporada de grande consistência entre os juniores, o português dá assim um passo importante na sua progressão, confirmando o estatuto de uma das maiores promessas nacionais da sua geração.

Durante 2025 o ciclista natural de Vila Nova de Famalicão representou a Willebrord Wil Vooruit, formação neerlandesa com tradição no ciclismo de formação, onde assinou resultados de relevo tanto a nível nacional como internacional. A sua época foi marcada por regularidade, evidenciadas em provas por etapas e corridas de um dia de elevado nível competitivo.

Entre os destaques do seu calendário, sobressaem o título de campeão nacional júnior de fundo, conquistado no Sabugal, e o segundo lugar no contrarrelógio individual dos Campeonatos Nacionais de Portugal, ambos ao serviço da Academia Efapel de Ciclismo. Estes resultados confirmaram o seu talento, onde mostrou a capacidade de se adaptar tanto aos percursos exigentes como às provas em linha mais longas.

 

Volta a Portugal

 

Gonçalo Costa completou uma notável Volta a Portugal de Juniores, terminando no 4.º lugar da classificação geral, com vitórias e pódios em várias etapas - incluindo o triunfo na 3ª etapa (CRI Sabugal-Sabugal), um 2º lugar na 3ª etapa (Sabugal-Penamacor) e um 3.º lugar logo na tirada inaugural entre Covilhã e Fundão. O jovem português mostrou também consistência no exigente Giro della Lunigiana, terminando em 18.º na geral e 6.º entre os mais jovens, num pelotão repleto de talentos internacionais.

Além disso, marcou presença em provas de prestígio do calendário júnior europeu, como o Tour du Pays de Vaud, o Aubel-Thimister-Stavelot e as clássicas Liège-Bastogne-Liège e Gent-Wevelgem, acumulando experiência em corridas de alto nível e demonstrando um perfil de ciclista completo, com capacidade para ler A mudança para a Decathlon representa um salto de qualidade na carreira do jovem português, integrando uma estrutura reconhecida pela formação de talentos que mais tarde chegam ao WorldTour. A equipa francesa tem apostado em corredores com potencial de crescimento sustentado, e a chegada de Gonçalo Costa reforça essa estratégia de desenvolvimento internacional.

Com apenas 17 anos e um percurso consistente nas provas por etapas, Gonçalo Costa promete continuar a crescer sob um ambiente profissionalizado, onde poderá consolidar as suas qualidades e preparar a transição para o pelotão sub-23. A aposta da Decathlon é também um sinal claro do crescente reconhecimento internacional do ciclismo de formação português.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/campeao-nacional-de-juniores-goncalo-costa-confirmado-na-decathlon-ag2r-em-2026

“A campeã que calou as críticas: Ferrand-Prévot fala sobre o peso, o sucesso e o futuro!”


Por: Ivan Silva

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Pauline Ferrand-Prévot teve em 2025 o regresso ao ciclismo de estrada mais triunfal possível. A francesa da Team Visma | Lease a Bike não só venceu a Paris-Roubaix Femmes, como realizou uma Volta a França Feminina de sonho, conquistando a Camisola Amarela de forma dominadora e emocionando o público francês com uma vitória épica nas montanhas.

“Primeiro, o Paris-Roubaix foi fantástico, e depois ganhar a Volta a França, como sempre digo, foi um sonho. Por isso, sim, foi um ano fantástico e estou ansiosa pela próxima época para tentar fazer ainda melhor”, disse Ferrand-Prévot à Marca.

A atleta de 33 anos, já considerada uma das figuras mais completas da história do ciclismo feminino, voltou ao topo da estrada depois de anos dedicados ao BTT e ao ciclocrosse. Agora, com o novo calendário a incluir provas como a Milan-Sanremo Feminina, Ferrand-Prévot traça novas metas, procurando consolidar o seu nome também entre as grandes clássicas de estrada.

 

O ataque que decidiu o Tour

 

Na Volta a França Feminina 2025, Ferrand-Prévot partia como outsider, mas surpreendeu tudo e todos. No penúltimo dia, protagonizou uma subida memorável ao Col de la Madeleine, recuperando o atraso na classificação e assumindo a liderança da corrida.

“Foi uma loucura. Na última etapa, disse ao meu treinador que não precisava de ganhar outra vez, mas quando chegámos à última subida e a Demi [Vollering] atacou, senti-me forte”, recorda.

Com a geral praticamente assegurada, Ferrand-Prévot ainda encontrou energia para atacar nos últimos cinco quilómetros e fechar o seu Tour de sonho com mais uma vitória.

“Pensei ‘ok, vou atacar e ver o que acontece’. De repente, estava na frente, e disse para comigo: ‘não tenho nada a perder’. Dei tudo por tudo e valeu a pena. Ganhar duas etapas com a Camisola Amarela foi, sem dúvida, uma recordação inesquecível.”

 

O peso da polémica

 

Logo após a vitória, um tema paralelo tomou espaço nas manchetes: o peso de Ferrand-Prévot durante a prova. A francesa reconhece que a questão surgiu de forma injusta e descontextualizada.

“Sim, foi um tema importante durante e depois do Tour. Penso que foi um pouco injusto porque se falou muito do meu peso, mas eu preparei-me para a corrida o melhor que pude”, explicou.

Segundo Ferrand-Prévot, a conversa desviou a atenção do verdadeiro mérito desportivo.

“Nos desportos de resistência, é importante ser leve, especialmente em subidas como a Madeleine. É preciso estar em boa forma. Mas a discussão foi exagerada”, afirmou. “No ciclismo feminino, estas questões são mais discutidas, em parte por razões de saúde e também porque, como mulheres, temos de cuidar bem do nosso corpo.”

Mais do que o tema em si, o que a incomodou foi o momento em que surgiu:

“Achei injusto o facto de ter surgido logo após a minha vitória. O peso é importante, sim, mas é apenas um fator. Também é preciso treinar, recuperar e fazer tudo bem. É apenas um parâmetro, não é tudo. De qualquer forma, o meu peso já voltou ao normal, por isso está tudo bem.”

 

Olhar para 2026: novos sonhos, mesma ambição

 

A francesa entra em 2026 com foco total no ciclismo de estrada, deixando para trás o ciclocrosse e o BTT, modalidades nas quais também conquistou títulos mundiais.

“Para já, só o ciclismo de estrada. Acho que já não é possível combinar várias disciplinas ao mesmo tempo. Quero concentrar-me no ciclismo de estrada e preparar-me o melhor possível para ganhar mais corridas.”

O próximo grande objetivo é claro: voltar a vencer a Volta a França Feminina e acrescentar novos monumentos ao palmarés.

“Gostaria de ganhar mais monumentos, como a Liege-Bastogne-Liege, por exemplo. E, claro, gostaria de voltar a ganhar o Tour. Correr no meu próprio país e defender o título é algo muito especial.”

Para uma ciclista que já conquistou quase tudo o que havia para conquistar, a motivação continua intacta.

“Gosto muito do que faço. Quero continuar a correr durante pelo menos mais dois anos. Só quero ganhar o maior número possível de corridas e divertir-me com o que faço.”

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“Surpresa no calendário 2026: Pogacar pede à UAE para abrir época no Tour Down Under”


Por: Carlos Silva

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Tadej Pogacar poderá regressar ao ponto onde tudo começou. O esloveno fez a sua estreia com a UAE Team Emirates – XRG no Tour Down Under de 2019 e segundo informações recentes, poderá voltar à Austrália em janeiro de 2026 para abrir a nova temporada. Sete anos depois, o Campeão do Mundo parece inclinado a repetir a experiência e desta vez, com ambições mais altas.

Desde 2019, Pogacar só regressou à Austrália em 2022, para o Campeonato do Mundo, sem resultados de destaque. Agora, de acordo com o jornalista italiano Beppe Conti, da RAI Sport, o ciclista pediu à equipa para começar o próximo ano no Tour Down Under. “O Tadej Pogacar pediu à sua equipa para começar já em janeiro, ele quer ir para a Austrália e fazer o Tour Down Under. O resto do calendário será o mesmo”, revelou Conti.

Segundo o mesmo jornalista, Pogacar não deverá participar na Volta a Itália, prova onde brilhou em 2024, conquistando o título de forma dominante. A liderança da equipa no Giro deverá ficar a cargo do mexicano Isaac del Toro, que terminou em segundo lugar este ano, reforçando o estatuto de grande promessa da formação da Emirates.

A escolha da Austrália representaria uma pequena revolução no planeamento do esloveno, que nos últimos anos tem seguido um calendário bem definido. Ainda assim, Pogacar tem procurado, cada vez mais, introduzir variações na preparação anual, evitando a monotonia e explorando novos contextos competitivos.

 

Novamente a Austrália?

 

Em 2020, iniciou a época na Volta à Comunidade Valenciana, entre 2021 e 2022, e novamente em 2025, começou no UAE Tour, em 2023 abriu o ano na Clásica Jaén Paraíso Interior e em 2024, saltou directamente para a Strade Bianche, que venceu de forma esmagadora.

Um regresso ao Tour Down Under seria também uma forma de aproximar a equipa da sua base comercial global, já que a UAE Team Emirates – XRG continua a expandir a sua presença internacional. Apesar da pressão dos patrocinadores para que Pogacar alinhe novamente no UAE Tour, a equipa dispõe de alternativas sólidas para essa prova, como Isaac del Toro, João Almeida e Adam Yates, todos capazes de lutar pela vitória.

Se o plano se confirmar, Pogacar voltará a competir em janeiro pela primeira vez nesta década, antes de regressar à Europa para preparar um início de época mais tradicional, centrado na Strade Bianche e nas clássicas de primavera. O Tour Down Under poderá, assim, ser o ponto de partida simbólico de mais uma temporada de conquistas para o Campeão do Mundo

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“Rui Costa despede-se aos 39 anos no adeus de um 'mestre' ao ciclismo: "A paixão nunca acabará..."


Rui Costa, aquele que foi o único ciclista português campeão mundial de fundo, anunciou o seu adeus aos 39 anos

 

Foto: AFP or licensors

Foi através das redes sociais que Rui Costa confirmou, esta sexta-feira, o fim de uma enorme carreira enquanto ciclista aos 39 anos.

O ciclista deixou uma mensagem de agradecimento a todos os amantes da modalidade, aproveitando para agradecer a todos aqueles que contribuíram para o sucesso do seu percurso.

«O ciclismo fez-me tão feliz. Chegou a hora de me retirar. De usufruir da companhia dos meus, de estar presente nos pequenos grandes momentos e de viver com calma o que tantas vezes ficou adiado. Fui abençoado por viver o meu sonho, por vencer, por cair e levantar, e por ter sempre o meu anjinho da guarda comigo em cada curva da estrada», pode ler-se.

Com um percurso invejável ao nível de palmarés, tanto a nível nacional como internacional, Rui Costa fez história por ter sido o único ciclista português a sagrar-se campeão do mundo de estrada. Foi assim o primeiro luso a vestir a mítica camisola arco-íris de campeão do mundo.

Em 2013, numa prova decidida ao sprint, Rui Costa foi mais forte que Joaquim Rodríguez, com final memorável, que ainda é um 'osso preso' na garganta na rivalidade ibérica. Isto anos depois de Sérgio Paulinho ter obtido a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas.

A vitória pode-se que foi um ponto de viragem no ciclismo nacional, depois da era dourada de Joaquim Agostinho nos anos 70 e 80. "Mudou a mentalidade dos ciclistas portugueses, demonstrando que o ciclista português pode e deve ter a ambição de vencer", afirmou Delmiro Pereira, antigo presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, em declarações a Renascença em 2023.

Características: Rui Costa deu nas vistas pela capacidade de se destacar em corridas de uma semana ou provas de um dia. A versatilidade permitiu-lhe atingir grandes resultados. Eficaz nos contrarrelógios, resistente na montanha, adaptava-se a vários terrenos. Tinha muitas vezes a capacidade para atacar muito antes da meta, desgastando assim os adversários, e surpreender com várias vitórias. Inteligente na forma como geria as corridas, evidenciou-se também nas clássicas como o Grande Prémio de Montreal que venceu em 2011.

Diz adeus aos 39 anos, ao serviço da EFEducation-EasyPost, tendo como melhor resultado em 2025 um segundo lugar na quarta etapa da Volta a Burgos.

Venceu de forma consecutiva a volta a Suíça, em 2012, 2013 e 2014. Juntou ao currículo os triunfos na Tour de Abu Dhabi (2017) e da Volta à Comunidade Valenciana (2023).

Aos 13 anos abraça pela primeira vez o ciclismo, ao serviço da equipa do "Guilhabreu" em Vila do Conde. Seguiu-se o Santa Maria da Feira. Em 2007 assina o primeiro contrato ao serviço do Benfica, onde permaneceu dois anos, antes de se mudar para a equipa Caisse d'Epargne e daí para o Movistar.

Foi nos espanhóis que viveu os melhores momentos da carreira. Em 2013 venceu duas etapas no tour: (Etapa 16: De Vaison-la-Romaine a Gap e De Bourg-d'Oisans a Le Grand-Bornand), repetindo assim o feito de 2011, onde tinha obtido a vitória na 10.ª etapa entre Saint-Gaudens a Plateau de Beille.

Em 2013, mudou-se para a Lampre-Merida, que é hoje a UAE Team Emirates. Representou a formação onde milita durante João Almeida durante seis temporadas, tendo ainda feito parte da equipa da Intermarché-Circus-Wanty em 2023. Foi nesse ano que teve a última grande vitória na carreira, com o triunfo numa etapa da Vuelta, conseguido novamente com uma arrancada eletrizante.

O poveiro é, sem sombra para dúvida, um dos melhores ciclistas portugueses de sempre, tendo ainda juntado ao seu currículo três títulos de campeão nacional de fundo (2015, 2020 e 2024) e outras dois de contrarrelógio (2010 e 2013). Marcou presença por três vezes nos Jogos Olímpicos - Londres-2012, Rio-2016 e Paris-2024 - tendo como melhor posição o 10.º lugar na prova de fundo na cidade da garota de Ipanema.

"Hoje fecho um capítulo. Mas a paixão pelas duas rodas… essa nunca acabará", termina na sua mensagem.

Fonte: Sapo on-line

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