quarta-feira, 5 de novembro de 2025

“EUROSPORT E HBO MAX TRANSMITEM EM DIRETO OS CAMPEONATOS DA EUROPA DE CICLOCROSSE – CINCO PORTUGUESES ENTRE A ELITE DO CONTINENTE”


Por: Vasco Simões

Foto: Getty Images

A lama, o vento e a técnica voltam a cruzar-se no maior palco do ciclocrosse europeu. Este fim de semana, Middelkerke, na costa belga, recebe os Campeonatos da Europa de Ciclocrosse, com transmissão em direto no Eurosport e na HBO Max, numa edição que promete espetáculo do primeiro ao último momento.

Entre os grandes favoritos está Thibau Nys, campeão em título e atual referência da nova geração belga, determinado em renovar o ouro diante do seu público. Ao seu lado surgem nomes de peso como Joris Nieuwenhuis, vencedor recente da X2O Trophy em Lokeren, e Michael Vanthourenhout, bicampeão europeu e sempre perigoso em corridas com condições exigentes. No setor feminino, a holandesa Lucinda Brand chega embalada por quatro vitórias nas primeiras cinco corridas da temporada tornando-se a grande candidata ao pódio.

Portugal volta a marcar presença nos Europeus pela terceira vez desde o regresso à disciplina, com cinco atletas em prova. Rita Fontinhas será a primeira a competir, na corrida de juniores femininas, enquanto Tomás Gaspar e Rafael Sousa alinham na categoria sub-23 masculina, este último depois de ter sido o melhor português na edição anterior. No domingo, será a vez dos juniores Hugo Ramalho e João Vigário representarem as cores nacionais.

O percurso de Middelkerke é um desafio à parte: junto ao mar do Norte, combina secções sobre relva lamacenta, passagens por dunas escorregadias e zonas de areia solta, obrigando os ciclistas a gerir os pneumáticos, o posicionamento e a técnica com precisão. A combinação de vento marítimo e alternância de superfícies transforma cada curva num teste à resistência e à concentração dos atletas.

Com os melhores ciclocrossistas do continente em ação e Portugal a afirmar-se cada vez mais nesta modalidade, os Campeonatos da Europa de Ciclocrosse prometem um fim de semana imperdível.

CAMPEONATO DO MUNDO DE CICLISMO URBANO NOS DIAS 7 E 8 DE NOVEMBRO

 

Para além desta competição, o Eurosport e a HBO Max vão acompanhar em direto, nos dias 7 e 8 de novembro, o Campeonato do Mundo de Ciclismo Urbano, que se realiza em Riade, na Arábia Saudita. O evento reúne os melhores atletas do mundo nas modalidades de BMX Freestyle Park e Trials, numa competição que promete manobras de alto nível, saltos espetaculares e pura adrenalina. O foco estará nas finais masculinas e femininas de BMX Freestyle, marcadas para sábado, dia 8, com destaque para o australiano Logan Martin, tricampeão mundial e campeão olímpico em Tóquio, e para a compatriota Natalya Diehm, medalha de bronze em Paris 2024, que procura redimir-se da queda sofrida na Taça do Mundo de Xangai. Em Trials, o britânico Jack Carthy e o espanhol Borja Conejos são os principais nomes em prova, prontos para desafiar os limites do equilíbrio e da técnica sobre duas rodas.

Será um fim de semana imperdível para os fãs do ciclismo e toda a ação poderá ser seguida, em direto, no Eurosport e na HBO Max.

Fonte: Eurosport

"Uma equipa que não tem dinheiro" - A avaliação de Bjaarne Riis sobre a situação atual da Visma”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Apesar de ter conquistado duas grandes voltas em 2025, a Team Visma | Lease a Bike enfrenta um desafio fora das estradas: a crescente disparidade financeira em relação às suas principais rivais. O aviso vem de Bjarne Riis, uma das figuras mais influentes do ciclismo dinamarquês e compatriota de Jonas Vingegaard, que teme que a equipa neerlandesa esteja a perder terreno económico num pelotão cada vez mais dominado por superpotências financeiras.

"Uma coisa é o facto de os Emirates terem muito dinheiro. Outra coisa, e mais importante, é que são muito bons no que fazem", afirmou Riis ao Feltet, referindo-se à UAE Team Emirates - XRG. "Sim, podem ter um orçamento ilimitado, é assim que as regras são. Não há limite salarial. As grandes equipas, como a UAE e a Lidl-Trek, seguem as regras e têm sido boas a contratar pessoas competentes e a encontrar jovens ciclistas com grande potencial. Não é por os outros não terem dinheiro".

 

Super-equipas e orçamentos em expansão

 

O dinamarquês aponta o dedo à escalada orçamental do ciclismo moderno. "Há cada vez mais dinheiro a entrar no desporto", observou. "Temos super equipas como a UAE Team Emirates - XRG, que está a bater recordes em todas as frentes; a Lidl-Trek e a Red Bull - BORA - Hansgrohe, que aumentaram os seus orçamentos nas últimas épocas e contratam líderes constantemente; e até a Decathlon AG2R La Mondiale, que terá um orçamento de 30 milhões de euros a partir de 2026".

Esta concentração de recursos cria um desequilíbrio evidente entre as equipas WorldTour, especialmente para as estruturas médias ou em crescimento. Ainda assim, Riis rejeita a ideia de que isso seja um problema injusto. "Muitos pensam que é terrível que haja equipas com muito mais poder financeiro. Isto é especialmente verdade entre as equipas francesas, que acham que é injusto. Mas não, não é. As outras equipas só têm de melhorar. Não há qualquer limitação financeira neste momento, é preciso lidar com isso em vez de se queixar".

 

"A Visma já não está entre as três mais fortes"

 

Segundo Riis, a Visma já não figura entre as equipas mais poderosas em termos económicos. "Acho que a Visma não está nem perto de ser a número dois ou três no pelotão em termos financeiros", afirmou. "Estão longe das três maiores - UAE Team Emirates - XRG, Lidl-Trek e Red Bull - BORA - Hansgrohe, é o meu palpite".

O dinamarquês sublinha que, apesar da competência técnica da estrutura neerlandesa, a diferença de orçamento começa a refletir-se nas contratações e nas saídas. "Para mim, parece uma equipa com falta de dinheiro, porque muitos dos seus ciclistas fortes estão a sair. Não é por não quererem mantê-los. Optaram por apostar fortemente em Wout van Aert e Jonas Vingegaard, e os ciclistas logo abaixo deles estão a sair porque a equipa simplesmente não tem dinheiro para os manter".

 

Um inverno de contenção e aposta no desenvolvimento

 

A Visma reforçou o plantel para 2026 com nomes como Timo Kielich, Bruno Armirail, Owain Doull e jovens promovidos da equipa de desenvolvimento, como Tim Rex e Pietro Mattio. Ainda assim, Riis considera que o recrutamento reflete uma estratégia mais cautelosa e de baixo custo. "Apostaram em ciclistas ProTeam e de nível continental, como Filippo Fiorelli, Davide Piganzoli e Timo Kielich, esperando desenvolvê-los, mas isso mostra que os meios financeiros são limitados".

Além disso, o dinamarquês aponta para a estrutura de patrocínios da equipa como sinal de vulnerabilidade económica. "Os responsáveis pela equipa têm muitos dos seus próprios patrocinadores ligados ao projeto, a Lease a Bike pertence ao grupo Pon Bike, e usam bicicletas Cervélo, também do grupo. Para mim, isso sugere que não são tão fortes financeiramente como gostariam de ser".

A Visma continua a ser uma das equipas mais bem estruturadas e competitivas do mundo, mas o alerta de Riis é claro: num ciclismo movido por investimentos crescentes e orçamentos multimilionários, até as equipas mais eficientes podem ver o sucesso desportivo ameaçado por limitações financeiras.

E enquanto Pogacar, Del Toro e a UAE Team Emirates - XRG expandem o seu império, Riis deixa o aviso: "A Visma pode continuar a ganhar corridas, mas se não acompanhar o ritmo financeiro das rivais, um dia poderá deixar de conseguir".

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/uma-equipa-que-nao-tem-dinheiro-a-avaliacao-de-bjaarne-riis-sobre-a-situacao-atual-da-visma

“Mauricio Moreira falhou a Volta, aponta o dedo e não guarda rancores “A decisão não foi justa”


Por: Carlos Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Mauricio Moreira, uruguaio de 30 anos, falou ao Cycling District sobre a ausência na Volta a Portugal de 2025, a decisão da equipa e a rescisão contratual que se seguiu. O antigo vencedor da prova não escondeu a frustração, mas mostrou-se sereno quanto ao seu percurso e às acusações que o rodearam.

“Estava consciente de que podia fazer uma boa Volta. Os ciclistas têm aquele local de treino onde vão fazer testes, onde chegam à conclusão de que estou a andar bem ou não estou a andar nada, e naqueles momentos eu sentia que estava a andar bem, que estava a fazer bons números. Isso levava-me a pensar que, apesar de ter tido um ano tão irregular, tão cheio de altos e baixos, de desistências nas corridas, de marretadas na cabeça, porque são coisas psicologicamente muito duras, podia dar o meu melhor. Não vou dizer que podia ganhar ou que podia fazer pódio, mas acreditava que estava em forma para o fazer”, explicou o uruguaio.

 

De fora da Volta a Portugal

 

Segundo revelou, a decisão de o deixar fora da principal prova do calendário português partiu da própria estrutura da equipa. “Basicamente foi uma falta de rendimento, uma falta de continuidade e preparação que levou a tomar a decisão de que eu ficava de fora”, afirmou, considerando que essa decisão “não foi justa”.

Depois de não ter sido convocado para a Volta a Portugal, Moreira sentiu que algo mudou dentro da formação. “Foram um conjunto de decisões a partir daquele momento que, basicamente, não percebo. Não percebo quando há pessoas que têm uma ideia concreta na cabeça e, apesar de ter provas que mostram o contrário, eles não querem vê-las. Não há maneira de haver um consenso. Quando dizes que existe uma coisa que não existe, com provas que não são contundentes… Eu tenho as provas que me deixam completamente tranquilo. A pessoa em concreto que desencadeou isto tudo saberá quais são as suas razões, para mim essas razões não me dizem nada.”

O uruguaio reagiu ainda aos rumores que circularam sobre uma alegada notificação relacionada com doping. “Isso dá-me vontade de rir. Nunca fui notificado. Eu não culpo as pessoas que dizem aquilo, simplesmente dá-me muita pena. Como já disse, e voltamos a 2023, numa entrevista na etapa da Torre, as pessoas falam porque da boca para fora é muito fácil falar. Falar é de graça. Todas as pessoas falam, ‘olha aquele tem um problema’. Mas não têm consciência de que as palavras que dizem, fazem muitos mais danos do que uma chapada na cara ou qualquer outra coisa. Dá-me pena, porque acusações assim a uma pessoa fazem muito dano.”

 

"Isso vem de pessoas que nunca andaram numa bicicleta"

 

Com 30 anos, Moreira sublinhou o peso dessas acusações numa carreira construída com esforço e sacrifício. “Levo mais de metade da minha idade a ser profissional, a sofrer, a conseguir ser o melhor, a conseguir resultados. Ser um bom atleta, um bom ciclista, uma boa pessoa. E acusações assim danificam isso tudo. E muitas vezes esses comentários são de pessoas que nunca andaram numa bicicleta. Magoa-me porque isso vai afectar aquilo que eu consegui com suor e esforço.”

O uruguaio revelou também que o conflito interno teve origem numa figura com influência sobre os atletas. “Não vou entrar em muitos detalhes porque é uma situação muito complexa. Só posso dizer que não foi uma pessoa da direcção da equipa. Quando essa pessoa tem certo ‘poder’ sobre os atletas, eles (direção ed.)acreditam. Ele disse que eu nunca mais vou ter um bom rendimento na minha vida, que nunca mais ia andar bem, que a minha vida não era compatível com o ciclismo.”

Moreira garante que tentou provar o contrário, mas sentiu resistência. “Eu fiz tudo para provar a essa pessoa o contrário. Mesmo se, com exames e provas, essa pessoa não quer ver, é um problema dessa pessoa. Eu não vou contrariá-lo, não vou meter uma arma na cabeça de ninguém e dizer ‘tens de acreditar’, ou porque tenho aqui X provas e tu tens que as ver. Somos todos seres humanos e vemos as coisas de forma diferente.”

No fim, reconhece que o caso acabou por ter reflexo na decisão da equipa para a Grandíssima. “Isso reflectiu-se na direção da equipa. Obrigou a equipa a tomar uma decisão.”

Apesar de tudo, Mauricio Moreira garante que sai sem rancores. “Obviamente não é um ambiente de trabalho bom, não há compatibilidade e por isso decidimos seguir caminhos diferentes”, afirmou, agradecendo à formação de José Azevedo “pela oportunidade que me deu, embora tenha sido curta”.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/mauricio-moreira-falhou-a-volta-aponta-o-dedo-e-nao-guarda-rancores-a-decisao-nao-foi-justa

“Cinco portugueses alinham no Campeonato da Europa de Ciclocrosse”


A Seleção Nacional vai contar com cinco atletas no Campeonato da Europa de Ciclocrosse 2025. Portugal vai estar representado em sub-23 masculinos e nas categorias de juniores masculinos e femininos. Seleção Nacional alinha na competição pela terceira vez desde a reintrodução do ciclocrosse. A competição vai decorrer em Middelkerke, na província de Flandres Ocidental, na Bélgica.

No sábado, primeiro dia de competição, as cores nacionais vão estar representadas em duas corridas. Rita Fontinhas é a primeira portuguesa a entrar em ação. As juniores femininas partem às 11 horas locais (menos uma hora em Portugal Continental). Ao ínicio da tarde será a vez de Tomás Gaspar e Rafael Sousa cumprirem a prova de sub-23 masculinos de quinas ao peito.

No domingo, a Seleção Nacional vai fazer-se representar na competição de juniores masculinos com Hugo Ramalho e João Vigário a alinharem à partida.

Esta é a terceira participação de Portugal em campeonatos europeus desde a reintrodução do ciclocrosse. No ano passado, em Pontevedra (Espanha), Rafael Sousa foi o melhor português entre os nove representantes com as cores nacionais. O jovem da Guilhabreu Mtb Team by ADCRSG alcançou a 25.ª posição na prova de sub-23, a mesma onde volta a participar este ano.

As dunas e os terrenos da antiga Base Militar de Lombardsijde são os percursos naturais e desafiantes para as centenas de atletas que vão alinhar à partida. A escolha de Middelkerke, que se transforma na capital europeia do ciclocrosse, não é um mero acaso. A cidade costeira com uma forte ligação ao ciclismo, recebeu em 2022 os campeonatos da Bélgica de ciclocrosse e de estrada e já antes tinha sido palco do campeonato belga de contrarrelógio em 2019.

Na categoria de elites do Europeu de Ciclocrosse, onde Portugal não vai estar representado, o belga Thibau Nys tenta defender em casa o título conquistado em 2024. A neerlandesa Fem van Empel, três vezes campeã europeia, procura conquistar o quarto título consecutivo em femininos.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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