Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Alejandro Valverde vive agora
os seus primeiros grandes momentos como selecionador nacional de Espanha.
Depois de orientar Juan Ayuso ao 8.º lugar no Campeonato do Mundo de Estrada em
Kigali, o Campeão do Mundo de 2018 prepara-se para comandar novamente a seleção
no Campeonato da Europa, este domingo.
Em entrevista à Radio Marca
Baleares, Valverde falou do estado do ciclismo espanhol, do domínio de Tadej
Pogacar, da pressão mediática e, claro, da evolução de Ayuso.
Valverde reconhece a grandeza
do esloveno, mas também as consequências da atenção mediática: “Ele é o melhor
do mundo? Isso é claro. Não há dúvida. Mas tudo o que ele faz é questionado. Se
ganha, perguntam porque é que ganha tudo. Se deixa outro ganhar, perguntam
porque é que deixou. Isso desgasta mentalmente. No fim, ele é livre de fazer o
que quiser.”
O antigo líder da Movistar
alerta para o ritmo acelerado com que os jovens são lançados no
profissionalismo. “Agora parece que se não se é profissional depois de junho,
já é tarde. Não é verdade. Os sub-23 continuam a ser fundamentais. Fisicamente
podem estar prontos, mas mentalmente ainda são crianças. Se lhes exigimos
demasiado cedo, queimam-se. Até os cadetes já vão para estágios em altitude,
privando-os de aproveitar a juventude.”
O desafio
de ser selecionador
Valverde admite que o papel de
selecionador é alvo de críticas fáceis. “Do sofá tudo parece simples. Mas num
Mundial, onde estão os melhores, nada é fácil. A corrida é que decide o lugar
de cada ciclista. Temos de lhes dar experiência e aproveitar a forma que trazem
de provas como a Vuelta.”
Apesar da polémica interna
vivida na Volta a Espanha, Valverde defendeu Juan Ayuso. “O que aconteceu na
Vuelta não beneficiou o Juan nem a equipa, mas ele manteve-se focado e ganhou
duas etapas. As pessoas esquecem-se que ele é muito jovem, com uma carreira
longa pela frente. Nem sequer estava previsto correr a Vuelta e saiu de lá com
duas vitórias. Para mim, fez uma época fantástica. Não podemos exigir mais.”
Reflexões
sobre a carreira
Valverde recordou os seus
próprios altos e baixos:
Melhor momento: a conquista do
Campeonato do Mundo em Innsbruck (2018).
Piores fases: a suspensão
entre 2010 e 2012 e a queda no Tour de 2017.
Apesar de nunca ter vencido a
Volta a França, sente-se reconhecido. “Sempre me senti valorizado em Espanha.
Ganhar o Mundial foi o ponto de viragem, mas sempre tive o carinho dos
adeptos.”
O futuro
do ciclismo espanhol
Valverde vê motivos para
otimismo quanto ao futuro do ciclismo espanhol. “Há jovens muito talentosos.
Ganhar é difícil, porque três ou quatro ciclistas dominam quase tudo, mas temos
espanhóis que lutam sempre. E isso é o mais importante.”
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