Ciclista português diz que o objetivo da Education First-Nippo passa por levar Hugh Carthy à geral
Por: Lusa
Ruben Guerreiro (Education
First-Nippo) regressa à Volta a Itália em bicicleta, que arranca este sábado,
uma prova em que foi feliz em 2020, com a missão de lutar por etapas, mas
também de ajudar o chefe de fila.
"Estou bastante
tranquilo. Não podia chegar em melhor condição. Fiz uma boa preparação até
aqui, chego a uma corrida em que fui feliz o ano passado. As ambições da equipa
passam por que o Hugh Carthy vá pela geral, e a ver se eu posso disputar
algumas etapas", explica à Lusa.
O corredor de Pegões, de 26
anos, viveu em 2020 um pedaço de história do ciclismo português, ao tornar-se o
primeiro luso a vencer uma das quatro classificações principais de uma grande
Volta.
Venceu a classificação da
montanha, a maglia azzurra que garantiu matematicamente a três etapas do fim, e
ainda lhe juntou uma etapa, a nona, a caminho de Roccaraso, onde ergueu os
braços.
Foi a segunda grande Volta da
carreira, o primeiro Giro, depois da presença na Volta a Espanha de 2019, então
na Katusha-Alpecin, em que foi 17.º na geral final e acabou uma etapa em
segundo, mostrando apetência para a montanha e para um estilo explosivo.
Assumindo que os resultados de
2020 lhe deram "mais responsabilidade, mas uma responsabilidade boa que dá
bastante motivação para fazer ainda melhor", Guerreiro assevera que o
espírito e a fórmula não mudam.
"Gosto de batalhar, de
fazer qualquer coisa mesmo nas etapas de montanha. Espero ajudar o Hugh e,
depois quem sabe, poder não perder tempo, disputar etapas, lá mais para a
frente, quem sabe entrar numa fuga, disputar a montanha. Nunca se sabe. Mas o
meu objetivo é que o Hugh esteja confortável e que eu possa discutir
etapas", resume.
Este ano, arrancou a época na
Volta aos Emirados Árabes Unidos, com um 27.º lugar final, e na Volta à
Catalunha, onde mostrou logo o que pode fazer: foi segundo na quinta etapa,
apenas batido pelo alemão Lennard Kamnä (Bora-hansgrohe), terminando depois em
23.º na geral final.
Na Volta aos Alpes, na
antecâmara da corsa rosa, elevou o nível e nunca acabou uma etapa fora do top
15, concluindo a prova no oitavo lugar final, a mostrar o pico de forma em que
chega.
"Vou tentar gerir bem a
corrida, sem entrar em esforços desnecessários nos primeiros 10 dias. Na última
semana, tudo pode acontecer", avisa.
Ao lado do amigo João Almeida,
com quem viveu esse 2020 histórico para o ciclismo nacional, terá outro
companheiro, de seleção e de corridas, Nelson Oliveira (Movistar), um trio que
garante que se vai poder "falar português a este nível".
"Ter ali um conforto, um
amigo, desanuviar um pouco. Partilhar ideias, mesmo sendo rivais na
estrada", afirma, trazendo à memória vários momentos do género que viveu
com João Almeida no Giro do ano passado.
Como é mais novo, diz, "é
quase como se fosse um irmão no ciclismo". "Somos bastante amigos,
até treinámos juntos em Andorra. Espero que ele tenha sucesso, assim como o
Nelson", admite.
A olhar para o percurso desta
104.ª edição, tem a certeza de que este foi "equilibrado na dureza".
"Com empedrado, sem
empedrado, com terra batida, na alta montanha, etapas em altitude, subidas
inclinadas... acho que vai dar mais espetáculo. Talvez os candidatos à geral
apontem para a última semana, é aí que se fazem as grandes diferenças",
analisa.
Quer estar "tranquilo na
primeira semana", também porque é quando todos têm ainda "muita
força", mas "se as coisas aparecerem" agarrará a oportunidade.
"Se não, na segunda
semana, opto por uma corrida mais agressiva, não prejudicando o Hugh Carthy.
Quero fazer a minha corrida, lutar por etapas e dar espetáculo", resume.
A 104.ª edição da Volta a
Itália em bicicleta arranca neste sábado com um contrarrelógio em Turim,
terminando em 30 de maio com novo crono, desta feita em Milão.
Fonte: Record on-line
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