Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A estreia de Jonathan Milan na
Volta a França de 2025 ficará gravada na memória do sprinter italiano. Aos 25
anos, o corredor da Lidl-Trek conquistou a Camisola Verde da classificação por
pontos, coroando três semanas de consistência, resiliência e espírito coletivo.
Em entrevista à Bici.Pro,
Milan descreveu a sensação única de subir ao pódio final em Paris com a
camisola verde. “Antes de começar, imagina-se tudo, estuda-se cada pormenor.
Depois treinamos durante semanas com um pensamento em mente. Chegar a Paris e poder
dizer que levamos para casa a camisola verde, é algo muito especial.”
Mais do que triunfos nos
sprints em pelotão compacto, a conquista refletiu a capacidade de resistir às
dificuldades de fazer uma Grande Volta. “Estou consciente da força da equipa
que tive ao meu lado. Nunca deixarei de lhes agradecer a forma como me apoiaram,
especialmente nos momentos difíceis. Houve subidas duras, fases agitadas da
corrida, coisas que nem sempre se vêem na televisão, mas os rapazes fizeram um
trabalho incrível.”
O italiano sublinhou ainda que
a experiência, mais do que os resultados, foi o que lhe deu energia ao longo
das três semanas. “Diverti-me muito e acho que isso me ajudou a atingir o
objetivo. Foi profundamente gratificante viver o Tour desta forma.”
Reencontro
com a vitória e contratempo na reta final
Após uma breve pausa, Milan
regressou à competição em Hamburgo e na Volta à Alemanha, onde mostrou sinais
de boa forma física, embora não tenha obtido vitórias. O reencontro com o êxito
chegou em setembro, no Kampioenschap Van Vlaanderen, superando nomes como Dylan
Groenewegen e Tim Merlier. “Os números nos treinos eram bons, só faltava a
vitória. Em Koolskamp senti-me em grande forma e foi uma recompensa justa.”
Contudo, a época também trouxe
contratempos, com uma doença a afectar o seu desempenho nas provas belgas
seguintes. “Começámos bem, mas depois não me sentia em condições. Na última
corrida cheguei mesmo a ficar com gripe.”
Apesar dos altos e baixos,
Milan faz um balanço extremamente positivo da temporada. “Foi um ano em que
aprendi muito sobre como gerir grandes compromissos, como a preparação para o
Tour. Mas acima de tudo, diverti-me imenso. Partilhámos tantos momentos fantásticos
como equipa.”
O italiano prepara agora o
último bloco competitivo no Japão, antes de encerrar um ano que o consolidou
como referência entre os sprinters do World Tour.
Olhar
para 2026: estrada e pista
As ambições de Milan não ficam
apenas pela estrada. Em contacto com o selecionador nacional Dino Salvoldi, o
campeão de italiano planeia regressar à pista em 2026. “Já falámos algumas
vezes. Vamos definir as coisas em breve, mas de certeza que vou voltar a
treinar na pista para o ano.”
Por agora, as memórias do mês
de julho continuam em mente. “Chegar a Paris e trazer para casa a camisola
verde foi incrivelmente emocionante. É algo que nunca irei esquecer.”
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