Corredor da EF Education-EasyPost, de 38 anos, enaltece os novos talentos
Por:
Foto: Instagram/Rui Costa
Rui Costa considera que o
ciclismo português está a viver um momento fantástico, perspetivando um futuro
auspicioso para as cores nacionais, alicerçado no sucesso da pista, mas também
no potencial na estrada.
"Fantástico",
disparou ao ser questionado sobre como via os feitos recentes do ciclismo
português, nomeadamente dos vigentes campeões olímpicos de madison Iúri Leitão
e Rui Oliveira, que lideraram uma comitiva que somou seis medalhas nos Europeus
de pista que acabaram no domingo.
Campeão mundial de fundo em
2013, Rui Costa foi o único luso a vestir a camisola arco-íris na estrada e,
hoje, mais de uma década depois do seu feito, defende que o ciclismo nacional
está a passar "por uma altura muito boa".
"É óbvio que as medalhas
olímpicas foram a cereja no topo do bolo, porque realmente sabemos o quanto os
Jogos Olímpicos mexem com as pessoas a nível emocional, e o ciclismo realmente
ter conseguido as medalhas foi fantástico", reforçou.
Para Rui Costa, o ouro
conquistado no madison e a prata alcançada por Leitão no omnium em Paris2024
alteraram o paradigma, nomeadamente a nível mediático, notando que as medalhas
dos Europeus que terminaram no domingo foram muito mais divulgadas do que eram
anteriormente, quando os feitos eram assinalados quase exclusivamente em
páginas nas redes sociais dedicadas à modalidade.
"Hoje em dia, vejo uma
partilha, em termos geral, muito maior. Isso é, sem dúvida, muito gratificante,
ver que isso está a mudar em Portugal. O ciclismo está a ser visto de outra
forma. Realmente, o ciclismo tem mudado muito e é bom. Fico super orgulhoso
pela minha modalidade, neste caso não só de estrada, mas também a vertente de
pista, que tem evoluído muito", destacou.
O corredor da EF
Education-EasyPost, de 38 anos, acredita que a modalidade em Portugal está
"num bom caminho", com muitos talentos a aparecer, referindo
especificamente António Morgado, o ciclista de 21 anos da UAE Emirates que
ganhou no domingo a terceira edição da Clássica da Figueira.
"É um motivo de orgulho
para o futuro que vamos ter, e não só ele. Acho que muitos aparecerão. É óbvio
que nós, em Portugal, não temos o mesmo sistema que têm outras nacionalidades,
de podermos lançar cada vez mais atletas, mas eu acredito que isso está a mudar
também. Sabemos o quanto este desporto é um desporto duro. Nem todos os pais
querem meter os filhos no ciclismo", evidenciou.
No entanto, apesar da dureza e
perigosidade, sobretudo na estrada, Rui Costa confia que os êxitos recentes vão
atrair novos talentos para uma modalidade a viver um período de ouro.
"O bom é que - coisa que
nunca tinha acontecido no passado -, hoje em dia, se tens que estruturar uma
equipa para um Mundial, já podemos dizer que é uma equipaça. Antigamente, íamos
um bocadinho limitados, mas, agora, se tens que criar um lote de sete ou oito
corredores, levas corredores de excelência", avaliou.
O mais veterano dos
'emigrantes' nacionais -- tem 38 anos - sublinhou ainda a diversidade dos
ciclistas nacionais: "Estamos muito bem equilibrados nos atletas que
temos. Nem somos muito pesados, nem somos muito leves. Acho que somos um tipo
de atletas que respondemos a todo tipo de percurso. Isso é muito bom".
"Acho que daqui para a
frente o ciclismo, realmente, tem muito futuro e eu acho que é um motivo de
orgulho para nós todos portugueses", concluiu.
Fonte: Record on-line
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