Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A etapa 3 da Volta à Itália 2025 oferece um perfil complexo e abre um leque de possibilidades tácticas. Com início e fim em Valona (Vlorë), esta jornada albanesa de 160 quilómetros não é a mais longa da edição, mas apresenta um terreno propício à ação de trepadores, outsiders da geral e ciclistas ofensivos, numa corrida onde o controlo será tudo menos garantido.
O
percurso
A primeira metade do percurso é relativamente acessível, embora contenha uma subida de 2,2 km a quase 10% que poderá servir para eliminar desde cedo alguns sprinters mais puros. No entanto, é na segunda metade que o verdadeiro teste começa: uma sequência montanhosa culmina com a ascensão a Qafa e Llogarasë, 10,6 km a 7,3% uma subida suficientemente exigente para provocar seleções e ataques relevantes.
O topo desta montanha surge a
38 km da meta, seguido de uma longa e técnica descida que poderá favorecer
homens com dotes técnicos, antes de um final plano de 17 km que permitirá
perseguições organizadas... ou ataques lançados com precisão táctica.
O vento
Espera-se uma brisa de oeste a
atuar como vento de frente ou lateral na parte decisiva da jornada,
nomeadamente na subida principal. Este fator poderá desincentivar ataques
solitários e favorecer grupos mais compactos na abordagem final.
Favoritos
e cenários prováveis
Mads Pedersen volta a partir
como principal candidato à vitória, caso resista às dificuldades montanhosas. A
Lidl-Trek poderá jogar de forma mais conservadora após o desgaste da etapa
inaugural e dar liberdade a Giulio Ciccone ou Mathias Vacek, mas um sprint
reduzido com Pedersen em prova é um cenário perfeitamente plausível. Se
sobreviver às subidas, o dinamarquês será, novamente, o homem a bater.
Wout van Aert deu sinais
negativos no contrarrelógio e na subida final da etapa 1, e tudo indica que
poderá não resistir à dureza acumulada desta jornada. A sua capacidade de
recuperação após a subida e o controlo do pelotão serão determinantes.
Entre os homens rápidos, Filippo Fiorelli e Corbin Strong mostraram pernas na etapa 1 antes de serem condicionados por quedas. Diego Ulissi e Francesco Busatto serão opções ofensivas da UAE e da Intermarché, respetivamente, enquanto Orluis Aular parece em grande forma e pode surpreender num final mais seletivo.
Cartas
soltas e homens da geral
Esta poderá ser uma jornada
ideal para ataques táticos de nomes como Tom Pidcock ou Pello Bilbao,
aproveitando a descida e a margem que os favoritos à geral podem conceder. Max
Poole, Paul Double e Felix Engelhardt são bons nomes para movimentos intermédios,
caso haja apatia entre os líderes da CG.
Quanto aos favoritos à geral,
estarão atentos, mesmo que não se ataquem diretamente. Primoz Roglic, Antonio
Tiberi, Egan Bernal, Michael Storer, Einer Rubio e companhia não quererão
perder o comboio caso algo aconteça.
A UAE Team Emirates tem
potencial para agitar o dia. Com Jay Vine a poder sair em fuga, e nomes como
Isaac del Toro, Brandon McNulty, Adam Yates e Juan Ayuso com liberdade para
testar a Red Bull - BORA - hansgrohe, há margem para ensaios tácticos. Richard
Carapaz é outro nome que poderá tentar mexer na corrida, se sentir boas
sensações.
Previsão da
etapa 3 da Volta a Itália 2025:
*** Mads Pedersen
** Mathias Vacek, Corbin
Strong, Tom Pidcock
* Wout van Aert, Giulio
Ciccone, Filippo Fiorelli, Diego Ulissi, Pello Bilbao, Paul Double, Primoz
Roglic, Juan Ayuso, Michael Storer, Jay Vine, Isaac del Toro, Richard Carapaz
Escolha: Mads Pedersen
Cenário previsto: Novamente um
sprint de grupo reduzido
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