Por:
Lusa
Foto:
EPA
O
eslovaco Peter Sagan deixou este domingo mais uma marca na história do
ciclismo, ao sagrar-se campeão do mundo de fundo pela terceira vez consecutiva,
uma proeza inédita para norueguês ver e lamentar.
A
decisão da corrida 276,5 quilómetros dos Mundiais de estrada disputados em
Bergen, na Noruega, ficou guardada para os metros finais, e foram meros
centímetros a estabelecer a diferença entre Sagan e Alexander Kristoff, o
favorito do público da casa, que terminou em segundo e ficou a uma nesga de
repetir o triunfo do compatriota Thor Hushovd (2010).
"Não
foi fácil. Nos últimos cinco quilómetros, pensei que estava perdido. Tentámos
todos arrancar, eu, Gaviria, e conseguimos recuperar", disse o eslovaco,
de 27 anos, que na parte final da corrida viu o 'trono' ameaçado por Julian
Alaphilippe. O francês isolou-se e criou a ilusão de poder levar o título para
França 20 anos depois de Laurent Brochard, mas o seu esforço não foi
recompensado.
"Quero
dedicar este título a Michele Scarponi [que morreu em abril na sequência de um
acidente]. Penso muito nele, e na minha mulher, que espera um bebé", disse
Sagan. "É um ano magnifico", acrescentou o mais popular corredor do
pelotão, cujo estatuto pedia um êxito deste nível numa época marcada pela
expulsão da Volta a França.
O
'sprint' foi tão apertado que nenhum dos corredores ousou levantar os braços
para reclamar vitória depois 6:28.11 horas de prova. O veredito do
'photo-finish' chegou pouco depois e mostrou que, por menos de meia roda de
avanço, o eslovaco vai andar mais um ano com a camisola 'arco-íris', após os
triunfos em Richmond (Estados Unidos), em 2015, e em Doha (Qatar), em 2016.
Sem
entrar na discussão da vitória, o australiano Michael Matthews chegou um pouco
mais atrás e subiu ao pódio para receber a medalha de bronze, dois anos depois
de Sagan o ter relegado para a prata. Atrás dele, cruzaram a linha o italiano
Matteo Trentin, o britânico Ben Swift e o belga Greg van Avermaet, campeão
olímpico.
Primeiro
homem a encadear três títulos mundiais, Sagan juntou-se no 'clube' dos
tricampeões a Alfredo Binda, Rik van Steenbergen, Eddy Merckx e Óscar Freire, o
último a completar a sua tripla (1999, 2001, 2004).
Numa
corrida cujo desfecho se começou a desenhar somente na última volta - num
circuito de 19,1 quilómetros marcado pela repetida subida de Salmon Hill (1,5
km a 6,4%) -, Rui Costa, campeão do mundo em 2013, foi o melhor português, ao
terminar no 19.º lugar, com o mesmo tempo do vencedor, integrando o grupo de
cerca de 28 unidades que chegou destacado à meta.
Nelson
Oliveira (55.º), que ficou à beira no pódio no contrarrelógio, terminando em
quarto, Tiago Machado (64.º) e Ricardo Vilela (65.º) chegaram passados 2.32
minutos, enquanto José Gonçalves (120.º) gastou quase mais 12 minutos do que o
vencedor e Ruben Guerreiro abandonou.
Fonte:
Record on-line
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