Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com/
O tema da segurança dos
ciclistas e a melhor forma para a melhorar no pelotão, continua a ser tema de
grande debate no ciclismo moderno. À medida que a tecnologia continua a
melhorar, permitindo que os ciclistas andem mais rápido, será necessário
trabalhar mais no aspeto da segurança do ciclismo?
Na recente assembleia geral
anual da associação de organizadores de corridas (AIOCC), o diretor da Volta a
França, Christian Prudhomme, causou alguma agitação com os seus comentários
sobre o tema da segurança dos ciclistas, quando afirmou: "Para além dos
comportamentos dos atletas e do trabalho dos organizadores, é absolutamente
necessário reduzir a velocidade através de medidas adequadas: Os ciclistas
estão a andar muito rápido. Quanto mais rápido andam, maior é o risco e mais se
põem em perigo a si próprios e aos outros".
O chefe da EF Education -
EasyPost, Jonathan Vaughters, criticou Prudhomme e escreveria logo de seguida
na rede social X "#MakeRacingSlowAgain", para ser menos superficial:
É absolutamente irritante para mim a forma como estes gatos gordos, que nunca
correram nem sequer andaram num triciclo em criança, que lucram dezenas de
milhões às custas dos outros, atirem directamente as culpas dos problemas da
segurança no ciclismo para os ciclistas".
Agora, o chefe do Groupama -
FDJ, Marc Madiot, e uma das principais contratações de sua equipe para a
temporada de 2025, Guillaume Martin, juntam-se as suas vozes ao debate, numa
conversa com o jornal Le Parisien. "A equação é impossível", admite
Madiot. "Os ciclistas estão a andar cada vez mais rápido, em terrenos onde
tudo se projecta para que as bicicletas percam velocidade e nas descidas, é o
pior de tudo... E como muitos dos rapazes não querem saber de nada, só
encontram uma solução: abrandar as bicicletas."
Para tentar provar o seu ponto
de vista, Madiot analisa as alterações introduzidas no desporto automóvel nos
últimos anos. "Não só salvou vidas, como o espetáculo não perdeu nada.
Sinceramente, uma corrida a uma média de 48 km/h é menos emocionante do que uma
a 55 km/h?" pergunta o chefe de equipa francês.
Martin acredita que as
próprias bicicletas podem ser a chave para se melhorar a segurança dos atletas:
"O equipamento que temos permite-nos andar mais rápido. Fico com a
impressão de que as bicicletas se partem sempre caimos, o que significa que são
mais violentas", diz, referindo-se também à Fórmula 1. "Podemos fazer
como na F1, em que todos têm os mesmos pneus. Dessa forma, não teríamos
diferenças de aderência. Podemos escolher uma marca que não seja hiper
eficiente com pneus que nos fazem andar um pouco mais devagar. De um pneu para
outro, a velocidade pode variar em 3 km/h".
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