Almeida, quarto colocado, a 37 segundos, perdeu 35 segundos para Kelderman, que ainda bonificou pelo segundo lugar
A INEOS venceu hoje pela
quinta vez na Volta a Itália em bicicleta, por Tao Geoghegan Hart, numa 15.ª
tirada em que Wilco Kelderman (Sunweb) assumiu-se como grande favorito e o
português João Almeida (Deceuninck-QuickStep) segurou a liderança.
O britânico cumpriu os 185
quilómetros entre a base aérea de Rivolto e Piancavallo em 4:58.52 horas, dois
segundos à frente do holandês Kelderman, que foi segundo classificado, e quatro
do australiano Jai Hindley (Sunweb), terceiro, após um ‘sprint’ entre o trio
que se isolou em relação ao grupo dos favoritos.
Almeida, quarto colocado, a 37
segundos, perdeu 35 segundos para Kelderman, que ainda bonificou pelo segundo
lugar, mas manteve a camisola rosa, com 15 segundos de vantagem para o
holandês, com Hindley no terceiro lugar, a 2.56 minutos, e grande parte dos
restantes favoritos agora mais distantes do português.
Antes de o pelotão ‘sofrer' na
última dificuldade do dia, formou-se uma fuga de 12 ciclistas, a que Ruben
Guerreiro (Education First) ainda tentou aceder, numa cedência que lhe custou a
liderança da classificação da montanha.
Esta passou para o italiano
Giovanni Visconti (Vini Zabù-KTM), que estava entre os fugitivos e chegou aos
118 pontos, agora bem acima dos 78 do português.
Apanhada a fuga, foi no já
reduzido grupo de favoritos que se decidiu a etapa e a principal atração do
dia, com o britânico que viria a vencer a etapa a juntar-se à ‘aliança' Sunweb
para se isolar na frente.
O trio de Kelderman, Hindley e
Hart criou diferenças na última subida e se os dois ciclistas da formação alemã
procuravam ‘roubar' a liderança da ‘corsa rosa' a Almeida, Hart ia para uma
vitória de etapa que acabou por ‘discutir', já nos últimos metros, e acordar
com os rivais.
Aos 25 anos, estreia-se a
vencer em grandes Voltas e, na meta, apontou para o céu, dedicando a vitória,
como outros corredores da equipa este ano, ao francês Nicolas Portal, antigo
ciclista e diretor desportivo dos britânicos que morreu em março.
Com o sétimo ‘top 10' em
etapas, mais do que qualquer outro ciclista em prova, Almeida garantiu que, aos
22 anos, amplia o recorde máximo de ciclistas sub-23 em dias de ‘maglia rosa'
vestida, com 13, ampliando a diferença para os anteriores recordistas, Damiano
Cunego e Eddy Merckx, com 11.
Numa subida de 14,3 quilómetros
e alguns troços com pendentes de inclinação bem altos, numa média de 7,8%,
Almeida fez o que já tinha feito noutro tipo de etapas, de ‘sprints' a
‘cronos': pôs a língua de fora e ‘sofreu', sozinho, pela subida acima, mesmo
quando perdeu o trio da frente de vista.
Ao agarrar-se ao que
descreveu, mais tarde, como um "festival de sofrimento", cortou a
meta em quarto, manteve a ‘maglia rosa' e distanciou-se de quase todos os
principais adversários, estabelecendo o que, à porta do segundo dia de
descanso, parece uma luta em dois blocos: entre a Deceuninck-QuickStep de
Almeida e a Sunweb de Kelderman e Hindley.
Mesmo tendo cedido tempo para
Kelderman e visto Hindley aproximar-se, agora no terceiro lugar, além da
‘escalada' de Hart até ao quarto posto, o português ganhou tempo a todos os
restantes concorrentes e, além destes três adversários, todos os outros seguem
a mais de três minutos.
O espanhol Pello Bilbao
(Bahrain-McLaren) é quinto, a 3.10 minutos, o polaco Rafal Majka
(BORA-hansgrohe) é sexto, a 3.18, e o italiano Vincenzo Nibali
(Trek-Segafredo), que tem as três grandes Voltas no palmarés, é sétimo, a 3.29.
O italiano Domenico Pozzovivo
(NTT) também cedeu e é oitavo, a 3.50 minutos, com o austríaco Patrick Konrad
(BORA-hansgrohe) já a 4.09, no nono lugar, e o colega de equipa italiano de
Almeida, Fausto Masnada, a fechar o ‘top 10', a 4.12.
Um dia menos feliz para Ruben
Guerreiro significou que perdeu a liderança da montanha e 13 posições na geral,
em que caiu para o 38.º posto, após acabar fora do ‘top 100' no dia de hoje.
Na segunda-feira, cumpre-se o
segundo e último dia de descanso, antes de uma derradeira semana de prova, com
seis etapas, marcada pela alta montanha, antes do contrarrelógio da 21.ª etapa,
em Milão.
Fonte: Sapo on-line
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