Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Em 2025, Romain Bardet inicia
os últimos meses da sua carreira de ciclista profissional. Mas antes do final
no Criterium du Dauphine 2025, o francês da Team DSM-Firmenich PostNL reflete
sobre a sua carreira no pelotão.
Outrora uma das grandes
esperanças do ciclismo francês, Bardet parecia ter todas as probabilidades de
acabar com a espera de um vencedor da Volta a França em meados da década de
2010, terminando em segundo lugar atrás de Chris Froome na edição de 2016 e acrescentando
um 3º lugar na geral ao seu palmarés em 2017. No entanto, a vitória na Grande
Volta nunca se concretizou e Bardet admite que se arrepende de se ter
concentrado demasiado no Tour durante o pico da sua carreira.
"A minha maior frustração
foi não me ter concentrado mais cedo em ganhar outra Grande Volta que não o
Tour", explica Bardet em conversa com a Rouleur. "Depois de ter
terminado em segundo lugar no Tour de 2016 e em terceiro no Tour de 2017, devia
ter-me concentrado no Giro ou na Vuelta. Em 2018 ou 2019, deveria ter
reorientado o meu foco para outra Grande Volta, para ganhar ou pelo menos
terminar no pódio. Esse é o único arrependimento que tenho, olhando para trás
na minha carreira".
Embora Bardet tenha acabado
por mudar para as outras Grandes Voltas, ficando no top 10 do Giro em 2021 e
2024, acabou por nunca conseguir vencer uma Grande Volta: "Durante anos
fui um ciclista que pedalava com o objetivo de ganhar uma Grande Volta e sei
que isso já não é possível. Hoje em dia tenho de fazer ainda mais sacrifícios
do que antes e, para ser sincero, acho que nem sequer consigo terminar no pódio
de uma Grande Volta", admite explicando a decisão de dar por terminada a
carreira profissional. "Penso que 2022 foi praticamente a minha última
oportunidade para obter esse resultado. Chega-se a um ponto em que a balança
pende para o lado errado e não vale a pena fazer tantos sacrifícios por poucos
resultados. Perdi a vontade de dar tudo para terminar apenas entre os dez
primeiros. Tenho 33 anos e acho que tive uma carreira muito, muito boa. Por
isso, para mim, parar agora é um cenário de sonho".
"Não sei realmente o que
vou fazer quando me reformar. Tenho várias ideias, mas, para ser sincero, ainda
é muito cedo. O meu grande sonho é criar a minha própria equipa com um modelo
diferente e valores diferentes, mas ainda é muito cedo para falar sobre isso.
Primeiro, penso que é importante para mim tirar algum tempo e afastar-me um
pouco. Uma coisa é certa, vou querer fazê-lo com a mesma energia e vontade que
sempre tive ao longo da minha carreira", conclui. "O ciclismo fará
sempre parte da minha vida. Não consigo imaginar uma altura em que deixe de
andar de bicicleta. Talvez hajam períodos em que não tenha tempo para pedalar
muito e tenha de o substituir por corrida, por exemplo, mas o ciclismo fará
sempre parte da minha vida."
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