Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com/
Joxean Matxín, Team Manager da
UAE Team Emirates, renovou recentemente com a equipa até 2028, sendo um homem
chave na estrutura de uma equipa que varreu os seus rivais em 2024. O diretor
espanhol falou em exclusivo ao C sobre a rivalidade de Tadej Pogacar com Jonas
Vingegaard, como a equipa planeia vencer a Milan-Sanremo e muito mais!
Exclusivamente sobre Tadej
Pogacar e a sua rivalidade com Jonas Vingegaard. Há um ano, todos pensavam que
o dinamarquês ia ganhar a Volta a França de 2024, depois de ter
"roubado" as duas anteriores ao esloveno. Hoje, no entanto, depois da
época histórica de Pogacar, são muito poucos os que não pensam que ele vai
ganhar no próximo ano.
Matxín faz uma reflexão
interessante sobre a forma como os meios de comunicação social e os adeptos
reagem quando um ciclista jovem e entusiasta ganha uma Volta à França com
alguma liberdade.
Pode dar-se como garantido que Pogacar ganhará a Volta a França de 2025, tal como se assumiu que Vingegaard ganharia a Volta a França de 2024?
"Se falassemos disto há
cinco anos, parecia que quem ia ganhar cinco Tours seguidos era Egan Bernal.
Ganhou o Tadej e depois não se sabia se ia ganhar o próximo. Depois de ganhar o
segundo era o Tadej que ia ganhar 6 Tour seguidos. Depois, Vingegaard ganhou 2
e parece que Vingegaard é quem vai ganhar os 6 consecutivos. Isto significa que
cada ano não pode ser igualado em nada, muito menos em lesões. Neste sentido, a
lesão prejudicou Tadej no Tour. Bem, sim, porque ele não conseguiu preparar-se
da mesma forma. Perdeu a Jonas? Sim, sem dúvida, nós próprios passámos por
isso, embora a lesão tenha sido 15 dias mais tarde, mas a lesão foi mais grave.
Sem querer equiparar as lesões, é evidente que o afetou sem dúvida".
Aviso sobre o perigo do
dinamarquês....
"Ficámos zangados quando
não ganhámos o Tour e fizemos coisas muito melhores para o ganhar? Sim, o que é
que o Jonas vai fazer? É evidente que sim. Não conseguimos dormir, não
conseguimos ficar tranquilos.... Vingegaard vai ter aquela necessidade, aquela
raiva, aquela motivação extra para conseguir fazer as coisas. Não há dúvida
sobre isso. Estamos conscientes disso porque já passamos por isso e gostaríamos
de o fazer de forma diferente, gostaríamos de continuar a controlá-lo e
continuar a dominar a Volta a França, que é uma corrida muito, muito, muito,
muito difícil".
Calendário 2025
Matxín fala também do
calendário e do que gostaria de ganhar Tadej Pogacar, que continua muito
entusiasmado com a possibilidade de continuar a alcançar objectivos para além
da sua extraordinária época de 2024. O espanhol não revela exatamente o que o
esloveno vai correr, mas parece que na próxima época poderá trocar a dobradinha
Giro-Tour pelo Tour-Vuelta.
Quanto às clássicas, começará
o ano a tentar ganhar Sanremo, uma das suas obsessões, e no final da época
tentará acrescentar mais uma Lombardia. Pelo meio, é difícil dizer nesta
altura. Não parece que vá ser o ano do Paris-Roubaix, embora, tendo em conta
que não vai correr o Giro, nada possa ser excluído. Como dissemos, em todo o
caso, Matxín foi cauteloso.
O que é que Tadej Pogacar mais
gostaria de ganhar em 2025?
"Todas as corridas que
ele ainda não ganhou. Sem dúvida e, obviamente, a Volta à França pela
repercussão e pelo que representa. Dito isto, repetir a vitória em corridas que
ele já ganhou é dar um murro na mesa e dizer aqui estou eu e aqui vou eu em corridas
que controlo. Penso que a motivação do Tadej é tão elevada e estamos realmente
à procura disso: que correr uma nova corrida é motivação, que correr uma que
ele já ganhou é outro tipo de motivação, para manter o seu lugar no topo da
cadeira alimentar. É isso que é mais importante no Tadej, procurar essas
motivações, que tudo é um desafio e que ele tem essa mega-motivação e confiança
para conseguir as coisas."
Milan-Sanremo, já têm uma
estratégia?
"Sem dúvida, temos uma
estratégia. Temos o calendário estipulado e qual é a ideia de quem vai correr e
como vai correr em Sanremo. Obviamente que não a vamos exteriorizar ou
comunicar."
É possível que Tadej corra o
Paris-Roubaix em 2025?
"Depende. Muitas vezes
não é uma questão de saber em que ano correr, mas sim de planear a época. É
preciso ter em mente o objetivo principal e ir para trás. Por exemplo, se o
Giro e o Tour fazem parte do planeamento, é preciso ver quais as corridas que
se adaptam a eles. Por exemplo, este ano, com o Giro, não fazia muito sentido
ir a Roubaix porque é demasiado perto e estávamos a concentrar-nos na
altitude."
Existe uma opção de Volta a
Espanha para o esloveno?
"Claro que há uma opção
para a Volta a Espanha. Há uma opção para tudo. O calendário é claro, mas ainda
não o podemos revelar".
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