domingo, 28 de dezembro de 2025

“Resultados da Taça do Mundo de Dendermonde: Thibau Nys regressa às vitórias quase 1 mês depois, Wout Van Aert fora do pódio”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Thibau Nys conquistou uma vitória suada na Taça do Mundo de Ciclocrosse UCI em Dendermonde, transformando pressão constante e posicionamento cirúrgico num sprint decisivo após uma das corridas mais rápidas e táticas da época.

Desde as primeiras voltas, a corrida recusou estabilizar. Um longo comboio manteve-se compacto, enquanto o ritmo imposto por Niels Vandeputte, Ryan Kamp e Felipe Orts esticou o pelotão sem provocar seleção. Wout van Aert e Nys rodaram atentos logo atrás da frente, a poupar energias enquanto o elástico esticava e encolhia repetidamente.

Quando a prova entrou na fase intermédia, Nys assumiu mais responsabilidades. O campeão belga passou voltas inteiras a comandar, a forçar reordenamentos constantes em vez de abrir diferenças decisivas. Michael Vanthourenhout e Tibor Del Grosso responderam na mesma moeda, enquanto Laurens Sweeck se manteve com regularidade na cabeça de corrida, a ler o momento com calma.

A dureza foi reduzindo o lote de candidatos. Toon Aerts perdeu o contacto com o ritmo sempre alto, enquanto Van Aert teve de fechar sucessivas pequenas lacunas, a gastar forças para manter a ligação. Apesar de várias acelerações, incluindo um movimento comprometido de Van Aert, nenhum corredor conseguiu fraturar o grupo de forma sustentada.

Um momento-chave surgiu quando Del Grosso furou, saindo por instantes da luta pela frente juntamente com Vandeputte. Del Grosso limitou de forma impressionante os danos, regressando ao contacto com os líderes em segundos e voltando a afirmar-se antes da fase decisiva.

Com duas voltas para o fim, nove corredores seguiam juntos. O ritmo abrandou por momentos, permitindo uma nova reorganização, mas a tensão era evidente. Van Aert teve dificuldades em avançar a partir da sexta roda, à medida que o percurso tornava as ultrapassagens mais difíceis, enquanto Del Grosso e Nys começaram a posicionar-se de forma mais agressiva.

Na última volta, Sweeck segurou inicialmente a dianteira, mas Nys foi aumentando a pressão. Uma aceleração seca levou-o a segundo, antes de finalmente assumir a frente, com Del Grosso como único capaz de seguir. Sweeck teve de ceder, e o duo da frente abriu uma pequena, mas crucial, margem.

A decisão chegou ao sprint. Nys lançou primeiro, sustentou uma curta vantagem nos metros finais e selou o triunfo frente a Del Grosso, a executar com timing perfeito após uma corrida definida por velocidade, controlo e paciência. Sweeck foi 3º e Van Aert apenas 6º.

Num dia em que nenhum ataque colou por muito tempo, Nys foi decisivo quando mais importava, transformando uma Taça do Mundo de Dendermonde caótica e de alto ritmo numa vitória categórica em terreno doméstico, marcando o regresso aos triunfos quase um mês depois, numa corrida onde Mathieu Van der Poel não esteve presente.

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“Resultados da Taça do Mundo de Dendermonde: A incrível série vitoriosa de Lucinda Brand continua com mais um solo dominante”


Por: Miguel Marques

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Lucinda Brand assinou mais um triunfo isolado autoritário na Taça do Mundo de Ciclocrosse UCI em Dendermonde, transformando uma fase inicial explosiva numa gestão controlada até à meta e selando a 15ª vitória da temporada.

A corrida foi rápida desde o tiro de partida. Amandine Fouquenet fez o holeshot à frente da compatriota Gery, enquanto Brand recuperou rapidamente de um arranque ligeiramente mais lento para subir a terceiro. O primeiro momento decisivo surgiu cedo, quando Leonie Bentveld caiu violentamente numa curta secção de areia em descida enquanto rodava na dianteira. O incidente fracionou o pelotão e permitiu a Brand, Fouquenet e Gery ganharem espaço.

As voltas curtas mantiveram a pressão constante. Após a volta inicial, o trio da frente já dispunha de cerca de 15 segundos sobre o grupo perseguidor. Atrás, Puck Pieterse respondeu com autoridade, aumentou o ritmo e forçou o regresso às posições dianteiras à medida que a corrida se alongava.

Brand foi subindo o andamento de forma gradual. Gery foi a primeira a ceder, deixando Brand e Fouquenet isoladas na cabeça da prova. Pieterse lançou então um forte contra-ataque, assinou a volta mais rápida e aproximou-se para segundos de um dígito, o que motivou resposta imediata da líder.

Essa resposta foi decisiva. Brand acelerou na passagem da meta e à saída das curvas, a rolar limpa e potente. Fouquenet ficou para trás e o ímpeto de Pieterse estagnou pouco depois. Em poucos minutos, Brand consolidou uma liderança isolada clara.

A partir daí, a corrida estabilizou num padrão conhecido. Brand controlou uma vantagem estável de cerca de 20 segundos, a rodar fluida e sem erros visíveis ao entrar nas voltas finais. Atrás, o foco passou totalmente para a luta pelo segundo posto. Fouquenet e Pieterse reagruparam e andaram juntas durante várias voltas, com Ceylin del Carmen Alvarado incapaz de fechar o espaço.

O pódio decidiu-se apenas na última volta, quando Pieterse acelerou com violência nas escadas, passou Fouquenet e abriu uma pequena mas decisiva diferença. Pieterse garantiu o segundo lugar, melhorando o resultado de Gavere, enquanto Fouquenet cortou a meta em terceira.

Brand teve tempo para saborear os metros finais, erguendo o braço em celebração antes da linha. Marion Norbert Riberolle completou uma exibição sólida para fechar em quinta, coroando mais um dia dominante de Brand, com a Taça do Mundo de Dendermonde a confirmar o seu atual controlo na série feminina.

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“O livro dos 125 anos da Federação Portuguesa de Ciclismo está cheio de erros e lacunas históricas”


Por: Pascal Michiels

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O livro comemorativo da Federação Portuguesa de Ciclismo acumula imprecisões graves, distorções históricas e omissões de figuras centrais da modalidade, levantando dúvidas sobre rigor editorial e prioridades institucionais.

Segundo uma publicação nas redes sociais de José Carlos Gomes, que denuncia com exactidão factos que constam do livro, como o de Afonso Eulálio venceu a 17.ª etapa da Volta a Itália em 2025. José Azevedo conquistou, como diretor desportivo, uma Volta a Espanha ao serviço da Katusha. Rui Costa foi campeão nacional de fundo em 2010, 2011 e 2012. João Almeida terminou o Giro de 2021 no terceiro lugar e sagrou-se campeão nacional de scratch em juniores no mesmo ano em que foi sétimo classificado na Volta a França do Futuro, em sub-23. David Rosa terminou a carreira após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ricardo Marinheiro foi vice-campeão do mundo júnior de XCO em Anadia, em 2022.

Nenhuma destas afirmações corresponde à verdade. Ainda assim, surgem apresentadas como factos consumados no livro que a Federação Portuguesa de Ciclismo lançou esta semana para assinalar os seus 125 anos de atividade. Trata-se, por isso, de uma obra que acaba por corporizar, em formato impresso, dois conceitos muito em voga no espaço digital, as fake news e as chamadas alucinações associadas a sistemas de inteligência artificial.

Seria, no entanto, um erro pensar que os exemplos acima esgotam o catálogo de lapsos factuais presentes em “125 Anos na História do Ciclismo Português”. O leitor fica a saber que Nelson Oliveira abandonou a prova de fundo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro por se ressentir do esforço do contrarrelógio. Na realidade, a prova de fundo antecedeu o contrarrelógio e o ciclista bairradino desistiu na sequência de uma queda. O livro afirma ainda que o madison é uma prova disputada por equipas de dois ou três ciclistas, que Acácio da Silva vestiu a Camisola Rosa do Giro a 2 de maio numa edição, a de 1989, que apenas começou no dia 21, e que, nesse mesmo ano, o transmontano perdeu a Camisola Amarela na Volta a França para Erik Breukink, quando quem herdou a liderança foi, de facto, o norte-americano Greg LeMond.

A sucessão de incongruências continua com a indicação de que no Campeonato da Europa de pista de juniores de 2025 participou um ciclista de 23 anos. Pode parecer caricato, mas consta também da narrativa que Lucas Lopes terminou no 20.º lugar da Taça das Nações, uma competição exclusivamente por equipas, sem classificação individual. Acresce ainda a informação errada de que a pista olímpica de BMX, em Sangalhos, foi construída em 2013, quando a sua inauguração ocorreu apenas em 2019.

Estes exemplos não pretendem ser exaustivos, mas são suficientemente ilustrativos do desleixo e da ignorância que atravessam as 224 páginas da obra. Há ainda um problema que ultrapassa o plano factual e entra diretamente no domínio da verdade histórica. Os doze anos de presidência de Delmino Pereira, o período de maior sucesso desportivo das seleções nacionais e aquele em que Portugal mais eventos internacionais acolheu, são resumidos a um único parágrafo, deixando implícita a ideia de que o dirigente se limitou a executar um plano herdado do seu antecessor, Artur Lopes. Essa leitura é intelectualmente desonesta e colide frontalmente com os factos.

Uma das secções mais difíceis de justificar é a que elenca as 30 personalidades mais importantes do ciclismo português. O critério parece ancorado numa visão datada, presa à década de 1990, e orientada para homenagens de conveniência.

É incompreensível que uma lista desta natureza ignore o presidente mais medalhado da história da Federação e um dos mais titulados de todo o desporto nacional, o dirigente associativo que idealizou e construiu em Portugal uma das melhores corridas do mundo, a mulher que organizou e dirigiu as provas de estrada de ciclismo e paraciclismo em Jogos Olímpicos, o selecionador nacional que transformou a mentalidade competitiva da seleção e foi campeão do mundo e medalhado olímpico, o selecionador que converteu uma vertente residual num caso de sucesso internacional, o empresário que abriu portas do ciclismo mundial a talentos portugueses com campeões do mundo e vencedores de Grandes Voltas na sua carteira, ou o português que começou como mecânico da seleção nacional, passou pela gestão do World Tour e construiu uma carreira de topo como gestor desportivo em equipas de primeira linha.

Não é necessário nomeá-los, qualquer leitor com conhecimento mínimo da modalidade saberá identificá-los.

Num livro que se propõe fixar a História do ciclismo português, é particularmente chocante a ausência de referências a dois dos ciclistas nacionais com maior sucesso em provas internacionais, José Martins e Tiago Machado. O primeiro foi oitavo classificado na Volta a Espanha, 12.º na Volta a França, terceiro na Volta à Catalunha e quarto na Volta à Suíça. Quantos ciclistas portugueses apresentam um palmarés desta dimensão?

Tiago Machado foi, durante a década de 2010, um dos ciclistas mais regulares do mundo em provas de uma semana, com múltiplos top 10 e vários pódios em competições internacionais desse perfil. Nelson Oliveira, recordista nacional de participações nas três Grandes Voltas e de top 10 em Campeonatos do Mundo, além de detentor de dois diplomas olímpicos, é também praticamente ignorado.

A evolução das vertentes de BTT, pista, paraciclismo e BMX não é explicada nem contextualizada. Não existe uma única linha dedicada à Volta a Portugal Feminina, e os feitos de Maria Martins, uma verdadeira pioneira do ciclismo feminino português, não são valorizados nem enquadrados no seu devido contexto histórico.

“Num tempo marcado pela rapidez da informação e pelas novas tecnologias, acreditamos que um livro continua a ser um instrumento único para preservar a memória, fixar a história e garantir que ela não se perde”, afirmou o atual presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Cândido Barbosa, na nota de imprensa que acompanhou o lançamento da obra. À luz do conteúdo apresentado, a declaração acaba por assumir um tom involuntariamente irónico.

Resta, no entanto, uma pergunta inevitável. Quantos milhares de euros custou à Federação este objeto de mil trezentos e trinta gramas em formato de livro? A questão torna-se ainda mais pertinente quando se recorda que, há pouco tempo, o próprio presidente admitiu ter recorrido a um empréstimo bancário para assegurar a atividade corrente da Federação.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/o-livro-dos-125-anos-da-federacao-portuguesa-de-ciclismo-esta-cheio-de-erros-e-lacunas-historicas

“37º Passeio Cicloturismo Amendoeiras em Flor”


Dia 1 de Março de 2026

 

Vai para a estrada no próximo dia 1 de março, “37º Passeio Cicloturismo Amendoeiras em Flor”, realizado em Vila Nova Foz Côa, este ano juntamente com uma caminhada.

A concentração será na escola EB2,3 + S. Tenente-coronel Adão Carrapatoso, o passeio de bicicleta terá m trajeto de 50 quilómetros, e a caminha 10 quilómetros, haverá abastecimento na freguesia de Almendra.

O passeio terá no final almoço para quem desejar, e lembranças aos participantes.

Para informações e inscrições telefone: 910 358 970.

A organização e da Associação de Cicloturismo do Côa

“Plantel da Anicolor terá 16 ciclistas em 2026: novo nome, novos reforços e novas ambições”


Por: Miguel Marques

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A Anicolor revelou publicamente a nova identidade para a época de 2026, com a Campicarn, empresa do setor agroalimentar, a assumir o papel de segundo patrocinador no lugar da Tien21, ao mesmo tempo que apresentou o elenco completo para uma temporada que ficará marcada por nova renovação profunda do plantel, ainda assim, não tão fraturante como a da temporada anterior, em que entraram 13 caras novas.

Depois de um final de 2025 com várias despedidas, a estrutura nacional optou por reformular quase por completo o grupo de trabalho, abrindo portas a um número significativo de novas contratações. Ao todo, entram nove corredores, sendo sete deles estrangeiros, numa estratégia clara de alargar horizontes e dar uma dimensão mais internacional a um plantel que contará com 16 ciclistas.

Entre as apostas nacionais surgem dois jovens talentos: João Silva, de apenas 18 anos, recrutado à Landeiro, e Bernardo Teixeira, de 19, proveniente do Óbidos. Ambos são vistos como projetos de médio e longo prazo dentro da equipa. No capítulo internacional, a Anicolor garantiu o neerlandês Enzo Leijnse, de 24 anos, que chega após passagem por uma estrutura do WorldTour, a Team Picnic PostNL; o espanhol Andoni Abetxuko, de 26, ex-Euskaltel; o canadiano Carson Miles, de 25, vindo da Marni, e o francês Louis Ferreira, também de 25 anos, que alinhava pela Bourg-en-Bresse. Juntam-se ainda o britânico Theodor Obholzer, de 26 anos, oriundo do Óbidos, o italiano Peter Cevini, de 34, que traz experiência depois de correr pela Tavira, e o colombiano Santiago Mesa, sprinter de 28 anos, recrutado à Efapel.

Apesar da remodelação significativa, a Anicolor optou por manter algumas peças da última temporada. Gonçalo Oliveira, de 24 anos, e Tiago Santos, de 20, continuam integrados na estrutura, que preserva igualmente o seu núcleo mais sólido e experiente. Esse bloco é encabeçado por Artem Nych, vencedor das duas últimas Voltas a Portugal, pelo francês Alexis Guérin, segundo classificado em 2025, pelo português Rafael Reis, já um dos rostos da equipa, e ainda pelos espanhóis Rubén Fernández e Víctor Martínez, que asseguram continuidade competitiva ao projeto.

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