Esloveno arrasa concorrência e vence pela 3.ª vez na clássica italiana
Por: Diogo Jesus e Record com Lusa
Tadej Pogacar igualou este
sábado o recorde de vitórias na Strade Bianche, ao vencer em solitário pela
terceira vez a clássica italiana, apesar de uma queda e da dura oposição do
ciclista britânico Thomas Pidcock.
O ciclista da UAE Emirates não
empreendeu uma das suas tradicionais aventuras de dezenas de quilómetros para
ganhar a emblemática clássica, esperando pelos derradeiros 19.000 metros dos
213 quilómetros, com partida e chegada em Siena, para lançar um demolidor
ataque que deixou definitivamente para trás o corredor da Q36.5, o único a
ousar desafiá-lo.
Favorito número um à vitória
-- o mesmo dorsal que usou, por ter vencido a Strade no ano passado --, o
esloveno de 26 anos superou as mazelas de uma aparatosa queda a 50 quilómetros
do final e cortou a meta em 05:13.59 horas, igualando o recorde de Fabian
Cancellara (2008, 2012 e 2016).
'Pogi', vencedor também em
2022, deixou Pidcock a 01.24 minutos, com o seu companheiro belga da UAE
Emirates Tim Wellens a ser terceiro a 02.12.
"Desfrutei até à linha de
meta. Agora, a adrenalina passou e começo a sentir muita dor. Não é a melhor
forma de ganhar uma corrida, mas uma vitória é uma vitória. Vamos esperar que
não seja pior do que parece", admitiu depois de tornar-se no primeiro
campeão mundial de fundo a ganhar esta clássica.
Considerada pelos adeptos da
modalidade como o sexto 'Monumento', a Strade Bianche foi, novamente, fonte
inesgotável de emoção, com vários formatos de fuga, quedas e problemas
mecânicos, sobretudo nos setores de terra, antes da movimentação decisiva de 'Pogi'.
A UAE Emirates 'destruiu' o
pelotão, ao ponto de, quando Wellens entrou ao 'serviço', restarem apenas
outros três ciclistas no grupo de Pogacar. O ataque do campeão mundial de fundo
parecia iminente, mas Thomas Pidcock antecipou-se, acelerando a cerca de 80
quilómetros da meta para, depois, enfrentar algumas dificuldades para seguir o
esloveno.
No entanto, os dois últimos
vencedores da Strade Bianche, acompanhados também pelo ex-fugitivo Connor Swift
(INEOS), haveriam mesmo de trabalhar em conjunto para distanciar os
perseguidores, numa parceria harmoniosa marcada pelo exemplo de desportivismo de
Pogacar, que entregou um bidon ao ciclista da Q36.5, após este não ter
conseguido apanhar o seu abastecimento.
O mesmo 'fair-play' não foi
demonstrado por Pidcock, que não esperou pelo corredor da UAE Emirates quando
este caiu a 50 quilómetros para a meta, exibindo novamente a desmedida ambição
que o fez sair a mal da sua antiga equipa, a INEOS.
Percebendo que não conseguia
ganhar tempo ao esloveno, que, visivelmente mal tratado, ainda teve de mudar de
bicicleta, o britânico aguardou por Pogacar, com Swift a perder definitivamente
o contacto com a frente de corrida.
Ao contrário do que é
habitual, o campeão em título do Tour e do Giro não ensaiou um ataque em
solitário de dezenas de quilómetros, esperando pelos derradeiros 19 para se
libertar do vencedor de 2023.
Rapidamente, o líder da UAE
Emirates, com a sua camisola arco-íris rasgada e manchada de sangue, ganhou
mais de 40 segundos de vantagem para Pidcock em menos de cinco quilómetros.
Pogacar pedalou sem
sobressaltos até à meta, onde esperou pelo britânico para o cumprimentar, dando
nova lição de 'fair-play', mas também por Wellens, com quem festejou uma nova
conquista, a 92.ª da carreira e a quarta da temporada.
"Fui demasiado rápido
[quando caiu]. Conheço esta estrada muito bem, já a percorri umas 20 vezes na
minha vida, mas, às vezes, erramos o cálculo. Simplesmente escorreguei",
explicou sobre a queda, confessando ter ficado preocupado, por não saber como o
corpo reagiria ao impacto.
Em nova jornada de glória para
'Pogi', destaque ainda para o quarto lugar do irlandês Ben Healy (EF
Education-EasyPost), que foi seguido por Pello Bilbao (Bahrain Victorius) e
Magnus Cort (Uno-X), novamente em evidência depois de ter conquistado três etapas
há uma semana n'O Gran Camiño.
Já Eulálio Afonso (Bahrein)
foi 46.º, a 11.44 minutos do vencedor.
Fonte: Record on-line
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