A portuguesa Maria Martins conquistou hoje um diploma olímpico ao ser a sétima classificada no concurso de omnium, na estreia do ciclismo de pista nacional em Jogos Olímpicos, no Velódromo de Izu, Japão.
O concurso iniciou-se com uma
prova de scratch de apenas 30 voltas: Uma distância tão curta convidou a uma
gestão conservadora da corrida, sem qualquer ataque. Isto elevou o nervosismo
para a fase final, o que resultou em duas quedas, nas duas voltas finais. Maria
Martins escapou aos acidentes e foi a sexta classificada.
A segunda prova do omnium, a
corrida tempo, foi completamente diferente do scratch, com ataques desde a
volta inicial. A responsabilidade foi das corredoras que caíram na prova
anterior e que estavam em condições físicas de tentar a reviravolta na
classificação geral. Numa disputa de grande intensidade, Maria Martins não
conseguiu pontuar em qualquer um dos sprints, mas esteve no pelotão da frente,
o das corredoras que dobraram as restantes. A portuguesa foi a oitava
classificada na corrida tempo.
Com um desempenho de grande
personalidade, sempre na primeira metade do pelotão, Maria Martins conseguiu o
quinto lugar na eliminação. Foi um resultado que permitiu à portuguesa entrar
na última prova, a corrida por pontos, no sexto posto da geral do omnium,
apenas a seis pontos dos lugares de pódio.
A corrida por pontos foi o
espelho da elevada competitividade do omnium olímpico, uma vez que conseguiram
pontuar 13 das corredoras presentes. Maria Martins pontuou em três sprints e
ainda tentou ganhar uma volta, envolvendo-se numa das duas fugas da corrida de
20 quilómetros (80 voltas). A portuguesa chegou ao sprint final em condições de
lutar pela quinta posição, sendo apenas ultrapassada nos metros finais.
Maria Martins estreou-se em
Jogos Olímpicos com a sétima posição, totalizando 95 pontos. A vitória
pertenceu à estadunidense Jennifer Valente, que comandou desde a primeira
corrida, fechando a competição com 124 pontos. A japonesa Yumi Kajihara, campeã
mundial em título, ficou com a medalha de prata, mercê dos 110 pontos
conquistados. A veterana neerlandesa Kirsten Wild fechou o pódio, com 108
pontos.
O selecionador nacional,
Gabriel Mendes, manifestou-se "satisfeito
e orgulhoso por todo o trabalho desenvolvido e pelo desempenho da corredora. A
Maria Martins teve uma prestação excelente, esteve soberba! Conseguiu um
concurso de omnium de excelência, premiado com o merecido diploma olímpico. A
Maria conseguiu transpor para esta pista todo o trabalho de preparação. Foi um
concurso muito difícil e intenso. Por um lado, devido ao elevado nível e
homogeneidade de rendimento das atletas. Mas também pelo pouco tempo de
recuperação entre corridas, especialmente porque, apesar de climatizado, o
velódromo registava temperaturas de 26 graus e uma humidade de 75 por cento, o
que acentuou o desgaste", afirmou o responsável.
"Para ser sincera, ainda
estou a tentar assimilar todas as sensações que hoje estou a viver. Estar nos
Jogos Olímpicos foi a concretização de um sonho. Conseguir um diploma foi outro
sonho que se realizou. Estou a viver dois sonhos de uma só vez e, por isso,
posso dizer que este é o dia mais feliz da minha vida", confessou Maria
Martins, depois de participar na cerimónia de encerramento, "um momento
muito bonito e emotivo".
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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