Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Paris-Nice é uma das mais
reputadas e difíceis corridas por etapas do calendário do World Tour e todos os
anos recebe muitos dos melhores trepadores, velocistas e ciclistas de clássicas
do mundo. Este ano, a corrida tem lugar de 9 a 16 de março. Fazemos a antevisão
da corrida.
A corrida
começa com uma etapa para
os sprinters. Não haverá muito que possa impedir uma chegada em pelotão
compacto, mas um sprint intermédio no topo de uma colina perto da meta poderá
desenrolar uma luta interessante pelas bonificações.
A segunda
etapa será a segunda e a mais clara oportunidade para
os sprinters em toda a prova, com um dia praticamente plano com 186 quilómetros
de extensão, quase sem subidas e com um final em Bellegarde.
O
terceiro dia da corrida será o
contrarrelógio por equipas, uma disciplina que tem vindo a aumentar este ano,
em muito devido à Volta a França. Algumas equipas vão testar as suas
configurações neste percurso de 28 quilómetros, que não é totalmente plano e
que será interessante para as equipas testarem ritmos.
A 4ª
etapa é o primeiro dia com
bastantes subidas. Todas as pernas estarão guardadas para a subida final para
La Loge des Gardes, onde da última vez que uma etapa lá terminou foi Tadej
Pogacar a levantar os braços. Uma subida explosiva, mas onde é possível fazer
diferenças.
A 5ª
etapa é o dia em que os
organizadores desenharam um percurso para os especialistas em clássicas. Este é
um terreno semelhante ao das Ardenas e o final é incrivelmente semelhante ao da
Fléche Wallonne. Haverão muitas subidas curtas e acentuadas na última hora de
corrida, mas é na subida para Notre-Dame-de-Sciez (com inclinações até 18%) até
à meta que teremos mais fogo de
O sexto
dia de corrida será a
última oportunidade para os sprinters. Espera-se um final em grupo em
Berre-l'Étang, mas com 210 quilómetros no menu e algumas subidas espalhadas por
todo o percurso, poderá haver alguma surpresa.
A etapa
rainha. O terreno não favorece a criação de grandes
períodos de descanso e este é o único dia em que os ciclistas vão
verdadeiramente para os Alpes. Eles vão enfrentar o Col de la Colmiane e em
seguida têm uma chegada em alto em Auron, onde os trepadores puros terão a sua
melhor oportunidade para fazer a diferença.
No entanto, o fogo de
artifício está sempre reservado para o último
dia da corrida que começa e termina em Nice. Curto, mas
sempre explosivo. Desta vez, não há muitas subidas no início, mas com a
combinação da Côte de Peille, do Col d'Èze e do Col des Quatre Chemins, a
corrida só será decidida quando os ciclistas chegarem a Nice.
Os
Favoritos
Jonas Vingegaard - A Visma
será a equipa a bater. O primeiro teste da temporada de Jonas Vingegaard no
Algarve não correu como o planeado, mas o dinamarquês estava no início da sua
temporada. Nas etapas de montanha, será difícil deixá-lo ficar para trás e
poderá ele mesmo atacar e ganhar tempo à concorrência. Mas mesmo que o
dinamarquês não esteja bem fisicamente, o atual campeão Matteo Jorgenson é uma
grande aposta para a vitória à geral, pois é um ciclista muito diversificado,
grande trepador e estará motivado, uma vez que a corrida termina na sua segunda
casa.

João Almeida - Brandon McNulty
esteve na liderança da corrida no ano passado e pode bem tentar fazer o mesmo.
Com McNulty e Pavel Sivakov, a UAE têm armas para atacar os dias mais
acidentados e colocar a Visma sob pressão. Ambos não são muito consistentes,
mas nos seus melhores dias são grandes trepadores, agressivos, mas acima de
tudo brilhantes rouleurs - que não são tão marcados como outros. João Almeida
vai ter de disputar a corrida diretamente com Vingegaard, mas este ano já vimos
o português a bater Vingegaard na etapa do Alto da Fóia na Volta ao Algarve e
no contrarrelógio por equipas a UAE deverá ser muito forte, por isso tudo é
possível.
Mattias Skjelmose - Há um
contrarrelógio por equipas nesta corrida e não podemos esquecer o quão bem a
Lidl-Trek fez este esforço em Valência, dizimando a concorrência. Embora não
seja o mesmo alinhamento, espera-se um bom tempo e no último fim de semana
Skjelmose mostrou uma forma brilhante na Drome Classic. Um homem que se
apresentou muito bem aqui no ano passado, pelo que não surpreenderia vê-lo
novamente a lutar por um pódio ou algo mais.
Apesar de não haver um
contrarrelógio individual, algumas equipas e ciclistas acabarão por perder
tempo no contrarrelógio por equipas e terão de o recuperar. Felix Gall é um
deles. A Decathlon é o tipo de equipa que muitas vezes não tem medo de colocar
as grandes equipas sob pressão e atacar as etapas de montanha. Homens como
Santiago Buitrago, Lenny Martínez, Romain Bardet e Ben O'Connor são todos
agressivos e podem fazer a diferença no seu melhor dia.
A Movistar apresenta-se com o
'trio da Andaluzia': Pablo Castrillo, Iván Romeo e Jefferson Alveiro Cepeda -
todos eles já mostraram uma excelente forma este ano. A Quick-Step tem o antigo
vencedor Max Schachmann e Ilan van Wilder, a BORA tem Alexsandr Vlasov
(vencedor da etapa rainha do ano passado) e Florian Lipowitz para atacar as
subidas... Thymen Arensman, Magnus Sheffield, Guillaume Martin, Neilson Powless
e Harold Tejada também devem ser levados em consideração na luta pela
classificação geral.
Tim Merlier será a grande
figura que se apresenta como o sprinter a bater nas etapas planas, enquanto que
nomes como Mads Pedersen e Michael Matthews serão muito perigosos para as
etapas que apresentam algumas dificuldades. Alberto Dainese, Mads Pedersen,
Danny van Poppel, Juan Sebastián Molano, Fabio Jakobsen, Tobias Lund Andresen,
Arnaud Démare, Alexander Kristoff, Soren Waerenskjold e Stanislaw Aniolkowski
são homens a levar em consideração para alguns sprints. Para além disso, homens como Jhonatan Narváez,
Julian Alaphilippe e Axel Zingle podem tornar as etapas montanhosas bastante
interessantes e mais do que uma mera luta pela classificação geral da corrida.
Previsão
da Classificação Geral da Paris-Nice 2025:
*** Jonas Vingegaard
** João Almeida, Mattias
Skjelmose, Matteo Jorgenson, Santiago Buitrago
* Pavel Sivakov, Brandon
McNulty, Ilan van Wilder, Max Schachmann, Aleksandr Vlasov, Florian Lipowitz,
Ben O'Connor, Felix Gall, Lenny Martínez, Pablo Castrillo, Iván Romeo,
Jefferson Alveiro Cepeda, Guillaume Martin, Neilson Powless
Escolha: Jonas Vingegaard
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