A ciclista foi proibida de competir em provas femininas pela União Ciclista Internacional (UCI) mas conta com o apoio da UK Sport, a agência governamental para a promoção e financiamento do desporto no Reino Unido. O objetivo é Paris 2024
A UCI proibiu Emily Bridges,
ciclista transgénero inglesa, de competir em provas femininas e a UK Sport,
agência do Governo britânico que procurar promover, incluir e financiar o
desporto, mostrou-se desiludida com a decisão da federação internacional do
ciclismo. Caso a proibição seja levantada, a organização governamental já
anunciou que vai usar fundos provenientes da lotaria para apoiar Bridges. O
foco da atleta está nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.
Sally Munday, diretora da UK
Sport, elogiou a “resiliência”
de Emily Bridges e reiterou o apoio da organização pública à ciclista. As
declarações surgiram um dia depois de o primeiro-ministro Boris Johnson ter
dito que não acredita que “homens biológicos
devam competir em eventos desportivos femininos”. Munday lembrou
que, caso seja autorizada a participar em provas femininas, Bridges terá
direito ao financiamento do Estado através da lotaria – e a outros benefícios.
“Vamos
apoiar qualquer atleta considerado, por entidades estatais ou desportivas, com
potencial ou elegível para competir. Tenho muita empatia por todos os
envolvidos neste caso. Tenho muita empatia pela Emily (…) e pelas mulheres
contra as quais ela deveria estar a competir”,
disse Munday, em comunicado.
“A Emily
tem mostrado uma coragem incrível, (…) além de uma enorme determinação. Quando
estás no centro de algo que é do interesse nacional, como aconteceu com este caso,
isso cria pressão sobre qualquer indivíduo. Mas isto não é simplesmente sobre a
Emily. É um tema muito mais vasto”, acrescentou a diretora da UK
Sport.
Em 2018, antes de consumar a
mudança de género, Bridges bateu um recorde nacional masculino. Em 2022, a
ciclista tinha a esperança de, pela primeira vez como mulher, poder participar
em competições. Isso teria acontecido no último sábado, nos campeonatos de
pista da Grã-Bretanha, mas a UCI interveio, proibindo a sua inscrição e
questionando a elegibilidade da inglesa.
A decisão foi comunicada
depois de as concorrentes de Bridges terem estado reunidas para discutir a
hipótese de boicotar o evento, em protesto contra a regra da UCI que requer que
as mulheres trans baixem os níveis de testosterona. As ciclistas creem que as
leis atuais são insuficientes para impedir qualquer pessoa que tenha passado
pela puberdade enquanto elemento do sexo masculino de ter uma grande vantagem
em competições femininas. Sara Symington, líder do programa de ciclismo
olímpico da Grã-Bretanha, expressou a mesma opinião e enviou uma carta à UCI a
pedir mudanças nas regras.
Sally Munday concluiu: “Temos de organizar estas conversas de forma respeitosa
porque, no centro de tudo isto, estão seres humanos, com sentimentos humanos e
experiências humanas”.
Fonte: Expresso on-line
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