Ciclista foi pai e segue entre a seleção de pista, presente nos Mundiais
Por: Lusa
Foto: Lusa
O ciclista português João
Matias viveu em 2022 "o melhor ano
desportivo" da carreira, foi pai e segue entre a seleção de
pista, presente nos Mundiais, mas diz à Lusa querer mais para o próximo.
"Foi
o meu melhor ano em termos desportivos. A nível profissional e pessoal, foi dos
anos mais importantes para a minha vida. Também fui pai e estou supercontente
com tudo o que se está a passar. Depois de dois anos menos positivos, as coisas
endireitaram-se", conta, em entrevista à Lusa em
Saint-Quentin-en-Yvelines, casa do Campeonato do Mundo até domingo.
Na estrada, a aposta da Tavfer-Mortágua-Ovos
Matinados em Matias correu bem, com dois triunfos na Volta a Portugal e o
segundo lugar na classificação por pontos, e uma vitória na classificação da
montanha na Volta ao Algarve a coroar as várias fugas que protagonizou.
O corredor destaca o papel
quer do diretor desportivo na estrada, o espanhol Gustavo Veloso, seu antigo
companheiro de equipa, e do selecionador de pista, Gabriel Mendes, para seguir
entre os melhores.
Tendo falhado os Europeus de
pista, por coincidir com a Volta a Portugal, ainda assim viu a seleção viver "um ano muito bom, excelente",
com jovens de "muita qualidade"
a mostrarem-se nesse evento.
Aos 31 anos, é o mais
experiente dos ciclistas que compõem o núcleo duro de 'pistards' lusos, quase todo presente em
França por estes dias: tem consigo Ivo Oliveira, Rui Oliveira, Maria Martins e
Daniela Campos, faltando Iúri Leitão para quase 'fechar'
uma primeira linha nesta vertente.
A convocatória para o Mundial
não foi exatamente inesperada para o vice-campeão europeu de 2021 na
eliminação, porque sente "confiança" da parte do selecionador, também pelo papel que
tem no seio de um grupo que se tornou "muito
amigo".
"Já
olhamos para isto como uma equipa, e este clima de trabalho é o segredo do
sucesso que temos vindo a ter", revela.
Junto de todo o grupo como um
todo, o mais velho usa o avançar da idade como experiência, mesmo que as
brincadeiras surjam quando treina ao lado de João Martins, nascido em 2004,
quando "já tinha ganho um título
nacional de escolinhas" e tinha vários anos a correr nas
pernas.
"Chamam-me
velho, ferro-velho, são pequenas alcunhas. Faz parte, sinto-me acarinhado por
eles e noto que, por vezes, me pedem alguns conselhos. E noto que me olham um
pouco como exemplo, em termos desportivos e pessoais, e sinto-me agradecido por
isso", conta.
A acentuar essa experiência de
vida, um filho com um mês e poucos dias coloca em perspetiva os dias e dias
passados fora de casa, a "fazer o
sacrifício" em prol de
uma modalidade que não quer deixar "enquanto valer a pena".
"O pensamento
está em que, se estou fora de casa e a abdicar de tempo para estar com ele e a
minha esposa, tenho de fazer para que valha a pena. Se estou aqui, tem de valer
a pena. É uma motivação extra", atira.
Para 2023, superar o melhor
ano desportivo passará sempre por "mais
vitórias", na estrada, onde "triunfar
outra vez na Volta seria extraordinário", mas há outras
provas onde quer vencer, erguer os braços, e talvez "disputar alguma geral, em corridas que possam
adequar-se" às suas características.
"Na
pista, o meu objetivo é sempre conquistar medalhas. Consegui o ano passado ser
vice-campeão da Europa de eliminação. Quero acrescentar mais lá em casa. A
qualificação olímpica [da seleção, dado que na pista o apuramento é por quota
não nominal] é o objetivo número um, a prioridade é colocar ciclistas em
Paris'2024", destaca o ciclista de Barcelos.
Fonte: Record on-line
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