Por: José Carlos Gomes
Portugal fechou o Campeonato
do Mundo de Pista, hoje, em Roubaix, França, com a medalha de prata de Iúri
Leitão em eliminação. João Matias e Rui Oliveira, em Madison, e Maria Martins,
na corrida por pontos, concluíram a participação no Mundial com o sexto lugar.
A última corrida do programa
do Campeonato do Mundo foi aquela que deu a Portugal uma medalha. Depois de
ontem ter mostrado estar em excelente forma ao longo de todo o concurso de
omnium, saindo das posições de pódio apenas no derradeiro sprint da última
corrida, Iúri Leitão confirmou hoje a capacidade física e tática na disciplina
de eliminação.
A prova até começou com algum
sobressalto para o vianense, que salvou duas eliminações com pouca margem. Só
que o representante de Portugal subiu no pelotão e acabou a fazer uma exibição
muito personalizada, alternando períodos em cabeça de corrida com outros em que
vinha mais atrás, mas em que demonstrou clara facilidade para eliminar os
rivais e reposicionar-se.
Foi Iúri Leitão que fez a
seleção final dos homens que ficaram com o pódio. Menos disponível fisicamente,
o russo Sergei Rostovtsev teve de contentar-se com a medalha de bronze. Iúri
Leitão enfrentou uma das maiores estrelas internacionais do ciclismo de estrada
e de pista, o italiano Elia Viviani. Mais experiente, o transalpino ficou com a
medalha de ouro e o português enriqueceu o palmarés com a de prata.
A dupla formada por João
Matias e Rui Oliveira marcou a presença nacional em disciplinas olímpicas neste
domingo, competindo nos 50 quilómetros (200 voltas) do madison. A competição,
intensa e muito rápida (média de 57,307 km/h), marcou um fosso entre as
seleções mais fortes e as menos capazes. Das 17 equipas que iniciaram a
corrida, sete perderam voltas para o pelotão. E seis conseguiram dobrar o grupo
principal.
João Matias e Rui Oliveira
estiveram entre os corredores que se adiantaram face ao pelotão, conseguindo 20
pontos com a volta de avanço, aos quais somaram sete em sprints intermédios,
num total de 27. Foi um desempenho que valei à equipa nacional a sexta posição.
A luta pelo pódio foi equilibrada, englobando cinco duplas, separadas por dez
pontos.
Os mais fortes foram os
dinamarqueses Lasse Norman Hansen e Michael Mørkøv, com 68 pontos. Seguiram-se
os italianos Simone Consonni e Michael Scartezzini, com 64, e os belgas Kenny
de Ketele e Robbe Ghys, com 62. Britânicos e franceses somaram 58 e ocuparam os
postos imediatos.
Maria Martins foi a primeira
portuguesa a entrar em cena neste domingo, competindo numa eletrizante corrida
por pontos. A prova, disputada pela grande maioria das melhores corredoras de
pista de cada país, foi disputada em toada de ataques constantes. Isto traduziu-se
no facto de dez das vinte participantes terem dado, pelo menos, uma volta de
avanço ao pelotão.
A corredora portuguesa esteve
entre as mais bem-sucedidas na dobragem às rivais, somando duas voltas de
vantagem. Além disso, conseguiu um ponto num dos sprints intermédios, o que lhe
valeu somar 41 pontos. Este desempenho colocou Maria Martins como sexta
classificada. A vencedora foi a belga Lotte Kopecky, única ciclista a somar
três dobragens, que finalizou com 76 pontos, mais quatro do que a britânica Katie
Archibald e mais 16 do que a neerlandesa Kirsten Wild, que também garantiram a
presença no pódio.
“Cumprimos
todos os objetivos a que nos tínhamos proposto. Fizemos um campeonato de
excelência e hoje fechámos com a medalha, que foi um prémio para toda a equipa
e staff. Estamos orgulhosos do desempenho e dos resultados que obtivemos”,
afirma o selecionador nacional, Gabriel Mendes, em jeito de balanço à
participação nacional no Campeonato do Mundo.
Sobre o último dia, Gabriel
Mendes considera que o desempenho nacional foi um sucesso: “No madison tínhamos como objetivo ficar nos 12 primeiros
e conseguimos a sexta posição, numa corrida muito exigente. A Maria fez uma boa
corrida por pontos e o Iúri fechou de forma de exemplar esta participação no
Campeonato do Mundo, sabendo gerir bem o esforço, depois do omnium de ontem,
para conseguir chegar ao pódio”.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo