Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A UAE Team Emirates - XRG
continua a dominar grande parte do pelotão internacional, liderando
estatísticas e somando vitórias com regularidade. No entanto, nem tudo parece
pacífico dentro da estrutura da equipa sediada nos Emirados Árabes Unidos, com
Juan Ayuso a surgir como figura central de uma possível cisão interna.
À medida que se intensificam os rumores sobre uma eventual saída do jovem espanhol, crescem também as especulações sobre tensões entre corredores dentro da equipa. Segundo Thijs Zonneveld, ex-profissional neerlandês e analista habitual na Wieler Revue, a situação de Ayuso pode esconder mais do que aparenta.
"O campo pró-Ayuso tenta
passar a ideia de que estão a ser demasiado duros com ele, defendendo que é, na
verdade, um bom colega de equipa. Mas o campo anti-Ayuso está claramente a
deitar lenha para a fogueira", afirma Zonneveld, sugerindo um ambiente
dividido dentro da formação de luxo da UAE.
A prova mais recente apontada
por Zonneveld terá vindo de uma atualização no Strava feita por João Almeida,
habitual parceiro de Ayuso na equipa. O português, normalmente discreto na
plataforma, publicou e posteriormente apagou uma atividade onde conquistava um
prestigiado KOM numa subida frequentada nos campos de treino da equipa, e que
antes pertencia… a Ayuso.
“Ele raramente publica no
Strava, só coisas de que se orgulha, como a vitória na Volta à Suíça”, explica
Zonneveld. "Mas este ano, no mesmo local de treino, atacou o KOM de Ayuso
e publicou-o. A mensagem era clara, mesmo que tenha apagado depois: ‘João A.
roubou o teu KOM’".
Para o analista, este episódio
simbólico reforça a ideia de que Almeida e Ayuso estão em campos opostos dentro
da equipa. "É evidente que Almeida não está no mesmo lado de Ayuso",
reforça. “E, sinceramente, as hipóteses de Ayuso deixar a UAE no próximo ano
são muito elevadas. Tem contrato a longo prazo, mas isto começa a parecer uma
campanha subtil para o forçar a sair".
A possível saída de Ayuso
ganha mais força com a decisão da equipa de não o levar à Volta a Espanha de
2025, precisamente a Grande Volta onde o jovem espanhol mais ambicionava
brilhar. Já João Almeida está em plena preparação para a Volta a França, onde assumirá
novamente o papel de escudeiro de luxo de Tadej Pogacar, com o objetivo claro
de ser o último homem ao lado do esloveno nas montanhas e deverá ainda fazer a
Vuelta, tal como em 2024.
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