Por:
Lusa
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EPA
O
ciclista britânico Chris Froome que representa a Sky, incorre numa suspensão
por ter valores acima dos autorizados na urina de salbutamol, uma substância
utilizada para o tratamento da asma e utilizada por desportistas, entre os
quais ciclistas.
O
Ventilan, nome corrente do salbutamol, é um dos medicamentos mais utilizados no
tratamento da asma, sendo um estimulante do aparelho respiratório, tem efeitos
anabolizantes em doses elevadas, permitindo o aumento da massa muscular e a
diminuição da gordura corporal.
A
Sky refere que as regras da Agência Mundial Antidopagem (AMA) permitem o
recurso ao salbutamol sem isenções de uso terapêutico (TUE) quando inalado até
1.600 microgramas num período de 24 horas e não mais do que 800 em 12 horas.
A
análise à urina de Froome realizada a 7 de setembro, após a 18.ª etapa da Volta
a Espanha, revelou uma concentração de 2.000 nanogramas por militro, o dobro do
autorizado pela AMA, acrescentou a equipa britânica.
"A
minha asma piorou na Vuelta, pelo que segui os conselhos do médico da equipa
para aumentar as minhas doses de salbutamol. Como sempre, tomei as maiores
precauções para garantir que não excedia as doses permitidas", afirmou
Froome, que venceu a Vuelta, em setembro, depois de, em julho, ter reeditado os
triunfos no Tour de 2013, 2015 e 2016.
Pouco
depois da Vuelta, também a 20 de setembro, Froome conquistou a medalha de
bronze na prova de contrarrelógio individual dos Mundiais de estrada, em
Bergen, na Noruega, deixando o português Nelson Oliveira (Movistar), na quarta
posição.
Com
este controlo adverso, confirmado pela contra-análise, Froome terá de provar
"num estudo farmacocinético controlo que este resultado anormal é
efetivamente consequência do uso de uma dose terapêutica [por inalação]",
esclarecem as regras antidopagem.
"O
Ventilan melhora a respiração mesmo aos não asmáticos. Uma simples inalação dos
vasodilatadores aumenta o consumo de oxigénio em 0,3 litros", disse em
junho o médico Jean-Pierre de Mondenard, sobre as ambiguidades da asma ligada
ao desporto.
O
médico francês, citado pela agência AFP, justificou o aumento de desportistas a
contas com esta doença, como consequência da própria atividade física:
"Estudos mostram que o desporto promove a asma e que há mais asmáticos nos
desportos de alta competição do que na população em geral, porque as enormes
necessidades de oxigénio são causadoras de asma".
A
União Ciclista Internacional confirmou esta quarta-feira o controlo antidoping
adverso a Froome, no caso o broncodilatador salbutamol, numa análise à urina
feita a 7 de setembro, durante a última edição da Vuelta. O organismo diz ter
notificado o corredor no dia 20 de setembro, acrescentando que a contra-análise
confirmou a presença da substância acima do admitido para uso terapêutico.
O
espanhol Miguel Indurain passou por uma situação semelhante à de Froome em
1994, mas antes de conquistar o seu quarto Tour - tal como o britânico viria a
fazer -, teve um controlo antidoping "anormal" no Tour de Picardie,
em França, acusando, também, salbutamol.
Indurain
compareceu perante a comissão de disciplina da federação francesa de ciclismo,
que ficou com o processo e o inocentou.
Fonte:
Record on-line
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