Ciclista português regressa a uma corrida que não faz desde 2013
Por: Lusa
Foto: FPC
Nelson Oliveira (Movistar) vai
participar na Volta a Itália, que arranca neste sábado, a olhar para o
calendário a caminho dos Jogos Olímpicos Tóquio'2020, sem descurar o trabalho
para o líder, o espanhol Marc Soler.
"Atendendo ao calendário
para os Jogos Olímpicos, para ter depois mais tempo, e fazer uma grande Volta
para melhorar bastante na preparação", conta à Lusa, explicando porque
optou por regressar a uma corrida que não faz desde 2013.
Nessa última participação,
então a segunda consecutiva, foi 81.º, depois de ter sido 64.º, e embarcou numa
carreira feita sobretudo na Volta a Espanha, com uma etapa ganha em 2015, e na
Volta a França.
Regressa ao Giro num dos
melhores anos da sua trajetória, em termos de resultados em provas por etapas,
e em ano de Jogos Olímpicos, onde terá cartas a dar no contrarrelógio, a
especialidade, mas não só.
"Nestas últimas corridas,
tenho-me sentido muito bem, a preparação foi feita nas melhores condições,
agora veremos como as coisas saem. Venho para trabalhar para a equipa, para o
líder, o Marc Soler. [...] Se houver uma oportunidade de espiar uma etapa,
darei o meu melhor", assume.
Na Volta à Comunidade
Valenciana, em abril, conseguiu o melhor resultado pessoal de sempre em provas
por etapas, ao ser segundo, o mesmo posto que conseguiu na quarta etapa, um
contrarrelógio, mostrando rodagem na especialidade, mas também na montanha.
Menos de duas semanas depois,
aterrou nas Astúrias, para a Volta da região, e acabou-a em nono, dando nova
mostra da boa forma e sensações.
Os feitos recentes
"acabam por ser também uma motivação, é sinal de que o trabalho está a ser
bem feito", o que até pode "tirar alguma pressão" e levar a
resultados melhores.
Confiante no líder, que
"na Volta à Romandia demonstrou que está em boa forma", não enjeita
as duas oportunidades de se mostrar na especialidade que mais domina, o
contrarrelógio.
"Seja onde for, vou dar
sempre o meu melhor. Não venho de maus resultados, estou bem, e espero que as
coisas me saiam. [A primeira etapa, em Turim,] é um prólogo, provavelmente não
me favorece. Mas sei que estou num bom momento e vou tentar discutir. O último
[a 21.ª etapa em Milão] é de 30,3 quilómetros, não sabemos como chegaremos lá.
É plano, não tem grandes dificuldades. Depende da cabeça e da forma, do cansaço...",
admite.
O percurso exigente - porque a
corsa rosa "é sempre uma das provas mais duras do calendário" -, que
continua a ser "igual para todos", será enfrentado por um pelotão que
engloba um trio de portugueses: além do homem de Vilarinho do Bairro (Anadia),
também João Almeida (Deceuninck-QuickStep), quarto em 2020, e Ruben Guerreiro
(Education First-Nippo), vencedor da montanha e de uma etapa.
"Fizeram um grande Giro.
Este ano, a pressão provavelmente será outra, mas já provaram que podem estar
na discussão de etapas, o João na da geral. Vão estar bem, mesmo com os
holofotes. Aqui estará o trio para tentar honrar Portugal", atira.
A 104.ª edição da Volta a
Itália em bicicleta arranca neste sábado com um contrarrelógio em Turim,
terminando em 30 de maio com novo crono, desta feita em Milão.
Fonte: Record on-line
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