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a 23 de setembro 2017Federação de Motociclismo de Portugal cria parcerias com
bombeiros e autarquias para reforço da proteção florestal
Aventura
por montes e vales mostrou importância dos motociclistas na defesa ambiental
Durante
quatro dias, mais de duas centenas e meia de motociclistas atravessaram o País,
de Boticas a Lagoa, e confirmaram estado lastimoso de muitas serras nacionais.
Paisagens enegrecidas e cenários de absoluta desolação reforçaram entusiasmo na
Campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, enaltecendo plantação de árvores
autóctones para salvaguardar futuro sustentável.
Descobrir
algumas das mais belas paisagens do País, sobretudo nos mais recônditos cantos
do mapa nacional onde se chega apenas por caminhos de terra batida, é objetivo
maior do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Que na terceira edição mostrou, de
forma particularmente evidente, as chagas deixadas pelo fogo, nomeadamente nos
concelhos do Centro, com Pedrógão Grande e Mação em triste e desnecessário
destaque. Florestas e casas completamente ardidas, em paisagens dilaceradas que
também os motociclistas querem ver recuperadas o mais rapidamente possível e de
forma sustentada. Mote da Campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, que
confirmou enorme preocupação e cuidado ambiental da Federação de Motociclismo
de Portugal, organizadora do evento que ligou Boticas a Lagoa, com paragens em
Belmonte e Arraiolos. Cerca de 1000 quilómetros percorridos ao longo de três
dias plenos de emoções, prazer de condução em todo-o-terreno e forte sentido de
camaradagem entre os que gostam de sentir a natureza bem de perto.
Manuel
Marinheiro, presidente da Federação de Motociclismo de Portugal, foi um dos
mais de 250 motociclistas que ligou os dois extremos do mapa continental em
“mais um projeto da FMP com maturidade suficiente, assente numa organização
exemplar e grande adesão. Iniciativa que é um êxito e, naturalmente, é para
continuar, reforçando também o papel social dos motociclistas, nomeadamente as
preocupações ambientais”. Evento que, “este ano, esteve particularmente focado
na questão da reflorestação sustentada, apoiando os municípios mais flagelados,
com sensibilização das populações, autarquias e dos próprios participantes para
os benefícios da opção por espécies autóctones”. Apoio que, “nesta primeira
fase, foi simbólico, com oferta de duas árvores a cada concelho e que, na
altura ideal de plantação, em novembro, será materializado com plantação de
cerca de 400 árvores em cada um dos concelhos”.
Ciente
da importância “de mais um passo da Federação de Motociclismo de Portugal no
trabalho de proteção ambiental”, Manuel Marinheiro reforça “disponibilidade
total e absoluta da FMP como de todos os motociclistas em geral para o apoio a
esta causa”. Nesse sentido revelou “estarem a ser ultimadas parcerias com
bombeiros e autarquias para que os motociclistas e em particular os praticantes
de todo-o-terreno sejam parte ativa na prevenção. Afinal, são das pessoas que
mais horas passam nos montes e vales deste País e das que mais gostam das
serras, podendo alertar de forma rápida para o início de incêndios bem como de
outros crimes ambientais, como a descarga ilegal de resíduos”.
Disponibilidade
de quem quer ser “parte integrante da preservação ambiental”, assumida em
evento que “foi um sucesso, também neste capítulo, com demonstrações de
entusiasmo por parte das populações visitadas por este excelente projeto da
Comissão de Mototurismo da FMP, e para o qual foi fundamental o apoio das
autarquias. Bem como a ajuda da Honda, enquanto principal patrocinador, e de
todas as entidades que superentendem o percurso realizado entre Boticas e
Lagoa, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta,
bastante recetivo a esta campanha”. Que, depois do sucesso da ‘primeira etapa’,
terá novo capítulo em novembro com plantação de mais de 3000 árvores de
espécies autóctones do carvalho-roble à azinheira, do sobreiro à
cerejeira-brava, do carvalho-negral ao choupo branco, ou ainda do
pinheiro-manso ao medronheiro. Árvores mais adaptadas a cada uma das áreas
ardidas, em escolha criteriosa assente na pesquisa sobre as características de
cada região e ratificada por especialistas, que ajudará a manter a fertilidade
do espaço rural e o equilíbrio ecológico das paisagens. Mais-valias que se
prolongam na salvaguarda de importantes locais de abrigo, alimento e reprodução
de grande número de espécies animais da fauna portuguesa, algumas delas em vias
de extinção. A lista de argumentos que sustenta esta inovadora e muito
aplaudida ação da Federação de Motociclismo de Portugal e de todos os
motociclistas continua com a contribuição para a redução do efeito de estufa,
fixando o carbono atmosférico; a regulação do ciclo da água e sua qualidade,
evitando a erosão dos solos, fomentando a vida aquática e criando melhores
condições para a pesca desportiva e, muito importante, oferecendo maior
resistência aos incêndios florestais, evitando ainda a sua propagação. O
fornecimento de madeiras de qualidade para a indústria, nomeadamente de
mobiliário (castanho, carvalho, etc…), ou de frutos (castanha, bolota, etc) e
matérias-primas (cortiça e lenha), são outras das vantagens da mudança de
espécies que, além do mais, aumentarão o valor turístico dos sítios ao manterem
a qualidade das paisagens. Além de que estas espécies arbóreas da floresta
indígena do nosso País, são mais resistentes a pragas e doenças do que as
espécies introduzidas, como o eucalipto ou pinheiro, aguentando melhor longos
períodos de seca ou de chuva intensa.
Fonte:
Gabinete de Imprensa Portugal de Lés-a-Lés/Parceria Notícias do Pedal
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