segunda-feira, 25 de setembro de 2017

“3.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road”

Boticas – Belmonte – Arraiolos – Lagoa

20 a 23 de setembro 2017Federação de Motociclismo de Portugal cria parcerias com bombeiros e autarquias para reforço da proteção florestal

Aventura por montes e vales mostrou importância dos motociclistas na defesa ambiental

Durante quatro dias, mais de duas centenas e meia de motociclistas atravessaram o País, de Boticas a Lagoa, e confirmaram estado lastimoso de muitas serras nacionais. Paisagens enegrecidas e cenários de absoluta desolação reforçaram entusiasmo na Campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, enaltecendo plantação de árvores autóctones para salvaguardar futuro sustentável. 

Descobrir algumas das mais belas paisagens do País, sobretudo nos mais recônditos cantos do mapa nacional onde se chega apenas por caminhos de terra batida, é objetivo maior do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Que na terceira edição mostrou, de forma particularmente evidente, as chagas deixadas pelo fogo, nomeadamente nos concelhos do Centro, com Pedrógão Grande e Mação em triste e desnecessário destaque. Florestas e casas completamente ardidas, em paisagens dilaceradas que também os motociclistas querem ver recuperadas o mais rapidamente possível e de forma sustentada. Mote da Campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, que confirmou enorme preocupação e cuidado ambiental da Federação de Motociclismo de Portugal, organizadora do evento que ligou Boticas a Lagoa, com paragens em Belmonte e Arraiolos. Cerca de 1000 quilómetros percorridos ao longo de três dias plenos de emoções, prazer de condução em todo-o-terreno e forte sentido de camaradagem entre os que gostam de sentir a natureza bem de perto.

Manuel Marinheiro, presidente da Federação de Motociclismo de Portugal, foi um dos mais de 250 motociclistas que ligou os dois extremos do mapa continental em “mais um projeto da FMP com maturidade suficiente, assente numa organização exemplar e grande adesão. Iniciativa que é um êxito e, naturalmente, é para continuar, reforçando também o papel social dos motociclistas, nomeadamente as preocupações ambientais”. Evento que, “este ano, esteve particularmente focado na questão da reflorestação sustentada, apoiando os municípios mais flagelados, com sensibilização das populações, autarquias e dos próprios participantes para os benefícios da opção por espécies autóctones”. Apoio que, “nesta primeira fase, foi simbólico, com oferta de duas árvores a cada concelho e que, na altura ideal de plantação, em novembro, será materializado com plantação de cerca de 400 árvores em cada um dos concelhos”.

Ciente da importância “de mais um passo da Federação de Motociclismo de Portugal no trabalho de proteção ambiental”, Manuel Marinheiro reforça “disponibilidade total e absoluta da FMP como de todos os motociclistas em geral para o apoio a esta causa”. Nesse sentido revelou “estarem a ser ultimadas parcerias com bombeiros e autarquias para que os motociclistas e em particular os praticantes de todo-o-terreno sejam parte ativa na prevenção. Afinal, são das pessoas que mais horas passam nos montes e vales deste País e das que mais gostam das serras, podendo alertar de forma rápida para o início de incêndios bem como de outros crimes ambientais, como a descarga ilegal de resíduos”.

Disponibilidade de quem quer ser “parte integrante da preservação ambiental”, assumida em evento que “foi um sucesso, também neste capítulo, com demonstrações de entusiasmo por parte das populações visitadas por este excelente projeto da Comissão de Mototurismo da FMP, e para o qual foi fundamental o apoio das autarquias. Bem como a ajuda da Honda, enquanto principal patrocinador, e de todas as entidades que superentendem o percurso realizado entre Boticas e Lagoa, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta, bastante recetivo a esta campanha”. Que, depois do sucesso da ‘primeira etapa’, terá novo capítulo em novembro com plantação de mais de 3000 árvores de espécies autóctones do carvalho-roble à azinheira, do sobreiro à cerejeira-brava, do carvalho-negral ao choupo branco, ou ainda do pinheiro-manso ao medronheiro. Árvores mais adaptadas a cada uma das áreas ardidas, em escolha criteriosa assente na pesquisa sobre as características de cada região e ratificada por especialistas, que ajudará a manter a fertilidade do espaço rural e o equilíbrio ecológico das paisagens. Mais-valias que se prolongam na salvaguarda de importantes locais de abrigo, alimento e reprodução de grande número de espécies animais da fauna portuguesa, algumas delas em vias de extinção. A lista de argumentos que sustenta esta inovadora e muito aplaudida ação da Federação de Motociclismo de Portugal e de todos os motociclistas continua com a contribuição para a redução do efeito de estufa, fixando o carbono atmosférico; a regulação do ciclo da água e sua qualidade, evitando a erosão dos solos, fomentando a vida aquática e criando melhores condições para a pesca desportiva e, muito importante, oferecendo maior resistência aos incêndios florestais, evitando ainda a sua propagação. O fornecimento de madeiras de qualidade para a indústria, nomeadamente de mobiliário (castanho, carvalho, etc…), ou de frutos (castanha, bolota, etc) e matérias-primas (cortiça e lenha), são outras das vantagens da mudança de espécies que, além do mais, aumentarão o valor turístico dos sítios ao manterem a qualidade das paisagens. Além de que estas espécies arbóreas da floresta indígena do nosso País, são mais resistentes a pragas e doenças do que as espécies introduzidas, como o eucalipto ou pinheiro, aguentando melhor longos períodos de seca ou de chuva intensa.

Fonte: Gabinete de Imprensa Portugal de Lés-a-Lés/Parceria Notícias do Pedal







 

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