Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A campeã mundial Lotte Kopecky
fez um balanço honesto da sua campanha nas Clássicas da primavera, através de
uma publicação emocional partilhada no Instagram. A belga, que enfrentou
problemas físicos e emocionais desde o início da temporada, abriu o coração
sobre a pressão, a frustração e as lições aprendidas ao longo das últimas
semanas.
Depois de lidar com uma lesão
persistente no joelho durante todo o inverno, Kopecky viu a sua preparação ser
interrompida várias vezes, o que afetou profundamente a sua confiança. Apesar
disso, conseguiu triunfar na Volta à Flandres e foi peça-chave nas vitórias de
Lorena Wiebes em duas grandes corridas, Milan-Sanremo e Gent-Wevelgem.
"Não estava à procura de
desculpas, e ser direta é algo em que acredito", escreveu. "Por isso,
quando disse na entrevista após a Liege-Bastogne-Liege que 'devia estar
contente com esta primavera, depois do inverno que tive', talvez devesse ter
pensado duas vezes antes de continuar".
"Mas estava cansada das
opiniões, das expectativas exageradas e da sensação de que nada era suficiente.
Precisamos dos media, claro. Mas por vezes é duro ouvir tudo o que se diz sobre
nós sem ninguém saber o que realmente se passa nas nossas vidas. No fim, parece
que perdemos mais do que ganhamos".
Kopecky explicou como a lesão
no joelho acabou por ser um obstáculo mental além do físico, especialmente para
alguém tão disciplinada e exigente consigo mesma.
"Foi muito difícil estar
constantemente a entrar e sair da bicicleta. Para quem é viciado em treinar,
isso é um verdadeiro desafio mental. Mas aprendi imenso sobre o meu corpo
durante esse processo".
A campeã mundial já tinha
previsto iniciar a época apenas na Milan-Sanremo e, embora não tenha lutado
diretamente pela vitória, sentiu orgulho ao ajudar a equipa.
"Planeei desde o ano
passado começar a minha temporada na Milan-Sanremo e estou feliz por ter
chegado a tempo. Não fui eu a fazer a diferença, mas fiquei genuinamente
contente por ajudar a Lorena Wiebes a vencer. Foi uma vitória coletiva".
Ao longo da primavera, Kopecky
foi melhorando gradualmente, mesmo sem atingir o pico de forma que ambicionava.
"O meu corpo precisava de
ritmo de corrida. Não fiz treinos intensos durante o inverno, por isso cada
prova era um passo. Fui sentindo melhorias, às vezes pequenas, outras mais
significativas. Tentei confiar no processo, apoiando-me na base construída nos
últimos anos".
"Mas nunca atingi o meu
potencial máximo. Como muitos de vocês, eu também queria mais vitórias, queria
honrar esta camisola fantástica. No geral, saio das clássicas com boas
sensações, com forma, frescura e com muita fome de vencer".
A sua mensagem terminou com
uma nota de esperança, reforçando o seu espírito combativo: "Por vezes, as
coisas acontecem por uma razão. Vou continuar a trabalhar com afinco, com o
objetivo de alcançar - e sonhar - com grandes coisas neste verão".
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