Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Team Visma | Lease a Bike
foi uma das primeiras equipas a reagir à apresentação oficial do percurso da
Volta a França 2026, manifestando satisfação pela variedade do traçado, mas
também algumas reservas quanto ao formato inédito do contrarrelógio por equipas
de abertura.
O diretor desportivo Grischa
Niermann destacou o equilíbrio global da corrida e a forma como as etapas
decisivas surgem apenas na segunda metade. Já Richard Plugge, diretor geral da
estrutura neerlandesa, elogiou o desfecho no Alpe d’Huez, mas mostrou-se pouco
impressionado com o início da prova.
"O foco da corrida está
no final. O percurso é relativamente mais facil no início do Tour: eles querem
claramente manter a luta até ao fim", partilhou Plugge com o In de
Leiderstrui. A etapa 6, com final em Gavarnie, será a única jornada de alta
montanha nos primeiros 13 dias de corrida. Apesar de haver algumas etapas
acidentadas e o contrarrelógio por equipas em Barcelona, Plugge acredita que as
diferenças entre os principais favoritos só começarão a surgir mais tarde.
Contrarrelógio
por equipas polémico
O ponto mais contestado por
Plugge é o contrarrelógio por equipas de abertura, cuja cronometragem será
feita de forma individual e não com base no quarto ou quinto ciclista da
equipa, como é habitual. Além disso, o percurso inclui duas colinas, subindo primeiro
ao Alto de Montjuïc antes da chegada no Estádio Olímpico de Barcelona, onde
também terminará a 2ª etapa.
"Não sou a favor disso.
Está-se a retirar o espectro "equipa". Um contrarrelógio por equipas
é um contrarrelógio por equipas. O que conta é o tempo do quarto ou quinto
ciclista a passar na meta, por isso temos de levar o nosso trabalho até ao
fim", argumenta. "É isso que me agrada. Mas é o que é, e temos de nos
adaptar a isso".
Plugge foi ainda mais incisivo
ao criticar a ideia do formato.
“Não é bem um contrarrelógio
por equipas. É mais uma corrida para sabermos quem será o primeiro líder. Temos
de ver como vamos lidar com isso. Normalmente, esta disciplina é boa para nós,
mas agora não faço ideia do que pretendem. Talvez queiram apenas fazer algo
diferente outra vez? Mas não lhe chamem um contrarrelógio por equipas.
Chamem-lhe um lead-out cronometrado”, ironizou.
Apesar das críticas, Plugge
reconhece que a introdução de um esforço cronometrado logo na abertura poderá
trazer benefícios táticos. “Com um contrarrelógio por equipas no início, há
logo uma hierarquia. Isso cria uma certa calma no pelotão”, admitiu.
Se o início do percurso
levantou dúvidas, o final mereceu elogios rasgados. A etapa do Alpe d’Huez,
última da corrida, é vista por Plugge como um dos grandes momentos do Tour
2026.
“O Alpe d’Huez é sempre
bonito, e a passagem pelo Col de Sarenne é muito agradável e ainda mais
difícil. Gosto disso. Vai ser uma etapa brutal de qualquer forma, e isso é bom.
Especialmente com a subida ao Sarenne”, afirmou.
Pode visualizar este artigo
em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/aquilo-nao-e-um-contrarrelogio-por-equipas-richard-plugge-chefe-da-visma-critica-o-inicio-da-volta-a-franca-de-2026

Sem comentários:
Enviar um comentário