Companheiros de equipa da Emirates exaltam pódio no Giro
Por: Lusa
Foto: REUTERS
Os ciclistas portugueses Ivo e
Rui Oliveira, amigos e colegas de equipa de João Almeida na UAE Emirates,
disseram à Lusa estarem orgulhosos do "resultadão" do companheiro, que conseguiu um inédito terceiro
lugar na Volta a Itália.
Almeida venceu a classificação
da juventude e fechou o pódio da prova ganha pelo esloveno Primoz Roglic
(Jumbo-Visma), conseguindo o primeiro 'top 3' no Giro para Portugal e o quarto de sempre em
grandes Voltas.
Os gémeos Oliveira, por seu
lado, correram na mesma 'fábrica'
de formação do português, a Hagens Berman Axeon, e antes disso no Bairrada, e
agora partilham com ele a UAE Emirates.
Ivo Oliveira, que fechou em
quarto a corrida francesa Boucles de La Mayenne, defendido pelo irmão, disse à
Lusa que "muita gente não tem noção do
que ele acabou de conquistar". "É um marco no ciclismo. As pessoas metem o foco em
ganhar, ganhar, ganhar, e não têm noção do que é termos um ciclista a lutar por
um pódio em grandes Voltas e vencer uma camisola branca. Temos de ser
realistas, fez terceiro atrás de dois corredores [Primoz Roglic e Geraint
Thomas] bastante mais experientes. Isto foi um 'resultadão'",
atira.
Sem dúvidas, o companheiro de
equipa e amigo, para quem trabalha em várias corridas, não encontra "palavras para descrever como é que um português
chegou a este nível", mas depois o medalhado em Mundiais e
Europeus, na pista, rapidamente se corrige. "Eu
treino com ele e sei, vi o que ele estava a andar na Volta à Catalunha [em que
foi segundo, atrás de Roglic]. Disse ao meu irmão, nessa altura, que depois do
estágio de altitude estaria a andar ainda melhor",
confessa.
Para já, os muitos resultados
honrosos de ciclistas portugueses este ano, de Ruben Guerreiro, António Morgado
ou Iúri Leitão, ao 'fenómeno' João
Almeida, dos feitos na pista que conseguiu, como o irmão e outros ciclistas,
passando pela boa temporada na Bélgica de Maria Martins e sem esquecer Nelson
Oliveira e Rui Costa, dão motivação extra e a sensação de um período de exceção
no ciclismo português além-fronteiras. "A
federação tem de apostar nesta fornada e nos jovens, é daí que sai cada vez
mais talento. Vivemos numa época em que cada corrida a que se vai há um
português a fazer resultados", resume.
Por seu lado, Rui esteve já
com o ciclista de A-dos-Francos, Caldas da Rainha, no Giro2022, que abandonou
por covid-19, e tinha "plena confiança
no que o João podia fazer". "Estava
a ficar cada vez melhor a caminho do Giro. Vê-lo fazer estes resultados não foi
nenhuma surpresa. Já sabíamos da qualidade dele, no ano passado faria pódio se
não fosse a covid-19", comenta.
Segundo Rui Oliveira, o
resultado tem de encher todos "de muito
orgulho", porque é "um
feito histórico, tantos anos depois do Joaquim Agostinho". "Demonstrou que é dos melhores do mundo, da atualidade,
e fechar pódio numa grande Volta... para quem sabe o que é o ciclismo, tem de
dar mérito e tirar o chapéu ao João. Isto não acontece todos os dias",
garante.
O corredor de 26 anos, um
especialista da pista com títulos europeus em seu nome, como o irmão, fica "sempre contente quando um português vence ou faz
coisas boas", o que alimenta "o
querer sempre fazer mais e melhor". "Foi com muita tranquilidade que vi que o João,
semana após semana, se sentia melhor, com melhores resultados. Aquela etapa que
venceu foi um grande orgulho para nós todos", afirma.
Fonte: Record on-line
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