Presidente da Federação destaca as novas gerações da modalidade no nosso País
Por: Filipe Balreira
Foto: Vítor Chi
O ciclismo português tem tido
um crescimento positivo e atraído cada vez mais espetadores. Recentemente os
resultados protagonizados por João Almeida e Rúben Guerreiro no Giro d’Italia
fizeram com que o público português voltasse a olhar para a modalidade com
outros olhos. Quem não tem dúvidas acerca desse facto é Delmino Pereira,
presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC). A Record, o líder
federativo traçou uma análise ao panorama do ciclismo nacional, destacando as
gerações que estão em bom plano, além de outras que podem vir a dar que falar.
"O ciclismo vive sempre
de ciclos de campeões e pessoas que façam girar a roda com mais força. Vivemos
tempos muito bons, graças a novas gerações. Tivemos o sucesso de Rui Costa e
agora, principalmente, os feitos do João Almeida e Rúben Guerreiro. Também há o
crescimento da Maria Martins, bem como os títulos em Campeonatos da Europa e do
Mundo. A nova geração tem contribuído para que haja uma dinâmica própria, o que
tem sido decisivo para a modalidade ter bons rácios de afiliação. Encaro o
futuro com bastante otimismo", observa.
Além disso, Delmino Pereira
realça a importância do recrutamento. "Temos uma maior capacidade
recrutamento. Existem mais e melhores treinadores. Há cada vez um número de
jovens com 17 ou 18 anos com grande qualidade. E podem fazer carreira internacional.
É uma nova filosofia e um novo ciclismo. São elementos de várias variantes do
ciclismo e que irão continuar a dar frutos", conclui.
Mais
federados do que em 2019
No que diz respeito ao número
de atletas federados, o ciclismo sofreu uma pequena quebra no ano em que teve
início a pandemia da Covid-19, mas conseguiu recuperar no último ano. De acordo
com a FPC, as quebras foram maiores nos escalões de formação, ainda que, no
cômputo geral, o total de federados seja maior do que em 2019, ano que
antecedeu a pandemia. "Houve uma ligeira quebra entre os jovens federados,
mas, a nível de competição e provas seniores, não se notou tanto. Os clubes
conseguiram reagir bem a essa situação. Na realidade, por sermos uma modalidade
de baixo risco em relação à Covid-19 e normas definidas de segurança,
conseguimos reativar as competições. Os clubes aderiram e conseguimos manter o
número de federados estável. Neste momento, estamos até 6% acima do número de
afiliados em 2019", revela Delmino Pereira.
Objetivos
bem definidos apesar da pandemia
A presidir a Federação
Portuguesa de Ciclismo desde 2012, Delmino Pereira cumpre o terceiro mandato à
frente do organismo, tendo objetivos definidos até 2024 para a modalidade. A
conjuntura não é fácil, devido à crise financeira provocada pela pandemia da
Covid-19, mas o antigo ciclista traça metas ambiciosas. "Os objetivos
passam por consolidar o Centro de Alto Rendimento de Anadia. Melhorar tudo ao
nível de avaliação, centro de formação e avaliações de controlo dos treinos. Queremos
conseguir a internacionalização do nosso ciclismo. E dar maior pujança ao
ciclismo nacional, envolvendo clubes, ciclistas, organizadores, patrocinadores
e meios de comunicação social para a modalidade crescer", frisou.
Ainda assim, o líder da FPC
não deixou de criticar os apoios do Governo às modalidades. "Tivemos a
atividade praticamente parada em 2020. Este ano conseguimos recuperar um pouco,
apesar de ter começado de forma difícil. Temos um custo acrescido ao nível da
organização das provas. Houve uma quebra de 11% no financiamento do Governo.
Estamos a viver tempos muito difíceis. No ‘Programa Reativar’, que foi lançado
pelo Governo para apoiar os clubes no desporto, o ciclismo foi a modalidade
mais prejudicada", defendeu.
Ciclismo
nos Paralímpicos
Este ano, Portugal estará
representado igualmente nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Os atletas
portugueses a concorrer na modalidade serão Luís Costa e Telmo Pinão. Ambos
irão marcar presença pela segunda vez na competição paralímpica, após já terem
participado nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. O ciclista, de 48 anos, irá
marcar presença nas provas de contrarrelógio e prova em linha H5, ao passo que
o companheiro, de 42 anos, competirá no contrarrelógio e prova em linha C2,
além da variante de 3000m perseguição individual C2. Ao nosso jornal, numa
entrevista a 13 de junho, Pinão destacou a paixão pela modalidade que move a
sua carreira. "É como costumo dizer, a bicicleta é a minha droga. O
ciclismo é aquele bichinho que entra dentro de ti e que te deixa realizado. É
uma sensação extraordinária!", frisou.
Fonte: Record on-line
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