quarta-feira, 25 de setembro de 2024

“Seleção Nacional/Juniores são os primeiros a experimentar a dureza das provas de fundo”


Por: José Carlos Gomes

O Campeonato do Mundo de Ciclismo entra, nesta quinta-feira, no período das provas de fundo. Serão quatro dias de competição, com os juniores a serem os primeiros a experimentar o percurso de Zurique, Suíça.

O centro das competições será o circuito em redor da cidade-sede do Mundial, com 26,9 quilómetros de perímetro e um traçado praticamente sem terreno plano. A seleção tanto pode acontecer nas subidas – nas mais longas ou nas mais curtas e inclinadas – como nas descidas, algumas bem técnicas e de grande pendente, potencialmente perigosas, sobretudo nas provas que se disputem sob chuva, o que se prevê para quinta, sexta e sábado.

Há duas subidas, catalogadas como tal no circuito. A primeira, pouco depois da passagem pela meta, é em Zürichbergstrasse. Uma rampa com 1100 metros de distância, oito por cento de inclinação média, mas trechos que tocam os 15 por cento. A segunda subida, Witikon, tem 2300 metros a 5,7 por cento de inclinação média. O resto do percurso está, todavia, repleto de topos e estradas estreitas, o que tornará todos os momentos de corrida importantes.

“A seleção pode acontecer em qualquer altura: a subir, a descer, nas curvas. Será preciso boa colocação em todos os instantes de corrida, sob pena de o pelotão se partir e quem ficar para trás nunca mais conseguir recolar. E vai ser precisa arriscar em alguns momentos”, avisa o selecionador nacional de estrada, José Poeira.

O selecionador nacional de ciclismo feminino, José Luis Algarra, partilha dessa opinião e acrescenta que se trata de “um circuito muito complicado tecnicamente e de uma altíssima exigência física, sobretudo para as corredoras mais jovens”.

Os primeiros a experimentarem os desafios das provas de fundo deste Mundial são os juniores, já na quinta-feira. Às 9h00 partem Maria Constança Marques e Raquel Dias para uma corrida de 73,6 quilómetros, com início em Uster e final em Zurique. As corredoras irão completar volta e meia ao circuito de Zurique.

Às 13h15 será a vez de Daniel Moreira e José Miguel Moreira saírem de Uster para uma jornada de 127,2 quilómetros, que inclui três voltas e meia ao desafiante percurso em torno de Zurique.

Na sexta-feira, às 11h45, será dado o tiro de partida para os 173,6 quilómetros da prova de fundo para sub-23 masculinos, uma corrida que se inicia em Uster e termina em Zurique, após completadas quatro voltas e meia ao circuito de Zurique.

Portugal estará representado pelo vice-campeão mundial de 2023, António Morgado, assim como por Alexandre Montez, Daniel Lima, Gonçalo Tavares e Lucas Lopes. “São corredores de grande experiência internacional, o que nos dá garantias de podermos trabalhar para um bom resultado”, considera José Poeira.

No sábado é a vez de Ana Caramelo e Daniela Campos competirem nos 154,1 quilómetros entre Uster e Zurique, que englobam quatro voltas e meia ao circuito de Zurique. A corrida de elite terá uma classificação absoluta, para a qual concorrem as duas portuguesas, da qual será também extraída uma classificação de sub-23 para a qual é elegível Daniela Campos.

A prova de fundo para os masculinos de elite acontece no domingo, contando com Afonso Eulálio, Ivo Oliveira, João Almeida, Nelson Oliveira, Rui Costa e Rui Oliveira em defesa das cores nacionais.

A partida; às 9h30, será em Winterthur, localidade onde está instalado o quartel-general da Seleção portuguesa, estendendo-se por 273,9 quilómetros com 4470 metros de acumulado de subida. Antes de cumprirem sete voltas e meia ao circuito de Zurique, os corredores terão ainda de enfrentar duas subidas exigentes fora da cidade, destacando-se o Kyburg, um “muro” com 1200 metros de extensão, inclinação média de 12 por cento e pendentes que chegam aos 16 por cento. 

 

Paraciclismo em competição sexta e domingo

 

Além das provas de fundo de ciclismo, Portugal estará representado nas corridas de paraciclismo. Já na sexta-feira, às 7h30, corre Telmo Pinão na classe C2. A prova terá 62,7 quilómetros, praticamente planos, totalmente disputada no centro de Zurique, num circuito urbano que será cumprido dez vezes.

No domingo, às 8h45, Flávio Pacheco compete na prova de fundo de classe H4, uma corrida de 57,8 quilómetros, que começa com uma volta ao circuito das provas de fundo de ciclismo, com todas as subidas e zonas técnicas desse traçado, antes do regresso à cidade de Zurique, onde os paraciclistas irão completar cinco voltas ao circuito urbano praticamente sem elevação.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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